Capítulo 1

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       O vento soprava fresco como sempre na campina, eu colhia flores como sempre, nada diferente, nada novo, a vida era boa mas que sentido havia se fosse uma vida vazia, eu não possuía propósito, não havia emoção, vivia por minha adorada mãe mas o sentimento de vazio se mostrava presente cada vez maior e eu me sentia só.

       Hoje seria uma festa em homenagem ao senhor do Olimpo que havia derrotado o terrível titã Tifão, mas não estava animada, como em todas as festas eu não poderia me comunicar com muitas pessoas pois minha mãe temia por mim e era extremamente cautelosa comigo e por esse motivo não havia motivo para animação. Frustrada eu suspiro alto e então uma ninfa aparece sorrindo.

-Perséfone minha querida me diga o motivo de sua feição triste, não é costumeiro te ver assim.

-Me sinto solitária, amo minha mãe, mas sequer posso ir além desses jardins sem ela, me sinto em uma gaiola de ouro, há tanto que eu gostaria de ver e conhecer, leio sobre muitas coisas e uma me chama a atenção.

-Pois diga, se eu puder esclarecer ficarei feliz em ajudar, você é a luz desse lugar e nos afeta vê-la assim.

-É sobre uma emoção que conheço, mas aparentemente há muito mais do que o que eu sinto, o amor, conheço muito bem o amor por minha mãe e o dela por mim, conheço o amor pelos seres vivos, o amor pelos deuses, mas ainda há a face do amor que eu desconheço, eu as vezes a vejo em livros, ouço em canções, mas jamais presenciei, falam de amantes, algo poderoso, além mesmo da própria vida, eu não entendo.

-Ah minha querida, poderia falar sobre esse amor mas não faria com que sua curiosidade acabasse , esse tipo só pode ser sentido para realmente entender e leva tempo, mas posso tentar exemplificar, esse amor é como os raios de sol que tocam seu rosto, quente e agradável, mas ao mesmo tempo é como ficar no topo de um penhasco a beira mar, dá um frio na barriga mas a visão tira seu fôlego, por horas eu poderia lhe dar exemplos, mas não seria o bastante.

Desanimada eu deixo meus ombros caírem com um pequeno suspiro, logo sinto o toque suave de uma mão sobre meu ombro, ergo minha cabeça para encarar minha visitante e com uma expressão de compaixão ela me diz.

-Não fique assim, você sentirá um dia tal emoção, tenha paciência, virá para você quando menos esperar.

Dito isso ela se levanta graciosamente e sai, então ouço minha mãe me chamar ao longe e eu vou com um sorriso ao seu encontro para que possamos ir honrar à Zeus por sua vitória.

Hades e Perséfone (O conto das estações)Onde histórias criam vida. Descubra agora