05_ Colher de pau.

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Maya Ferreira

- Mas isso tudo não faz sentido nenhum! - Exclamou a Julia quase entrando em pânico.

Eu to quase chamando uma ambulância pra essa garota.

Eu tinha acabado de contar cada detalhe do que aconteceu comigo e com o Matteo depois que elas saíram da minha casa e ele chegou, incluindo oque eu falei sobre ele ser o corno mais corno da face da terra.

Elas concordaram.

O garoto é corno mesmo...

Ele quase atirou um sapato bem no meio da minha testa.

O preconceito com as testas tem ficado cada vez maior nesses dias e olha que o tamanho da minha testa pode ser considerado média.

Ninguém ta seguro...

E como vocês já devem ter imaginado, muita informação não fazia sentido.

Então agora nós três estamos aqui sentadas do lado de fora da minha casa com o cartaz de informações que a Julia fez. A mesma estava quase arrancando os cabelos a cada coisa que eu ia contando.

Eu to só me preparando pra jogar o meu sapato na testa dela se ela continuar surtando.

Melhor um sapato na testa do que um ataque de coração.

- Então a gente só tem uma conclusão final e por mais chocante que seja... - Falou a Camden respirando fundo e se virando para a Julia que a olhava com esperança. - Pela primeira vez na vida de todo mundo aqui suas informações estão erradas. - Quando ela falou isso eu vi o mundo da Julia desmoronar diante dos seus olhos.

- NÃOOO! - Gritou se jogando para trás e batendo com a cabeça na chão de madeira.

Eita...

Acho que ela já não vai precisar do sapato voando na testa dela.

Ela realmente bateu a cabeça emitindo um som alto que causou uma série de gargalhadas da minha parte e da parte da Camden.

Eu estava a um segundo de começar a rir quando a porta da minha casa foi violentamente aberta revelando a figura do meu pai com um avental de cozinha levemente sujo de algo que ele provavelmente estava cozinhando e uma colher de pau suja de molho de tomate oque me fez gargalhar ainda mais.

- OH NÃO! CORRAM ELE TEM UMA COLHER DE PAU. - Gargalhei.

O meu pai olhou para nós com as mãos na cintura parecendo uma panela de pressão.

Quer dizer, o meu pai não é baixinho nem nada mas ele tem 1,80 de altura com um barrigão!

Dava pra fazer um travesseiro com a barriga dele.

Apesar da sua postura de homem acima do peso o meu pai pode ser considerado bem forte. Ele tem os braços grossos e mandíbula definida.

Pegaria.

Ah não, espera...

O meu pai negou com a cabeça rindo e de repente duas figuras masculinas se juntaram a nós me fazendo pular.

Santo capiroto...

Preferia uma voadora.

Vi os olhos da Camden e da Julia se arregalarem e de repente a Camden chutou o cartaz da Julia fazendo o mesmo cair nos arbustos.

Eu pulei encima das folhas de papel que tinham algumas informações usadas para a nossa organização no cartaz ficando assim de barriga para baixo contra a madeira e as folhas.

Bati com a minha barriga no chão fazendo um barulho enorme e me causando uma dor absurda.

Acho que acabei de empurrar a bosta que tava no meu intestino tudo pra baixo...

A Julia parecia uma estátua apenas encarando o Matteo e o Jp com os olhos arregalados.

Talvez eu devesse realmente ter tacado o sapato na testa dela.

Os mesmos junto com o meu pai olharam para nós com a maior confusão no olhar mas decidiram passar e eu vi o Jp segurar uma risada.

Palhaço.

Mudei de opinião, eu vou tacar o sapato na testa do maconheiro.

- Eu pensei que tinha alguém atacando vocês e vim correndo para aqui. - Disse o meu pai passando a mão pela sua testa.

- Com uma colher de pau. - Disse a Camden começando a rir novamente.

Eu soltei uma leve risada segurando a bosta que ainda tava lá com o meu belo cu.

- De qualquer jeito é melhor todo mundo entrar, ta ficando tarde e vocês nem um casaco tão usando. - Falou o meu pai e eu senti o olhar do Matteo sobre mim.

Encarei o mesmo confusa até perceber que ele na verdade encarava os papéis debaixo de mim.

Eu me levantei amassando os papéis e rezando pra que o Matteo não tivesse notado nada de importante.

As minhas amigas também se levantaram e recolheram as suas coisas entrando na minha casa.

Após eu terminar de amassar todos os papéis que estavam embaixo de mim pensei em jeitos de me livrar deles.

Queimar?

Jogar na privada?

Atropelar?

Enterrar?

Comer?

Pra ser sincera a melhor opção agora é enfiar no cu pra empurrar a bosta que quer sair.

Subi para o meu quarto e enterrei os papéis amassados debaixo da minha cama respirando fundo.

Desci para a cozinha e vi o meu pai tirar algo do forno.

Assim que percebi oque era olhei para o Jp que também me olhava com os olhos arregalados.

- Hoje vamos comer lasanha! - Falou o meu pai animado assim como as minhas melhores amigas.

Tadinhas...

Vão passar uma semana cagando os órgãos.

- EU PASSO! - Gritei junto com o Jp e do Matteo que também tinha sentido na pele oque era dormir no banheiro desde a última vez.

As minhas melhores amigas não entenderam o nosso pânico e apenas deram de ombros.

Alguém conta?

- Você vai ficar sem amigas por pelo menos 2 dias. - Falou o Matteo apenas pra mim e eu dei um olhar de morte pra ele.

Um soco no nariz deve colocar o cérebro dele no lugar certo de novo.

Os chifres devem ter esmagado o cérebro que ele já não tinha.

- Eu podia te deixar sem bolas por 2 dias também, oque acha?

continua...

O Melhor Amigo Do Meu IrmãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora