O Amor

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A claridade lhe queimou a vista quando abriu os olhos e não reconheceu onde estava. Ao virar a cabeça viu que Alec dormia em uma cadeira ao lado da cama, a cabeça pendendo em um ângulo desconfortável. Sem fazer barulho Magnus sentou na cama e ela gemeu.

"Traidora" pensou.

Imediatamente Alec abriu os olhos e, ao ver Magnus, se levantou e sorriu.

- Como se sente?

- Estou ótimo - Magnus retribuiu o sorriso.

Alec se inclinou e tocou o rosto de Magnus com ternura e ele sentiu uma corrente elétrica percorrer-lhe o corpo.

- Fico feliz que esteja bem, mas não deveria ter se arriscado assim, podia ter morrido.

Magnus o encarou com os olhos felinos brilhando intensamente.
- Não me arrependo, por você eu faria tudo outra vez.

Alec recolheu a mão como se tivesse levado um choque e sua expressão se fechou.

- Não diga isso.

- Porque? É a verdade.

Alec balançou a cabeça e saiu do quarto. Magnus suspirou e terminou de se vestir. Saiu para o corredor e começou a caminhar em direção ao elevador.

- Aonde você vai? - ouviu a voz de Alec atrás de si.

- Para o meu apartamento - ele parou ainda de costas.

- Mas você precisa se recuperar!

- Não sou bem vindo aqui...

- É claro que é!

Magnus se virou lentamente, girando nos calcanhares. Alec estava parado no meio do corredor numa postura ao mesmo tempo rígida e ansiosa. Magnus deu um passo a frente.

- Você quer que eu fique?

- Você precisa se recuperar.

- Você quer que eu fique? - ele avançou e parou na frente de Alec.

- Você ainda está fraco... É o melhor... - Magnus passou as costas da mão na bochecha de Alec e ele desviou o rosto corando.

Magnus segurou o rosto de Alec e gentilmente o virou em sua direção, aproximou seus lábios dos de Alec e sussurrou.

- Você não respondeu minha pergunta. Você quer que eu fique, Alexander?

- Sim - Alec suspirou e fechou os olhos, no mesmo instante em que os lábios de Magnus capturaram os seus.

Foi um beijo terno e doce, mas quando Magnus tentou se afastar, os braços de Alec envolveram seu pescoço e aprofundaram o beijo.

Beijaram-se até ambos ficarem sem fôlego. Alec se afastou um pouco e tocou a marca no pescoço de Magnus.

- Nunca mais me assuste desse jeito - sorriu trêmulo.

Magnus apoiou sua testa na de Alec e fechou os olhos, sentindo o calor que emanava do corpo de Alec e absorvendo o momento.

- Eu te amo, Magnus Bane - Alec sussurrou.

- Eu também te amo, Alexander Gideon Lightwood, e não aguento ficar mais nenhum segundo longe de você.

Alec empurrou Magnus com força contra uma parede enquanto o beijava. Magnus enredou a mão no cabelo de Alec enquanto com a outra mão tateava a parede atrás de si. Sentiu uma maçaneta e sem pensar duas vezes a abriu, entrando no cômodo e puxando Alec consigo. Era um dos quartos não utilizados no Instituto.

Com um estalar de dedos Magnus trancou a porta e empurrou Alec em cima da cama. Voltou a beijá-lo, enquanto sentia as mãos de Alec passearem por seu corpo.

Fizeram amor de maneira lenta e intensa. Um filho do Anjo se unindo a um filho de demônio. Magnus sabia que aquilo era muito novo para Alec e foi carinhoso com ele. Sentiu a textura de cada uma das Marcas e beijou cada cicatriz.

Cicatrizes que os Caçadores de Sombras pareciam sentir orgulho de possuir.

Quando Alec se enroscou em Magnus e apoiou sua cabeça no peito dele, Magnus sentiu uma lágrima aflorar em seu olho. Alec levantou a cabeça e fitou Magnus um pouco preocupado.
- O que houve? Porque está chorando?

- Durante mais de séculos eu procurei o amor é já tinha perdido as esperanças quando você apareceu. Te amo tanto que chega a doer.

- Ah, Magnus - Alec beijou-lhe o peito - Você não tem ideia de como eu te amo também - ele tornou a erguer os olhos e encarou as pupilas fendidas de gato que Magnus possuía.

Todos os feiticeiros possuíam algo que os diferenciava dos seres humanos. Asas, dedos com membranas, chifres, lembrete de sua origem demoníaca. Magnus tinha apenas os olhos de gato, que o tornavam dono de uma beleza única.

- Só não entendo... Porque eu? Porque não... Jace...?

- Jace? - Magnus sorriu, colocando um braço atrás da cabeça como apoio, e rodeando Alec com o outro - É engraçado, não é? Todos sentem atração por Jace. Ele é lindo e tem consciência disso. Mas foi você que me atraiu. Você com seu sorriso tímido - traçou o contorno dos lábios de Alec com os dedos - Pra mim Jace é como o ouro e você a prata - Magnus passou o dedo pela bochecha de Alec e brincou com seu cabelo - Mas o que poucos sabem é que a prata é mais rara que o ouro.

- Você diz coisas tão lindas. Você é minha vida, Magnus. Sou capaz de ir até contra a própria Clave para ficar com você.

- Meu Alexander - Magnus suspirou - Meu lindo e corajoso Nephilin.

Alec tornou a apoiar a cabeça no peito de Magnus e adormeceu. Magnus o envolveu em seus braços com amor e de modo possessivo. Observou a chama bruxuleante de uma das velas e soube que finalmente tinha encontrado sua razão de viver. Todo o seu mundo estava em seus braços naquele momento e ele nunca fora mais feliz.

- Meu Alexander... - ele tornou a suspirar, enquanto as sombras do sono o envolviam e ele deixou-se flutuar.

O Amor é Mais (Malec) #Wattys2017Where stories live. Discover now