03 - Violetta?

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              N í c o l a s    G r e n t.

Naquela tarde, eu passei assistindo séries na enorme televisão que existia na " minha" casa e comendo vários tios de coisas confortavelmente.
Depois de maratonar Grey's Anatomy desisti de ficar parado em frente  a televisão sem fazer nada.
Uma coisa que eu gostava de verdade era pintura.
Peguei um monte de sprays que eu havia trazido que casa e coloquei algumas cadeiras em cima das outras para eu poder subi. Liguei a caixa de som em um volume considerado alto. Só faltava o síndico aparecer querendo que eu desligasse.

A música Hold on começou a tocar na caixa. Eu não gostava muito daquela música porque ela era triste; mas ela  me dava inspiração para desenhar, pintar e até escrever frases.
Comecei a desenhar o que a música representava:  tristeza, amor, e fé. Claro que como um toque de mágica, aquilo ficou bom. Tirei uma foto e resolvi mandar para a minha mãe.

"Eu aqui tentando acabar com o tédio".

Cliquei no botão para enviar a foto. A música acabou e veio outra. Drivens License.
Aumentei o nível para mais alto. Nem ligava para a bronca do síndico.
Observei o desenho e estava bom demais. Fiz nas outras paredes, em meu quarto, nos corredores e tudo aquilo gastou tempo. Quando terminei estava cansado de mais.
Levantei do sofá, pelo qual eu estava caído desde que tinha terminado o serviço e fui para o quarto tomar um banho.

Fixei o olhar nos desenhos que eu havia desenhado. Eram jogadores de free fire. Se uma pessoa vinhesse aqui, ia até dá um ataque do coração. Ri disso sozinho e fui para o banho.
Quando sai, vesti só um short moletom e fiquei sem camisa mesmo. Enquanto penteava minha franjinha de frente para o espelho, senti como se estivesse sendo observado.
Afastei os pensamentos e me concentrei em acabar com os fios rebeldes que insistia em cair sobre os meus olhos.

Continuei com a sensação. Era estrango de mais. Parecia que ia me queimar. Fui até a janela que estava aberta e olhei para a janela da vizinha e não vi ninguém.
Mas a janela dela estava aberta. Será que ela está me espionando? Não! Aquilo seria inusitado. Balancei a cabeça e desci as escadas para ir a cozinha.
Liguei a televisão de novo, que já estava passando Flor do Caribe. Eu gostava daquela novela, então deixei lá enquanto fazia minha janta.

O mínimo que consegui fazer foi um arroz, bife, e esquentar o feijão que havia cozinhado na hora do almoço. Fiz um suco de Uva e fui jantar. Até que tava bom.
Minha madrasta me ensinou a cozinhar quando eu tinha uns quinze anos, então, aquilo claramente foi usado para alguma coisa. Levei toda a louça que sujei para a pia e fui para a frente da televisão para terminar de assisti a novela.
Mas bem na hora que eu ia assistindo, a luz acabou. Escutei um grito da vizinha. Será que ela tem medo do escuro?

Escutei alguém bater na porta. Levantei do sofá e fui até a mesma, abrindo logo em seguida. Me assustei quando vi a baixinha ruiva na porta. Sua expressão era de medo e pavor.
Desci o olhar e vi que a mesma só estava com um pijama se unicórnio.

— Posso ficar aqui com você? Eu morro de medo do escuro. — engoliu em seco.

— Claro. Entre! — dei passagem para entrar e ela entrou. Ela caminhou lentamente até o sofá e se sentou lá.

— Desculpa mesmo. Eu tenho pavor do escuro. Desde pequena. — ela pensou que eu iria ri.

— Eu também tenho pavor de gatos. Tenho medo. — deixei escapar.

Imagine a estúpidisse que é, um garoto de dezoito anos, que morre de medo de gatos.
A verdade é que, sempre tive. Anos antes, assisti a novela cúmplices de um resgate, acabei morrendo de medo da Meire. Até do gato de botas tenho medo.

— Sério? — perguntou e eu assenti. — Eu tenho um gato n minha casa; ele é engraçado, carinhoso e bastante preguiçoso. O nome dele é Thom. — seus olhos brilharam quando ela falou do tal gato.

— Pois saiba que eu nunca irei na sua casa. — debochei rindo. — Eu tenho medo. Aqueles olhos grandes me encarando...— balancei a cabeça em negação.

— Entendo! — olhou para mim. — Quando eu era pequena, eu fui no quarto do meu avô que tinha morrido...— pude perceber que ela tentava se lembrar do acontecimento. — Enquanto eu estava lá, a luz acabou e eu fiquei la dentro, sem ninguém em casa. Depois disso, nunca mais eu quis ficar no escuro. Desde então. —Disse eu tive que me controlar para não ri.

— Que grosseria a minha. Não sei seu nome. — me lembrou.

— Nícolas. — estendi a mão e ela a apertou. Nossas mãos apertadas deram uma chispa de eletricidade. Parecia que ela também sentiu,  por que me olhou sorrindo.

— Meu nome é Violetta! — disse baixinho.

— Violetta? — Que nome lindo! Nunca tinha visto um nome tão lindo como aquele.

— Sim! O nome da minha avó era Violetta, então minha mãe me colocou esse nome. Eu vivo revendo elogios por isso. Mas eu nem sei se é bonito. — colocou uma mecha do cabelo de trás da orelha.

— É um nome lindo. — queria olhá- la nos olhos, mas seu olhar estava longe.

— O que você faz, Nícolas? — puxou assunto.

— Bom, eu nunca disse isso para ninguém, mas eu gosto de desenhar, fazer diversas pinturas. — sorri a lembrança dos meus dias tentando imaginar formas de fazer desenhos.

— Isso é um máximo! — exclamou cheia de alegria.

— E você? Digo, o que gosta de fazer?

— Dançar. Como sou novinha, dezoito anos, ainda não arrumei um emprego nessa área. Mas já fiz várias coreográficas para histórias de danças, igrejas, canais no YouTube e para algumas pessoas que conheço. Só isso já faz de mim uma dançarina. Gosto de ver como as coisas mudam quando a gente dançamos. Tenho um parceiro de dança, e juntos já fizemos coreografias para a Brodway e vários outros estúdios.  —  seu discurso estava cheio de dedicação, alegria e felicidade por ser uma área que ela gostava.

— Uau! — exclamei.

E então, ela era mesmo espetacular. A Brodway fica aonde? Nova York.

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Seguinte...

" Posso mudar de assunto por você. Mudar minha vida por você, não me diz que você não faria o mesmo."

A GAROTA DA JANELA Where stories live. Discover now