Leonardo Moore:
- como?- ela pergunta me olhando.
- Deixe que eu te carrego.- digo novamente.
Ela me olha e sorri. Um sorriso encantador eu diria.
- Não é necessário sr. Moore.- ela fala ao tirar os saltos e se levantar.
- É Leonardo.- digo para ela.- vem, vou te levar para casa.
Começo a descer as escadas e ela me segue.
- Não é necessário sr. Mo... Leonardo.- ela diz e se corrige.- eu posso pegar um ônibus.
- Não com os pés machucados e descalços.- digo e descemos mais alguns degraus.
Vejo que ela para de me seguir e abre a boca para dizer algo. Sabendo que iria tentar negar a carona eu a interrompo antes mesmo que possa falar.
- E se tentar dizer não novamente, eu mesmo irei te carregar ate o carro.- digo voltando poucos degraus e ficando na mesma altura que ela que esta alguns degraus acima.
Seus olhos me olham chocados.
- Não pode fazer isso.- ela diz fracamente.
- se tiver curiosa pode tentar descobrir.- digo a encarando e logo ela desvia o olhar.- ou pode vir comigo, já cansei dessa empresa por hoje srta. Pontes.
Volto a descer as escadas sem esperar sua resposta.
Ouço seus paços atrás de mim e logo sei que ela me segue.Quando finalmente descemos todos os andares ate a garagem, respiro fundo sabendo que logo poderei chegar em casa e descansar.
Assim que entramos no carro, o couro macio com ajuda do ar frio relaxa nosso corpo.
LIGO o carro e saio da garagem.
Quando começo a me aproximar de sua casa eu percebo o quão próximos nos moramos.
- Não sabia que moravamos tão perto.- digo.
- As vezes preciso ir em seu apartamento deixar pastas e encomendas, facilita morar perto.- ela diz.
- certo.
Dirijo pela cidade enquanto a noite caia, por causa do horário pegamos muito trânsito e levamos 30 minutos para chegar em seu apartamento.
Olho para o lado esperando que ela ja esteja se aprontando para sair e a encontro dormindo.
Sua feição delicada mostra que ela estava cansada, tão cansada que nao conseguiu esperar para chegar em casa.
Tiro o meu cinto e me aproximo dela.
- Luiza?- digo a chamando.
Ela vira um pouco seu rosto mas não acorda, olho para a mecha de cabelo em seu rosto e delicadamente eu tiro.
- Luiza, acorde.- eu a chamo novamente.
Quando ela abre os olhos minha mão ainda esta em seu rosto.
- chegamos.- digo me afastando dela.
- oh.- ela parece confusa por um momento e eu sorrio com isso.
- deixa que eu abro a porta para você.- digo e saio do carro dando a volta e abrindo sua porta.
Luiza sai de dentro do carro e me olha nos olhos.
- obrigada Leonardo.- ela diz.
Eu poderia sorrir por ela não ter me chamado de sr. Moore novamente, mas a sua mecha de cabelo teimosa voltou para o seu rosto. E sem que eu perceba já estava tirando ela de seu rosto e colocando atrás da orelha.
Assim que eu a olho novamente sinto sua timidez. Olho para baixo e o momento fica constrangedor.
E durante os segundos de silencio que se segue percebo que Luiza ainda esta descalço.- você precisa entrar, pode machucar seus pés.- digo para ela.
- obrigada novamente.- ela diz ainda tímida.
Ela se afasta de mim e caminha para a calçada.
- Luiza!- eu a chamo sem nem mesmo saber oque dizer.
- sim?
Eu a olho por um momento e dou um passo em sua direção, mas sem entender minhas ações eu paro.
- coloque sapatos confortáveis amanha.- digo para ela que me olha e sorri.
- claro sr. Moore.- ela diz e pelo tom de voz ela brinca com meu nome.
Sorrio ao ve-la entrando.
Depois de alguns segundos percebo que estou parado como idiota na rua e então vou para o lado do motorista do carro.
- Oque estava fazendo com a minha Luiza?- ouço a voz assim que abro a porta do carro.
Me viro para me deparar com um cara alto.
- Sua Luiza?- pergunto fechando a porta do carro e o encarando.
- Escuta aqui, eu vi oque voce fez aqui. Então acho bom ficar longe da minha garota.- ele diz me ameaçando.
- Então é o namorado dela?- pergunto.
- Isso mesmo.
- Então por que não veio interferir quando ela ainda estava aqui e só ficou olhando?- pergunto me aproximando dele.
- Não é da sua conta.- ele diz.
- sabe, Luiza nunca mencionou um namorado enquanto estávamos juntos hoje.- digo e sei que estou passando dos limites.
- Luiza nunca ficaria com você.- ele diz sorrindo.- e sabe como eu sei disso?
Sua pergunta me causa desconforto.
- Me diz como.- digo com uma falsa tranquilidade.
- Por que ela sabe que qualquer interesse que tiver nela é porque ela esta magra e bonita agora.- ele diz.- Ela sabe que voce nunca se interessaria por ela antes. MAS EU ESTIVE DO LADO DELA!
Suas palavras me acertam em cheio. Eu sou tão babaca assim a ponto de so prestar atenção em Luiza agora?
Mas em que merda eu estou pensando? Não possi fazer isso e afastar Luiza.- não se preocupe comigo, mas eu acho que é Luiza que deve escolher com quem ela ficará.- digo somente para provoca-lo.
Nao dou tempo para que responda, apenas entro em meu carro e saio dali.
Como eu sou um babaca, ele tem razão. Talvez eu nunca olharia para Luiza como estou olhando agora.
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Secretariamente Amada
RomanceLuiza é uma mulher pluz size que finge nao ligar muito pra opinião dos outros. mas ao contrario do que pensam, as ofensas, as indiretas e ate as piadas a machucavam. Só havia uma pessoa que a tratava com respeito, seu chefe. Eles mal se viam, mas fa...