Encarando as letras desenhadas em branco, tento pensar por onde meus dedos irão seguir, quais palavras irão formar... Não sei com qual propósito eu disserto aqui, nem mesmo sei se esse texto irá chegar ao fim ou então se será publicado. Muitas vezes me prendo em amarras com a insegurança de que as linhas que escrevo não sejam boas o suficiente, ou então que ninguém irá ler o que posto e por isso deixo o bloqueio crescer cada vez mais dentro de mim, serpenteando todas as linhas da minha mente e sugando qualquer que fosse a criatividade e energia que uma vez existiu em mim.
Sinto muito falta de escrever. Sinto falta de passar horas digitando e vendo o número de palavras crescer no contador. Sinto falta do orgulho ao que vem o ponto final. Sinto falta de publicar meus sentimentos fantasiados de contos, e de não pensar por minutos no espaço que darei na sequência ou na vírgula que irei colocar.
Há tanto estou bloqueada que nem lembro a última coisa que escrevi. Fico imaginando as histórias, mas o pensamento morre no mesmo local em que nasce.
E a dúvida que paira é a que tem a resposta mais assustadora: será que eu cheguei na primeira morte que tanto falam sobre os artistas?
Se sim... Espero que meu espírito encontre as palavras mesmo no infinito, e que de lá escreva o que ficou engasgado aqui.
