A proposta

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Sem perceber o quanto pareceu acuado, Sherlock deu passos pesados pra trás até bater as costas contra a parede. John o prensou com seu corpo, passou uma das mãos atrás de sua cintura e, com a outra, agarrou-lhe pelos cabelos da nuca e o puxou em direção a si. Quando enfim conseguiu alcançar o rosto do maior, colou seus lábios nos dele e inundou sua boca com uma língua sedenta.

O detetive sentiu o que restava de suas convicções se quebrar e cair em pedacinhos no chão. Tudo que conseguia pensar agora era em todos os pontos de contato que compartilhava com John: os dedos dele enroscados em seu cabelo, os lábios dele junto aos seus, a textura da língua dele explorando sua boca, a sensação da mão dele pressionando sua cintura e colando seus corpos cada vez mais. 

Sherlock retribuiu. Ele segurou o rosto do amigo com as duas mãos, abriu mais os lábios e se dedicou a chupar sua língua lentamente, sentindo cada detalhe de sabor misturado ao gosto de suas lágrimas que terminavam de escorrer.

Ele se lembrava bem da primeira vez que quis beijar o médico. Eles haviam chegado em casa e estavam ofegantes no hall de entrada, depois de fugir da polícia por uns bons quarteirões. John sequer tinha notado que deixou sua inútil bengala pra trás. Sherlock sim, é claro, e já havia digitado uma mensagem para que Ângelo, dono do café onde estiveram mais cedo, a trouxesse até o 221B. Segundos depois o homem bateu a porta e o rosto surpreso do amigo ao pegar o objeto e encará-lo perplexo, foi mais que suficiente para que o mais alto sorrisse e sentisse uma forte inclinação por envolver o menor entre seus braços, beijar-lhe os lábios sem pressa e cuidar dele com carinho pelo resto de seus dias.

Depois de longos minutos de um beijo cálido e urgente, ele finalmente descolou a boca do mais velho tomando ar e desviou o rosto.

- John...– balbuciou em tom de reprovação, porém sem forças, e pra ser honesto, já sem intenção, de resistir de verdade.

- Você é muito pretensioso Sherlock! Quem disse que você deveria lidar com tudo isso sozinho? - O médico falou sorrindo muito próximo ao rosto do detetive - Vou ignorar o fato de que você me subestima tanto e apenas ficar satisfeito com sua honestidade, mesmo que um tanto tardia.

Sherlock tentou contra-argumentar, mas foi logo calado pelo médico - Proponho um experimento, Sherlock! É o que você faz não é? Experiências! - John sugeriu se afastando o suficiente apenas para encará-lo - Me deixe continuar e então preste atenção a cada detalhe, tome nota mentalmente e depois avalie se quer mesmo se privar disso!

Um longo arrepio atravessou a espinha de Sherlock. Toda àquela autoconfiança de John o deixava bastante curioso para saber do que tanto o médico seria capaz. Sentia-se totalmente vulnerável às suas investidas. Era irônico que ele, que sempre considerou o amor uma desvantagem perigosa, agora estivesse ali, completamente à mercê deste risco, pensou.

Um experimento químico - JohnlockTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon