Quatorze

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Eu a ouvi batendo na minha porta meia hora depois. Fiquei feliz por um pouco de tempo sozinho. Tanto quanto eu não queria admitir, fiquei um pouco mais afetado por essa maldita ligação do que esperava. Pensei que fosse apenas uma maneira inteligente de deixá-la mais confortável comigo, então, quem sabe, avançar para um relacionamento mais físico.

Não sabia qual era o problema com o sexo, mas julgando pelo jeito como ela me afastou, não era pequeno. O jeito que ela agiu com indiferença ao ser atacada fora do nosso prédio me deu a horrível ideia de que talvez fosse isso. Talvez ela tenha sido estuprada. Não querer sexo seria uma resposta normal a isso. Como ela desejaria ter controle... especialmente sobre os homens. O que, por sua vez, também explicava o negócio do sexo por telefone.

Por mais horrível que fosse pensar que foi o que aconteceu, fazia mais sentido. Especialmente porque ela definitivamente tinha um desejo sexual saudável. E gostava de conversa suja. Jesus Cristo, aquele gemido...

Balancei minha cabeça, limpando minha nova mesa de jantar, sentindo-me ficar duro novamente com a lembrança.

Nunca me considerei um tipo que faz sexo por telefone. Isso parecia ser para pervertidos e perdedores. Ou maridos e esposas quando um deles estava fora da cidade. Não parecia ser um lance de um cara que definitivamente poderia sair e encontrar uma garota para levar para casa. Mas com Anahí, foi menos estranho do que eu esperava. Na verdade, pareceu a coisa mais natural do mundo.

Ela era diferente comigo do que era com os outros. Seus clientes habituais. Com eles, ela era barulhenta, com voz desagradável. E imunda. Foda-se, ela tinha uma boca suja. Mas comigo, ela parecia tímida e incerta. Talvez porque ela não estava usando sua máscara profissional. Não estava fingindo ser ninguém. Era apenas ela mesma.

E, ao mesmo tempo em que certamente gostaria de fazer com que ela usasse aquela boca suja comigo algum dia, queria que fosse ela. Não a operadora de sexo por telefone, Anahí.

Andei pelo apartamento colocando as coisas no lugar. Ainda estava trabalhando em muitos projetos, mas meu apartamento estava muito diferente da última vez que ela o viu. As paredes foram pintadas com uma cor laranja queimada quente. Fiz uma pequena mesa para sala de jantar, preta redonda, mesa de centro preta e comprei um sofá de couro preto. Estava um pouco... homem da caverna, e gostei. Sentia-me caseiro. O cacto estava no centro da mesa de centro.

Andei pelo corredor, entrando no meu quarto. Ainda não tinha chegado a este quarto. As paredes estavam nuas, um branco feio desbotado. Minha cama ocupava a maior parte do espaço, uma cama king-size gigante em um quarto de criança. Mas um homem precisava de uma boa cama. Entrei no meu pequeno armário e peguei uma camiseta cinza.

Então ouvi sua porta fechar. Fui para a sala de estar esperando sua batida. Mas não houve nada por muito tempo e eu poderia apenas imaginá-la fora da porta, braço levantado, tentando ter a coragem de bater. Foi pelo menos um minuto antes de finalmente bater.

— Ei, Dan, — ela disse quando abri a porta, sorrindo um pouco. — Você sabe... Vermont parece muito com Nova York.

— Fodida superpopulação, — respondi, olhando para ela, impossivelmente sexy em uma camiseta e legging. Como era possível?

— Então... — ela disse depois da droga silenciosa por um minuto. — Você está me convidando para...

Saí da porta e ela entrou, olhando ao redor. — Você já fez um puta trabalho, — ela disse, passando a mão pela mesa da sala de jantar. — Você fez isso?

— Sim, — respondi, sentindo uma pequena pontada de insegurança que era completamente ridícula.

— Uau, — ela falou, olhando ao redor, seus olhos caindo no cacto e um pequeno sorriso tocado em seus lábios. — Realmente gosto desta cor. É... aconchegante. — Ela se virou para mim, seus grandes olhos verdes encontrando os meus. — É isso que você queria me mostrar?

For a good time, call...Onde histórias criam vida. Descubra agora