a vida é boa com você.

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Carina. 

Estava terminando de me arrumar para o trabalho quando Maya chegou. 

- Hey. - Enunciei, sorrindo em sua direção. Minha namorada tirou sua máscara e caminhou até mim, se aproximando para me beijar e quase fiz o mesmo, mas lembrei que precisávamos tomar cuidado. - Humhum, banho primeiro! 

- Está falando sério? - Eu sabia que ela não gostava nada daquilo, e nem eu, mas era necessário.

- Bambina, não podemos nos arriscar! 

- Ok, sinto muito. - Respondeu, tirando seu casaco. - Mas qual é o lance da cozinha virando uma adega de queijos? - Sua voz era claramente irritada. 

- Me faz lembrar de casa... - Afirmei, não era a primeira vez que tocávamos naquele assunto. 

- Eu sei, você já disse, mas... 

- Maya! - A cortei. - Minha casa está completamente assustadora agora. Está pior do que aqui, e aqui já está bem ruim. Estou com medo pelo meu pai! Ele nunca foi de seguir as regras e... Não posso estar lá para cuidar dele e garantir que faça a coisa certa. Então... É bom olhar em volta e recordar de boas lembranças da Itália ao invés do constante medo e da preocupação! - Respondi enquanto terminava de colocar o meu café em um copo térmico.

- Me desculpe... - Ela disse e sabia que estava sendo sincera, mas precisar ter novamente aquela conversa me deixava chateada. 

- Não precisa se desculpar. - Falei enquanto guardava o café e pegava minha bolsa. - Vou ajudar a trazer bebês fofos para esse mundo assustador. - Saí de lá, batendo a porta com mais força do que gostaria. 

Estava chegando ao hospital quando vi meu irmão no estacionamento.

- Buongiorno. - Cumprimentei.

- Carina! - Ele logo fez um sinal para que eu ficasse quieta e um gesto com as mãos, indicando que eu me aproximasse.

- O que foi? - Olhei para trás, tentando entender o que estava havendo ali. 

- É a mulher que trouxe aquela garota, Cindy. - Apontou com a cabeça. - Erin. Erin Banks. Lembra-se dela? - Seu tom carregava um misto de desespero e ansiedade.

- Andrea... - Tentei argumentar, mas logo fui cortada. 

- Carina, juro que é ela! - Olhei através do local mais uma vez, tentando me certificar e já me preocupando com a sua condição. - Carina, guardami. Sto bene e ne sono sicuro. Credimi, è lei. (Carina, olha para mim. Estou bem e estou certo. Acredite, é ela.)

- Va bene, ora chiama la polizia! (Está bem, agora chame a polícia!) - Pedi, já começando a ficar nervosa com toda a situação. 

- Chame você. Eu já a deixei fugir uma vez, não farei isso de novo! - Respondeu, já indo em direção a sua moto. 

- Está bem, está bem, mas eu dirijo! - Não podia deixá-lo fazer aquilo sozinho, e já que ele faria de qualquer forma, eu estaria ao seu lado para me certificar de que ficaria tudo bem. 

Fomos em direção ao meu carro e logo estávamos seguindo o veículo em que Erin se encontrava. Precisei manter uma pequena distância para que a mulher não desconfiasse  que estava sendo seguida, mas sem perdê-la de vista.

- Vá mais rápido! - Meu irmão praticamente gritou quando percebeu que Banks estava acelerando e prestes a virar em um cruzamento. 

- Andrea, isso é loucura, temos que ligar para a polícia! - Eu segurava o volante com tanta força que os nós de meus dedos estavam brancos.

marina tales | oneshotsWhere stories live. Discover now