03. Ventrue

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Oi, então, ehe. Eu sei, era pra eu ter postado mês passado, mas Dezembro foi um mês corrido e eu não consegui escrever :< Perdão pelo atraso.

Enfim, finalmente um capítulo novo fresquinho, espero que gostem. 


Os pensamentos que rondavam sua mente nas horas que passava desperto eram um pouco assustadores até para si mesmo que havia vivenciado toda a situação.

Pensou que talvez necessitasse de ajuda psicológica, mas como diria a alguém que seu problema era ter servido de comida a um vampiro e gostado da experiência? Provavelmente acabaria em um sanatório.

Passou pelo menos dois dias trancado no quarto, sem saber como lidar com os próprios sentimentos e com a vontade de procurar novamente o vampiro.

A sensação vivenciada era realmente algo sobrenatural, nunca em sua vida havia se sentido atraído por entorpecentes ou qualquer tipo de coisa lícita ou ilícita que o levasse a um estado fora da realidade ou que lhe causasse prazer, mas a sensação única proporcionada pelo rapaz de cabelos roxos se tornou sua exceção.

Podia sentir uma agonia e uma espécie de abstinência, um sentimento estranho e quente que parecia residir sob a pele sempre que lembrava dos braços o segurando com firmeza enquanto a pele era perfurada pelas presas afiadas.

Novamente um arrepio lhe atingiu por ter se permitido reviver o momento. Praguejando, cansado de permanecer na cama observando o teto, decidiu finalmente sair da espécie de casulo que havia construído para se sentir protegido, mesmo que aquilo só o fizesse pensar mais e mais.

A luz do dia atingiu a visão quando abriu a porta e um resmungo pode ser ouvido pelos outros residentes da casa que finalmente olharam surpresos para a presença que finalmente resolveu dar o ar da graça.

— Olha quem está vivo, Aparentemente eu estava certa por apostar que você virou um vampiro, já não aguenta mais a luz. — As palavras apenas fizeram Hueningkai resmungar mais alto, irritado com a menção ao tipo de criatura que adoraria esquecer.

— Me dá um tempo, to com dor de cabeça.

— Credo, que mau humor — a garota entortou o nariz para o irmão e voltou a assistir seu programa na tv enquanto ele caminhava para a cozinha.

Finalmente seu corpo pareceu se lembrar que estava com fome e o estômago se retorceu doloroso enquanto procurava algo na geladeira. A preguiça falou mais alto quando simplesmente foi até o armário e procurou por um pacote de macarrão instantâneo. Colocou a água para ferver e aguardou, ainda perdido em pensamentos.

Deveria procurar pelo outro e confrontá-lo? Será que ele ainda viria atrás de si ou sumiria agora que, aparentemente, tinha conseguido o que queria? Era mesmo tudo real ou os últimos dias de sua vida foram um sonho lúcido?

Colocou o macarrão para cozinhar e quase o deixou passar do ponto, tamanha era sua distração. Comeu sem muita pressa, o sentimento de vazio o assolando e o empurrando para uma ação futura a qual ele já tinha ideia de qual seria, apenas não desejava aceitar. Tinha, afinal, plena consciência de que era uma completa burrice e que o mais correto a se fazer quando um ser — que até então pensava fazer parte da fantasia — suga seu sangue, é correr para o lado oposto e não se jogar nos seus braços como uma oferenda.

Decidido a procurar por ele de noite, acabou voltando para seu quarto durante a tarde, mas dessa vez não se trancou ali como nos dias anteriores. Sabia que sua família já estava preocupada o suficiente com ele devido aos últimos dias. Não queria parecer um adolescente rebelde quando nem mesmo durante a adolescência tinha sido aquele tipo de pessoa.

Sob a Máscara da Camarilla • csb + hnkOnde histórias criam vida. Descubra agora