Epílogo

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Chegou a hora de dar... Tchau! 😕

Pov Camila Cabello

─Se vai banir o sexo, precisa começar a usar sutiã pela casa ─ Lauren resmungou enquanto se inclinava e plantava um beijo casto em meus
lábios. Também enfiou a mão por baixo da minha camiseta e beliscou meu mamilo. Forte.

─ Aii.

─ Você ama e sei disso.

Minha noiva estava mal-humorada, mas também estava certa. Eu secretamente adorava o fato dela ficar mais irritada a cada dia,
desde que a cortei há quase duas semanas.

Meus olhos se suavizaram quando olhei para ela.

─ A que horas vai voltar?

─ Talvez não até as seis. Preciso verificar todas as notas que minha auxiliar, com cocô no cérebro deu, antes de entregar as notas
finais.

Lauren estava extremamente infeliz com a auxiliar que lhe fora atribuída naquele ano.

Eu sorri.

─ Quando se tem a melhor, todo o resto parece inferior.

─ Você era uma boa auxiliar. Porém, posso ter sido influenciada por sua ótima assistência à professora. Estive pensando, já que não está
me dando essa assistência agora, você deveria pelo menos trabalhar como auxiliar e dar minhas notas.

─ Não posso, professora. Tenho um dia cheio pela frente. Preciso terminar de encaixotar as últimas coisas esta manhã. Sua irmã e eu vamos levar as meninas para escolher os vestidos e depois sair para almoçar. Depois disso, preciso ver o padre McDonald, para lhe dar os nossos votos e as escolhas musicais. Então você vai ter que cuidar das coisas sozinha.

Ela fez beicinho.

─ Eu estou cuidando de mim sozinha há duas semanas.

Levantei-me da cadeira onde estava bebendo meu café matinal e fiquei na ponta dos pés ao abraçar Lauren no pescoço.

─ São só mais dois dias. Pense no quanto será mais empolgante quando finalmente formos para a cama no sábado à noite, depois que
a festa acabar. E da próxima vez que fizer amor comigo, serei a sra. Cabello Jauregui.

Seus olhos ficaram mais gentis.

─ Eu gosto muito de como isso soa. Embora só tenha concordado em esperar depois do casamento. Nunca disse nada sobre ser depois
da festa.

─ O que pensou? Que iríamos transar no carro ou no trajeto da igreja para o restaurante?

─ Eu estava pensando que poderíamos transar no confessionário, logo depois que o padre disser que você está presa a mim pelo resto da sua vida.

─ Isso é errado em muitos níveis, até para você.

Lauren riu.

─ Preciso ir ou vou me atrasar para começar a prova. Então me dê essa boca e me beije adequadamente para me dar força para viver
outro dia de celibato.

De uma vez, ela colocou a mão nas minhas costas e apertou minha bunda ao me levantar. Minhas pernas envolveram sua cintura. Sua
boca se moldou à minha, o beijo foi intenso e apaixonado. Gemi em seus lábios quando ela me encostou na parede e me prendeu contra
ela, usando seus quadris para que suas mãos pudessem percorrer meu corpo.

Sim, minha futura esposa, definitivamente, sabia como me beijar da forma adequada.

Depois que ela deixou o apartamento, resmungando por não transar, olhei em volta para as poucas coisas que tinham restado para
arrumar. Havíamos decidido que eu me mudaria para a casa de Lauren; então, no último mês, estávamos levando as coisas para lá. Só faltava encaixotar as fotos emolduradas da minha parede, meus livros e alguns artigos pessoais do banheiro. Peguei os livros primeiro e depois fui para a parede.

Tinha acrescentado algumas fotos novas ao meu mural no último ano: Lauren e eu na minha festa de conclusão do mestrado. Eu estava de frente para a câmera, sorrindo orgulhosa com o diploma, e Lauren estava olhando para mim com o mesmo sorriso orgulhoso. Eu e a equipe do O'Leary na minha última noite trabalhando lá. Charlie estava com o braço em volta do meu ombro. Tinha sido difícil convencê-lo de que Lauren não era uma criminosa violenta. No fim, uma noite depois que Lauren e eu voltamos, eu havia contado a Charlie toda minha história. Após tantos anos guardando tudo, era esquisito falar sobre aquilo abertamente, mas quanto mais eu falava, mais aqueles dias horríveis ficavam para trás no meu espelho retrovisor.

Sentia falta de trabalhar no O'Leary, mas adorava meu novo emprego como terapeuta musical. Eu trabalhava como autônoma para uma escola, fazendo terapia individual com crianças autistas.

Era um emprego que mais parecia uma gratificação do que um trabalho. Lauren e eu jantamos com Charlie toda semana no O'Leary.

Ele pode não ser mais meu chefe, mas era o mais próximo que eu tivera de uma figura paterna desde que meu tio faleceu. Na verdade,
Charlie iria me levar ao altar em dois dias.
Suspeitava que Lauren receberia uma boa encarada dele no altar.

Embora tivesse acabado minha pesquisa e minha tese tivesse sido publicada, ainda mantínhamos contato com Lydia e Umberto. No primeiro domingo de todo mês, Lauren e eu levávamos Murphy para visitá-los. Não sabia quem se privilegiava mais de nossas visitas, nós ou eles.

Enchi duas caixas com as fotos, ficando sentimental à medida que embalava cada lembrança com plástico-bolha. A última que embalei foi a foto de minha mãe no balanço em nosso jardim. Passei os dedos por seu rosto lindo através do vidro. Obrigada, mamãe. Sem seu conselho de buscar a igreja, eu poderia nunca ter conhecido Lauren.

Os ganchinhos flexíveis que mantêm a moldura no lugar devem ter se mexido quando tirei a foto da parede. Quando fui pegar o plástico bolha, o papelão de trás do porta-retratos caiu, e alguma coisa flutuou até o chão.

Era um pedaço de papel dobrado. Pensando que provavelmente fosse um recibo ou a foto de amostra que tinha vindo dentro do porta-retratos, peguei-o e desdobrei.

Congelei quando vi a letra nele.

Porque era a minha própria.

Era menos desenvolvida e mais bagunçada do que agora, mas era minha. E eu sabia exatamente o que era ─ a carta que havia escrito para o padre falso há dezesseis anos.

Até aquele momento, não tinha me lembrado de ter colocado atrás da foto de mamãe.

Equilibrei-me e respirei fundo antes de ler o que tinha escrito.

Querido padre,

Desculpe por não te encontrar quando combinamos. Meu padrasto descobriu que íamos fugir e ficou bem bravo. Disse que,
se algum dia pegasse a pessoa que estava ajudando a gente, iria bater nela. Então, não posso mais conversar com você aos sábados, porque não quero que ele te machuque. Mas queria dizer obrigada.
Obrigada pelos fones e por me dizer para escutar música para melhorar tudo. Obrigada por me ouvir quando eu estava com muito medo de falar. Mas, o mais importante,
obrigada por ser meu anjo quando Deus estava muito ocupado.
Espero que te veja de novo algum dia.

Camila

Encarei a folha. E li a carta uma segunda vez. Depois uma terceira.

Mamãe havia enviado meu anjo. Não tinha dúvida disso.

Dois dias depois, caminhava pelo corredor para me casar com o amor da minha vida. Minhas novas sobrinhas, Lizzy e Alley, eram as
daminhas das flores. Entraram na minha frente, jogando pétalas de rosa. Quando chegaram ao altar, Alley olhou para trás com um sorriso enorme, e assenti, indicando que era hora de jogar as outras coisas que eu tinha colocado em sua cesta. Ela olhou para a tia, depois jogou duas moedas aos seus pés. Ambas caíram com a cara para cima.

Charlie me levou pelo corredor ao som de "Full Circle".

Havia lágrimas nos olhos de Lauren quando cheguei ao seu lado no altar. Ela pegou minha
mão quando a música acabou e, juntas, sorrimos e nos viramos para trás, a fim de olhar para nosso confessionário. Assim como a letra dizia, demos uma volta completa.

Tínhamos seguido caminhos diferentes para voltar aonde havíamos começado, mas havíamos terminado.

Agora era o primeiro dia do resto de nossas vidas e eu mal podia esperar para começar.

* * *

E viveram felizes... E felizes!

CAMREN: Encontre Uma Moeda (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora