Dom Kaelione e os demais barões se divertiam na fazenda naquele dia, estavam felizes pela produção e pelo lucro que levariam pelo carregamento de açúcar, Catarina vendeu dez mil sacos para Kaelione e os outros vendeu para os outros barões e senhores de engenho que vieram de acompanhantes de Dom Kaelione.
Estava feito o negócio, agora o açúcar de Emanuel Regenas ia correr o mundo e Catarina seria conhecida.
A tarde foi chegando e o sol já se escondia pronto para dar seu lugar a grande lua que estava cheia e brilhava como uma grande bola de cristal. Dentro da sala de Catarina já se fazia os últimos acertos da venda e exportação do produto.
- Bom senhora Catarina, foi muito bom fazer negócio com a senhora, mas temos que ir embora logo antes que fique mais de noite, pois ficamos sabendo que por aqui costumam saquear carroceiros durante caminhadas noturnas!
Disse Dom Kaelione se levantando.
- Sim, sim, claro eu entendo, espero poder recebê-los um dia para dormirem em nossa fazenda!
Disse Catarina cumprimentando Dom Kaelione.
- Se for para tomar de seu café e comer daquele delicioso bolo de aipim, nos até compramos terras em sua fazenda!
Disse o barão do café sorrindo.
- Agora está feito nosso negócio, adorei conhece-la pessoalmente Catarina Regenas, pena que as companhias da senhora não sejam de bom agrado, mas aqui é Brasil e não Portugal, não é?!
Disse Dom Kaelione me olhando.
- Como assim?
Perguntou Catarina.
- Em Portugal, negros não costumam ser senhores de engenho e sim escravos!
Disse Dom Kaelione soltando a mão de Catarina.
- Mas como aqui é Brasil não podemos dizer nada!
Disse o senhor de engenho português que o acompanhava.
Saímos, todos já iam embora quando escutamos gritos de desespero vindo da parte baixa da fazenda, era Sebastião subindo com N'zinga segurando-a pelos cabelos.
- Aqui, minha senhora, a negrinha. Peguei-a tentando fugir pelo canavial!
Disse Sebastião puxando N'zinga.
- Ora, ora, ora... se não tiver negros fujões não é fazenda de escravos!
Disse Dom Kaelione indo na direção de N'zinga.
- É uma negra muito bonita, pena que é selvagem!
Disse ele segurando o rosto de N'zinga.
N'zinga rança e cospe no rosto de Dom Kaelione que se afasta dela fechando os olhos cheios de cuspi.
- Preta nojenta, mas o que esperar desse tipo de animal? Coloquem essa negra no tronco o que estão esperando?
Disse Dom Kaelione levantando o rosto e limpando o cuspi.
Sebastião olhou para Catarina.
- Vós ouvistes Dom Kaelione, leve a negra para o tronco!
Disse Catarina.
- Mas como assim?
Perguntei.
- Ela tem que pagar pela má criação!
Respondeu Catarina.
Segurei Catarina pelo braço.
- O combinado não era esse!
![](https://img.wattpad.com/cover/248294800-288-k701241.jpg)
YOU ARE READING
O Senhor de Engenho
Historical FictionAnrah vive a vida como um verdadeiro senhor de engenho, mas sempre com uma intensa batalha dentro de si mesmo devido ao fato de não aceitar a situação de vida dos negros no Brasil, até que as leis que nos chamam a razão fazem com que sua vida de sen...