Capitulo 26 "O GRITO DA LIBERDADE"

35 4 0
                                    

Dom Kaelione e os demais barões se divertiam na fazenda naquele dia, estavam felizes pela produção e pelo lucro que levariam pelo carregamento de açúcar, Catarina vendeu dez mil sacos para Kaelione e os outros vendeu para os outros barões e senhores de engenho que vieram de acompanhantes de Dom Kaelione.

Estava feito o negócio, agora o açúcar de Emanuel Regenas ia correr o mundo e Catarina seria conhecida.

A tarde foi chegando e o sol já se escondia pronto para dar seu lugar a grande lua que estava cheia e brilhava como uma grande bola de cristal. Dentro da sala de Catarina já se fazia os últimos acertos da venda e exportação do produto.

- Bom senhora Catarina, foi muito bom fazer negócio com a senhora, mas temos que ir embora logo antes que fique mais de noite, pois ficamos sabendo que por aqui costumam saquear carroceiros durante caminhadas noturnas!

Disse Dom Kaelione se levantando.

- Sim, sim, claro eu entendo, espero poder recebê-los um dia para dormirem em nossa fazenda!

Disse Catarina cumprimentando Dom Kaelione.

- Se for para tomar de seu café e comer daquele delicioso bolo de aipim, nos até compramos terras em sua fazenda!

Disse o barão do café sorrindo.

- Agora está feito nosso negócio, adorei conhece-la pessoalmente Catarina Regenas, pena que as companhias da senhora não sejam de bom agrado, mas aqui é Brasil e não Portugal, não é?!

Disse Dom Kaelione me olhando.

- Como assim?

Perguntou Catarina.

- Em Portugal, negros não costumam ser senhores de engenho e sim escravos!

Disse Dom Kaelione soltando a mão de Catarina.

- Mas como aqui é Brasil não podemos dizer nada!

Disse o senhor de engenho português que o acompanhava.

Saímos, todos já iam embora quando escutamos gritos de desespero vindo da parte baixa da fazenda, era Sebastião subindo com N'zinga segurando-a pelos cabelos.

- Aqui, minha senhora, a negrinha. Peguei-a tentando fugir pelo canavial!

Disse Sebastião puxando N'zinga.

- Ora, ora, ora... se não tiver negros fujões não é fazenda de escravos!

Disse Dom Kaelione indo na direção de N'zinga.

- É uma negra muito bonita, pena que é selvagem!

Disse ele segurando o rosto de N'zinga.

N'zinga rança e cospe no rosto de Dom Kaelione que se afasta dela fechando os olhos cheios de cuspi.

- Preta nojenta, mas o que esperar desse tipo de animal? Coloquem essa negra no tronco o que estão esperando?

Disse Dom Kaelione levantando o rosto e limpando o cuspi.

Sebastião olhou para Catarina.

- Vós ouvistes Dom Kaelione, leve a negra para o tronco!

Disse Catarina.

- Mas como assim?

Perguntei.

- Ela tem que pagar pela má criação!

Respondeu Catarina.

Segurei Catarina pelo braço.

- O combinado não era esse!

O Senhor de EngenhoWhere stories live. Discover now