Cap.30 | Instabilidade emocional

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Eu me aproximei, mesmo sem saber o que fazer, e percebi que Yuri ainda estava dormindo. Subi na cama, me posicionei em cima dele e o imobilizei no colchão.

— ME SOLTA! ME SOLTA! POR FAVOR, NÃO ME MACHUQUE! POR FAVOR!

YURI! SOU EU! — Eu agarro seu rosto e ele finalmente abre os olhos.

Ainda sim, ele continua se debatendo, olhando assustado para todos os lados do quarto como se perguntasse onde estava.

Você está na minha casa! Está tudo bem. Eu estou aqui com você. Sou eu, Kiyoomi Sakusa, seu namorado. — Eu vou dizendo e ele vai se acalmando aos poucos.

— K-Kiyo-...-omi?

Sim, sou eu. — Passo meus polegares pelas suas pálpebras para recolher as lágrimas ali acumuladas.

— Você é real? — O garoto me perguntou com um olhar aterrorizado.

Eu me inclino e deixo um selar bem demorado sobre seus lábios macios.

Eu sou real. Estou com você e não sairei daqui. 

Yuri grudou em mim como uma criança assustada e eu fiquei deitado com ele, afagando seus fios loiros mal pintados. O menor chorou por mais 15 minutos seguidos até que finalmente adormeceu.

Dois dias depois, o caminhão havia terminado de entregar as coisas de Yuri em minha casa. Mas ainda faltavam algumas coisas para resolver em seu antigo apartamento. Então apenas deixei um bilhete que dizia para onde eu ia e que ele poderia ficar tranquilo em minha casa, já que havia um sistema de segurança eficiente. 

Em seguida, fui até seu antigo apartamento, paguei o último aluguel e recebi alguns papéis para Yuri assinar. Depois, fui até um pequeno restaurante com Yamada, com o objetivo de explicar a situação de Yuri e perguntar o que eu poderia fazer para ajudá-lo. Mas confesso que me decepcionei um pouco, já que mal consegui conversar sobre isso com ela e, tal encontro que era apenas para falar sobre meu namorado, pareceu mais um almoço casual. Acabei perdendo a noção do tempo e voltei para casa já no começo da noite.

Estou de volta. — Anunciei ao entrar em casa. — Ah, está chovendo bastante lá fora, eu odeio isso.

— Eu achei que você não voltaria hoje... — A voz entristecida soou.

Ah, bem... Acabei perdendo um pouco a noção de tempo por causa da conversa que tive com Yamada.

— Taiyou? Você esteve com ela esse tempo todo?

Eu começo a me sentir estranho, sem saber exatamente onde Yuri queria chegar falando nesse tom desdenhoso.

Sim, eu estav-

— Me deixou sozinho por uma mulher...?

Eu deixei um bilhete em cima da mesa dizendo tudo o que eu iria fazer hoje. Me encontrei com ela porquê queria saber um jeito de te ajudar.  — Eu me aproximo, notando seu rosto extremamente inchado de tanto chorar. — Por que está agindo assim?

— Não é nada. Me desculpe, por favor. Apenas não vi o bilhete que tinha deixado. — Ele recua do meu toque e começa a se dirigir até a cozinha. — Estou com fome, acho que agora me sinto mais tranquilo para fazer minha refeição.

Vou preparar algo para você come-

— Eu consigo fazer sozinho! — Ele me interrompe.

Fique tranquilo, vá tomar um banho, eu cozinho para nós. — Eu abraço meu namorado por trás e deixo alguns beijos na curva de seu pescoço. — Não estou afim de morrer intoxicado pela sua comida hoje.

Touch  Him  •  [Sakusa]Where stories live. Discover now