terezinha

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como a forma de mulher sem forma
também não sei que cor estou
a pior delas a pior delas
vermelho nas mãos e roxo no peito
roxo velho. desgastado de sol, desfiando dos pés que tracionaram tentando limpar as mãos drummonzadas.
tem que ser cortadas!!!! não sou pia nem toalha!!!
as pernas, verde musgo. fraco.
nem me levante que desmancho como o jovem do milagre.
mas só nesse instante.
quando mudo de posição
já não sei que cor sou.
tão convexa, me vejo côncava.
como uma nova moça bem velha senhora sem forças para sustentar a coluna que carrega esse coração pesado pesado pesado, roxo, mas só agora.
apoio nos joelhos, viro o queixo, mas ninguém olha ao lado.
mas aqui
há tantos olhos.
vêem essa cidade em recortes, em cor, em inseto, em linhas largas que se juntam.
e o ponto que sou? sobre esse recorte, sobre essas linhas...
que cor?
a pior delas a pior delas.
é que nesse ponto mais nada importa.

Amor tem mais que quatro letrasWhere stories live. Discover now