- Nota: frases sublinhas significam a narrativa do flashback, e tem um aviso no final ok?
Nem sei como consegui chegar até a casa de Kuroo com todo aquele aguaceiro, mas eu estava ali batendo em sua porta desesperada
— Kuroo pelo amor de Deus abra essa porta! Alguém deve ta morrendo lá fora! - uma voz feminina gritou la de dentro, suponho que seja sua mãe, logo a porta foi aberta e Kuroo arregalou os olhos
— [Nome]! O que voce tá fazendo aqui?! Ainda mais nessa chuva?! Quer ficar doente de novo?! - Kuroo disparou a falar enquanto me puxava para dentro da sua casa
Eu tentei falar alguma coisa mas não conseguia, só conseguia sentir as lagrimas caindo do meu rosto enquanto a boca tremia com o frio, uma mulher de longos cabelos escuros e olhos dourados iguais as de Kuroo se aproximou de nós
— Filho, busca uma roupa sua e toalhas. Eu levo ela pro banheiro. - A mulher deu um tapinha em suas costas e Kuroo correu para um dos cômodos — Você precisa de um banho quente querida.
Seu tom era muito acolhedor, mesmo não conseguindo falar direito eu a segui ate o banheiro, a casa de Kuroo tinha um cheiro gostoso, eu poderia ficar aqui pra sempre
— Se precisar de qualquer coisa, você pode gritar que eu venho correndo. - ela sorriu enquanto sua mão deixava um carinho em meu rosto — posso procurar um conjunto íntimo que sirva em você também.
— Obrigado senhora. - respondi calma enquanto coçava meu braço, eu estou os incomodando com meus medos e inseguranças
— Me chame de de Mikasa, senhora é formal demais - ela deu de ombros rindo baixo
— Tudo bem então, Mikasa. - sorri fraco enquanto ela me dava espaço para retirar as roupas molhadas e tomar o banho, quando retirei a atadura da coxa senti novamente a vontade de chorar
No banho não foi diferente, a água morna se misturava com as lágrimas que caiam sobre meu rosto enquanto minha mão ainda se mantinha sobre a minha marca presente na coxa
Foram longos minutos ate que eu me acalamasse e fechasse o registro ouvindo a porta abrir
— Querida, eu trouxe essa roupa do Kuroo e uma roupa intima limpa. Suas roupas vão estar no secador ok? - Mikasa disse calma enquanto me dava a toalha juntamente com as roupas — Eu vou fazer algo pra você comer.
Apenas assenti enquanto ela fechava a porta, enquanto me vestia eu me encarava no espelho; eu estava péssima! Meu rosto estava completamente inchado de tanto chorar, junto com os olhos avermelhados e o cansaço extremo
As roupas de kuroo dariam um vestido em mim, mas o cheirinho gostoso dele ainda me acalma de uma forma que eu não consigo explicar
Assim que sai do banheiro, andei pelo corredor ate ver uma porta aberta; olhando atenta eu vi Kuroo sentado na escrivaninha, seu quarto era lindo. Uma luminária estava acesa mostrando inúmeras constelações, havia vários posts de grandes cientistas colados na parede e pequenas bagunças de papéis e roupas espalhadas, era aconchegante
— Ah Chibi-chan, você já saiu do banho. - Kuroo resmungou me vendo ao seu lado e se levantou me abraçando apertado — O que houve?
Eu apenas o apertei ainda mais no abraço, pelo menos em um instante eu queria esquecer tudo e ficar nos seus braços pra sempre, mas a vida real não é assim, ela é dolorosa
Com muita luta sai do seu abraço e o guiei para a cama, o fazendo se sentar na ponta, respirei fundo abaixando a calça moletom mostrando a extensa cicatriz que tinha, mas antes que ele pudesse dizer algo comecei a falar
Eu tinha uns três ou quatro anos na época, naquele dia também chovia muito
— Yuno você não pode me deixar aqui, nós temos uma menina pra cuidar!
— Não Sara você não compreende! Eu não tenho preparo nem pra cuidar de você que dirá dela?!
— O que eu vou fazer?! Largá-la num orfanato? Isso é desumano e ela se apegou a você! - Eu estava na cozinha, era a primeira vez que via meus pais gritarem e discutirem daquela maneira
— Papai porque você está com essa mala? Você vai viajar?
— Não querida, papai precisa de um tempo sozinho anjo! - Ele afagou meus cabelos mas a cara da minha mãe dizia outra coisa
— Pare de mentir! Você não vai voltar! - Mamãe me arrancou dele e me colocou no chão, aquilo machucava muito
Mesmo eu tentando chamar a atenção deles nada parecia funcionar, aquilo machucava mais que as feridas e os joelhos ralados
— Papai, não me deixa! Não vai embora! Papai! - Eu chorava e berrava pra chamar sua atenção mas não adiantou, ele foi embora sem nem nos olhar no rosto
Eu não sei como mas no desespero eu deixei um copo cair, me desequilibrei e um caco cortou fundo a minha coxa, eu passei a noite no hospital me perguntando se veria meu pai algum dia
— É por isso que eu nunca contei sobre essa cicatriz com ninguém. Sempre que eu passo a mão sobre ela essas lembranças voltam como fantasmas na minha cabeça me deixando ainda pior. Só você sabe disso agora Kuroo. - terminei de contar com o rosto morno de água — Mas agora meu pai do nada volta querendo dar um intercâmbio pra Londres como se isso apagasse todo o mal que ele me fez Kuroo mas não dá, eu não quero me afastar nem dos meus amigos, muito menos de você! Vocês, alem da minha mãe, são minha única família!
Eu ja tinha engolido aquilo ha tanto tempo que eu não aguentava mais, me senti sozinha por tanto tempo, eu não ia desperdiçar meu unico momento de felicidade por algo duvidoso como meu pai
— Não se preocupe Chibi-chan. - Kuroo me puxou para o seu colo me envolvendo em seu abraço — Nem seu pai, nem outra pessoa, nem mesmo o universo vai poder nos separar, eu prometo.
Senti seu selar em minha testa, me deixando aliviada de um peso que eu carregava ha anos, com Kuroo ao meu lado eu nao sinto medo de mais nada
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- Sera que isso compensa o chute no saco que eu dei no último capitulo? Provavelmente sim
- então gente eu programei 30 caps pra eu não me estender demais então ne podem chorar :( brincadeira já to montando a próxima historia então calma :)
- Agora o aviso: bom gente eu nao to passando por um momento bom, mas esse é pesado porque além de mal sair da cama eu nao to me medicando direito então além de péssima no psicológico eu to péssima no físico, então de antemão peço desculpas pela demora da att da fic e do livro de imagines, eu sou uma péssima autora mesmo que inferno :(
