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É considerado masoquismo querer te provocar só para poder apreciar a sua expressão irritada?Se for, me desculpe, mas amo eu sua cara de bravo

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É considerado masoquismo querer te provocar só para poder apreciar a sua expressão irritada?
Se for, me desculpe, mas amo eu sua cara de bravo.

   Me arrumei na cadeira, tentando encontrar uma posição melhor para me sentar, ao fazer isso, podia sentir o seu olhar praticamente me fuzilando, contudo, não o olhei de volta, pois se fizesse isso, sabia que faria o que Kageyama queria

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   Me arrumei na cadeira, tentando encontrar uma posição melhor para me sentar, ao fazer isso, podia sentir o seu olhar praticamente me fuzilando, contudo, não o olhei de volta, pois se fizesse isso, sabia que faria o que Kageyama queria. E isso não era possível. Não no momento.
      Ele suspirou outra vez.
      Eu chutei sutilmente sua canela, o encarando com cara feia.
      Como o bom adulto maturo que é, Tobio me mostrou a língua.
      Notando que eu estava sério, ele me lançou um olhar de: Por favor, vamos para casa.
     E eu retruquei com um: Quieto ou você vai dormir na sala.
    
        Voltei minha atenção aos garotos à minha frente, que discutiam ferozmente sobre qual cor de gravata deveriam usar em um casamento que iriam daqui há uma semana.
      Atsumu balançou o celular na minha frente, mostrando uma gravata vermelha xadrez.
— Diga a verdade, Shoyo-kun. Vermelho combina muito mais comigo do que com o Samu! — exclamou, parecendo convicto.

       O gêmeo de cabelos escuros cruzou os braços, esperando uma resposta.
— É, Shoyo-kun, diga a verdade.

       Meu olhar intercalava entre os irmãos e o celular.
        Eu sabia que dependendo da resposta que desse, teria que lidar com futuras represálias, já que, mesmo tendo, aparentemente, uma personalidade diferente da de Atsumu, Osamu ainda era seu irmão e, por mais que negassem, em termos de drama eles eram empatados.
— E por que vocês não usam a mesma cor? — perguntei, tentando fugir da resposta.

     Atsumu bufou.
— Porque não!

    Ao contrário do irmão, Osamu parou de bebericar o seu suco para me olhar e esclareceu:
— Somos diferentes em muitos sentidos, Shoyo-kun. Ainda assim, em termos de aparência, sempre acabamos sendo comparados — suspirou. — É meio irritante, sabe? Não gosto de ser comparado com esse acéfalo.

       O loiro se levantou, batendo bruscamente na mesa.
— Eu também não gosto de ser comparado com você, seu estúpido! — exclamou, parecendo bastante ofendido.

       Ao meu lado, Kageyama revirou os olhos.
Vocês são praticamente a mesma pessoa — resmungou baixinho. Por sorte, só eu ouvi.

— Além disso — Atsumo continuou.—, eu sou bem mais bonito, não sou, Shoyo-kun? — perguntou, abrindo um sorriso convencido.

      E isso quase se tornou o estopim para a Terceira Guerra Mundial, porque ao ouvir a pergunta, Kageyama fechou a cara e ficou me encarando de maneira irritada.
     Seus olhos azuis ficaram mais escuros, coisa que, misteriosamente só acontecia quando ele estava muito bravo. Ajeitando-se na cadeira, ele cruzou os braços, quase como de estivesse dizendo: Ande, responda ele, Hinata Shoyo.
       Aquela não era uma situação muito agradável de se estar, afinal de contas, meu ex-namorado, seu irmão e meu atual companheiro estavam me encarando mortalmente esperando uma resposta sincera. Entretanto, os outros dois precisam me perdoar, porque meus olhos só conseguem focar na imagem do homem irritado à minha frente. Que inferno, Kageyama, por que você precisa ser tão atraente?
         Não conseguia tirar meus olhos dele.
       Era algo hipnótico.
       Tinha algo nele bravo que me excitava.
        Talvez fosse o tom escuro dos seus olhos ou o bico que ele fazia de maneira inconsciente. O fato era que: Ele ficava estupidamente bonito assim.
       Naquele momento, eu rezei para que Deus me ajudasse e ele de fato ajudou, porque no instante seguinte, o celular de Atsumu tocou e era Oikawa Toru que estava ligando para ele. Sim, nem me perguntem como Atsumo e o Grande Rei se tornaram amigos. É uma história tão complicada que nem gosto de lembrar.

           Atsumu pediu licença e foi atender a ligação, levando Osamu consigo. 
           Ficamos Tobio e eu sozinhos na mesa, e isso não alivava muito a tensão.
— Kageyama — comecei a falar, mas fui interrompido.

— Não gosto de você perto dele — começou a resmungar. — Sempre os vejo juntos, fico imaginando ele te tocando, beijando você e isso me deixa... tão puto! — sussurrou a última parte.

    Segurei a sua mão e comecei a acariciá-la.
— Você sabe que não sinto mais nada por ele, não sabe? — ele assentiu. — E também sabe que agora ele tá noivo, não é?

   Kageyama suspirou pesadamente, em seguida, entrelaçou nossos dedos, os apertando forte.
— Desculpe, eu só não consigo evitar — ele parecia triste e isso fazia com que meu coração apertasse. Após o conhecer por tanto tempo, eu sabia perfeitamente o quão inseguro ele poderia ser. E, intimamamente, me sentia aliviado ao constatar que Tobio confiava em mim o suficiente para falar sobre isso. — Shoyo... — sussurrou. — Você sabe que eu nunca vou te proibir de falar com quem quiser, não sabe?

— Eu sei, não se preocupe.

   Seus olhos se fixaram no meu rosto, me deixando levemente corado. Mesmo depois de todo esse tempo, tê-lo me olhando com tanta intensidade ainda me faz agir como um garotinho do colegial.
— Você fica tão bonito assim, mexerica — sussurrou, me roubando um selinho demorado.

     Detalhe: Apesar de tentar disfarçar isso, ele também estava corado.
   Revirei os olhos, mas acabei sorrindo, enquanto escondia o rosto na curva do seu pescoço.
— Você também, idiota — murmurei.

5 coisas que amo em você | Por Hinata Shoyo [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now