2 | Garoto Irritante...

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Mariana Aliperty

Já eram quase 13h30 quando decidi aproveitar o sol e nadar um pouco na piscina, pois já fazia mais de 3 meses que eu estava morando aqui e ainda não tinha usufruído daquela maravilha.

Então aproveitei a saída da minha mãe, vesti um biquíni, peguei a minha saída de praia e desci, encontrando Olívia na sala que parecia limpar as coisas com muita presa.

Franzi o cenho para toda aquela sua agitação e quando notou a minha presença, avisou que havia deixado uma bandeja de lanche para mim em cima da bancada, pois hoje o almoço iria atrasar um pouco.

Assenti, fui até a cozinha, peguei a bandeja, acrescentei uma garrafinha de cerveja e andei lindamente até a mesinha que ficava entre as espreguiçadeiras.

Tirei minha saída de praia, deixando-a jogada por ali e saltei naquela imensidão azul, sentindo a água bater em meu corpo quente e assim iniciei as braçadas, indo e vindo sentindo a água ficar um pouco mais quente a medida em que eu ia dando algumas voltas.

Eu não era uma boa nadadora, mas dava meu jeito, pois minha antiga escola possuía uma área de natação que podíamos usar no tempo livre, então eu aproveitava aqueles meus momentos de solidão para poder pensar na vida e tentar amenizar um pouco dos meus problemas.

Estava tão perdida em meus pensamentos, boiando tranquilamente naquele paraíso, relembrando bons momentos que vivi enquanto morava na Alemanha que não percebi quando passos de saltos altos se aproximaram da borda da piscina chamando a minha atenção.

Me ajeitei sobre a água e assim que olhei para cima avistei a minha mãe com um roupão branco estendido na minha direção.

Revirei os olhos sabendo que aquele era um convite para que eu saísse da água e fosse até ela.

Então subi as escadinhas da piscina, ignorei o roupão que me oferecia e forrei a minha saída de praia na espreguiçadeira sem dar nenhuma atenção a ela.

Pois havia transformado a minha vida em um inferno quando resolveu aceitar o pedido de casamento desse homem, sem nem o conhecer direito e me abandonou na casa da minha tia a mercê daquela filha dela que só fazia me atormentar.

Percebi quando bufou e sentou-se ao meu lado, talvez cansada demais para discutir sobre os meus modos de agir com ela.

— Até quando irá agir assim comigo? — Perguntou, alisando os seus cabelos que balançavam contra o vento quente da tarde.

— Eu não estou fazendo nada.

— Sei que não está feliz aqui, mas eu não posso fazer nada.

— Se você me colocasse como prioridade na sua vida, aí quem sabe eu pare de te ignorar.

— E quem disse que você não é a minha prioridade?

— Mãe, não finja que se importa e por favor, só fala o que você veio dizer e me deixa curtir o sol em paz. — Pedi, abrindo a latinha de cerveja, sabendo muito bem que ela odiava quando eu me entupia de álcool.

Mas eu não estava me importando...

— Só queria comunicar que o filho do Richard aceitou passar um tempo aqui. — Revelou, me fazendo tomar a cerveja em um só gole.

— Então quer dizer que terei companhia. — Ironizei, fazendo-a suspirar.

— Sim, e queria muito que você colaborasse para terem uma certa aproximação para manter as coisas equilibradas dentro dessa casa.

— Não sou obrigada a fingir bom humor para quem não conheço.

— Custa agir como uma pessoa normal? — Disse, puxando a latinha da minha mão e jogando-a numa lixeira que havia por ali.

A. F. D. M. M (Reescrevendo)Where stories live. Discover now