capitulo 32

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Luiza: 3 semanas depois

- Paris?- pergunto para Leonardo para ter certeza.

- Sim Luiza, como tenho negócios aqui preciso que me represente na empresa por alguns dias.- ele diz sorrindo para a minha animação.

- Ai meu deus, eu vou para Paris.- digo assim que abro a porta do meu apartamento para entrarmos.

Faz duas semanas que acharam a chave do apartamento, fiquei uma semana na mansão de Leonardo e agora dividimos nosso tempo entre aqui e sua casa.

Nossa relação esta indo muito bem, ótimos no trabalho e perfeitos fora dele.

De algum modo ainda tenho minhas dúvidas em relação a nós. E sabendo disso Leonardo ainda nao avançou sinal, nessas três semanas nunca passamos para nada alem de beijos e mão boba.

Nao que eu esteja reclamando, ele apenas esta me dando um tempo para que eu possa ter minhas certezas.

- Pai?- grito por ele assim que entramos.

Há uma semana meu pai veio para ficar comigo en Londres, ja deu entrada nos papeis de divórcio e como ele sabe que o litigioso vai demorar um pouco para sair ele veio em busca de paz.

Mas como a fama de bom advogado o precede, assim que meu pai colocou os pés em Londres, várias empresas e escritórios de advocacia o procurou para contrata-lo.
Então depois de apenas alguns dias meu pai aceitou uma das ofertas.

- Ele deve ainda estar no trabalho.- digo para Leonardo que me abraça por trás.

- então vamos aproveitar.- ele diz colando minha boca na sua.

- para.- digo entre beijos e outros.- Voce me trouxe para eu me trocar, temos um jantar importante.

- Podemos ficar aqui so nos dois.- ele diz beijando meu pescoço e eu rio.

- Não, não podemos e você sabe disso sr. Moore.- digo para ele que se afasta com a cara emburrada.

- Sei sei, entao vai logo de arrumar.- ele diz e eu corro para o quarto.

Pego minha roupa que havia separado especialmente para esse jantar. Vou para o banheiro e tento fazer tudo rapidamente para Léo nao espere muito.

Mas ainda sim levo uma hora pra que eu possa terminar de me trocar e aparecer na sala.

- Olha so se a espera não valeu a pena.- ele se aproxima me beijando.

Nesse momento a porta do apartamento se abre e meu pai entra.

- Oi querida, esta linda.- Meu pai diz quando se aproxima de mim e beija minha testa.- Leonardo.- eles se cumprimentam.

- Temos um jantar importante para ir, prometo trazer ela cedo.- Leonardo brinca com meu pai.

Ele sabe sobre nos, ele é a única pessoa de quem eu nao esconderia isso.

- Se for trazer ela cedo, voce é um idiota.- meu pai diz e some no corredor em direção ao seu quarto.

- Voce ouviu isso?- ele me pergunta enquanto eu gargalho.

- Vamos, estamos atrasados.- digo o puxando para a porta.

- a culpa é sua.

Depois de tanto enrolarmos, meia hora depois paramos em frente ao restaurante.

Chique e elegante, o restaurante é frequentado pela mais alta classe de Londres.

O nosso jantar acontecera em uma sala privada, onde investidores e clientes importantes nos esperam.

É um grande desafio trabalhar em Londres e diretamente com Leonardo, meu trabalho dobrou mas ainda sim, Leonardo compensa comigo todos os dias que nos sobrecarregamos no escritório com jantares românticos, passeios e ate uma tarde de domingo no sofá.

Ele é perfeito, minha insegurança quanto a isso ja devia ter passado, mas ainda há resquícios desse medo de nao dar certo.

Assim que entramos na sala, todos se levantam para cumprimentar o presidente.

Mas ali esta uma surpresa nada agradável, acompanhada de um dos nossos maiores clientes, bianca nos olha com desgosto.

Assim que passamos os cumprimentos, vamos nos sentar.

Por mais que bianca esteja presente, nao me deixo irritar por seus olhares furtivos a Leonardo ou ate mesmo de puro ódio para mim.

Mas pude sorrir com sua cara de surpresa ao descobrir que eu era Luiza.

Ela nao abriu o bico nenhuma vez, apenas para entreter seu convidado no qual parece fascinado com sua beleza.

Mas o buchicho apos o jantar acabar sobre uma das comidas mexeu comigo.

Ouço bianca conversando com duas outras acompanhantes sobre uma terceira.

Essa no qual é casada com um dos nossos investidores mais velhos, uma mulher de 40 e poucos anos.

Mas a conversa nao era sobre a idade, ou ate mesmo a relação perfeita que ela aparenta ter com o marido.

Não, e sim sobre o peso dela. Dizem que por ser rica ela deveria se cuidar, e ouvi muito bem elas dizerem que a mulher come igual uma porca.

Aquilo ja estava me tirando do serio, mas quando olho meu prato um sentimento estranho me abate.

Enjôo.

Pego licença e vou ao banheiro, quando chego e me olho no espelho é como se eu me sentisse inchada.

Me sinto tao fora de sintonia, que quando vejo ja estou sentada no chão do banheiro com meu dedo na garganta.

Tudo oque eu queria era tirar essa sensação de mim. De estar inchada, de não ser aceita.

Mas assim que acabo percebo a gravidade da minha situação, eu nao posso deixar que isso aconteça de novo.

Nao é certo.

Assim que saio do banheiro e me olho no espelho eu me sinto tão bem que quase todo o arrependimento que senti por ter vomitado vai embora.

lavo minhas maos e ouço a porta do banheiro se abrindo.

- olha só se não é a ex-baleia.- ouço bianca dizer ao entrar no banheiro.- sabe eu estava me perguntando por que ainda nao tinha visto a secretaria gorda do chefinho, mas ai voce esta assim toda magra.

- cala a boca bianca, não me taca esfolar sua cara no chão.- digo para que rí.

- sabe, uma gorda sempre vai ser gorda independente de quanto ela pesa.- ela diz e nesse momento eu poderia dar na cara dela, se ao dizer isso minha vontade de vomitar novamente nao tivesse voltado com força.

Fecho meus olhos refreando a vontade e saio do banheiro sem nem mesmo olhar para trás.

Encontro Leonardo no caminho me esperando.

- Voce esta bem?- ele me pergunta avaliando meu rosto.

- nao to me sentindo bem, pode me levar para casa?- pergunto

- claro, vamos.- ele diz e nos despedimos dos convidados

Vamos embora em silencio no carro, e a todo momento a sensação dos meus dedos na garganta nao me deixa.

- amanha é domingo, descanse. A empresa ja comprou suas passagens pra segunda de manha cedo.- ele diz e se aproxima para me beijar, mas eu apenas viro o rosto.

E beijo sua bochecha.

Nao posso beija-lo apos ter  vomitado.

- obrigada Léo.- digo para ele que apenas dá um sorriso contido.

Me despeço e subo para o apartamento.

As luzes estao apagadas, oque quer dizer que talvez meu pai ja esteja dormindo.

Pego roupas confortaveis no guarda roupa e vou para o banheiro.

Mas assim que passo em frente ao espelho eu paro.

E de novo a sensação de estar inchada por ter comido no jantar me abate.

Minha garganta coça e minha respiração fica pesada.

- Oque esta acontecendo comigo?- deixo que as lagrimas caem com o medo que me assola.

Secretariamente AmadaWhere stories live. Discover now