despedidas//desgaiolei

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entre suas viagens tantas
não me vejo destino
nem me vejo história.
vive tantas curvas caracóis em toda memória,
que já homem se eterniza menino.
o mundo é vasto
e para o meu azar: sabes.
não te sou gaiola, arara
sou bem-te-vi que só queria voar 
ao seu lado dividindo os ares,
as vistas, os ombros e o cantar.
arara vermelha,
te coroei remetente dos meus versos,
esquecidos na casa esquecida,
na gaveta a empoeirar...
entre suas viagens tantas
não me faço destino nem história,
me faço eterna oratória:
palavras de poeta não sabem murchar.
não estarei aqui, arara querida,
quando cansar-se e por-se a voltar
mas na tua gaveta,
vermelha viajante,
arara inconsoante,
sim,
ali meu amor vai, para sempre,
morar.

Amor tem mais que quatro letrasOnde histórias criam vida. Descubra agora