Henrico Campos de Oliveira

Quando eu escrevo sinto como se estivesse colocando um pedacinho de mim em uma folha e transformando em texto. Depois que você escreve bastante aquelas folhas meio amassadas e borradas por causa do suor das mãos começam a ter muita importância, tudo o que está ali é você, as pessoas e o mundo que você criou na história são parte de você, seus pensamentos e as vezes até seus desejos e sentimentos mais profundos são parte de você. O que você mais deseja é manter aquilo vivo, mesmo que seja em uma folha de caderno tão simples quanto aquela que você compra em qualquer lugar por ai. Por aquilo que eu criei ser parte de mim, as vezes até meu "eu" mais profundo está ali, escrito naquela simples folha, por diversas vezes passa pela minha cabeça o medo e também a vergonha que a pessoa descubra sobre o que inconscientemente eu tentaria esconder ou não mostraria tão facilmente. Mas, aquilo que mais me motiva além de querer deixar aquilo vivo, seria ver as pessoas gostando do que vêem ou as vezes se identificando com aquele personagem especifico, é como se indiretamente elas gostassem de conversar comigo, um sentimento estranho se pensar dessa forma, mas gratificante. Eu sei que tudo que eu quero fazer com minhas histórias é motivar as pessoas a continuar tentando e tentando além de entreter um pouco, porém é melhor ainda quando sinto que aquela parte de mim que eu coloquei naquele texto, agora faz parte de alguma pessoa que leu e se várias e várias pessoas lerem, levarão consigo a mesma parte de mim que eu coloquei naquele pequeno texto, fazendo com que eu fique vivo mesmo bem depois que eu morra, dessa forma estarei sempre com as pessoas que carregam esses pequenos fragmentos que eu posso chamar de minha alma...