505

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- Carnaby Street, 505 por favor - falou a namorada pro taxista, que assentiu

Como essa a última noite antes da banda voltar pra Sheffield, Ab queria um tempo especial com Alex.

- porque não podemos ir com seu carro?

- onde vamos não tem lugar pra ficar estacionado

Ele assentiu. Os dois ficaram de mãos dadas, desde Chelsea até Carnaby. O motorista parou em frente a uma rua agitada, e cheia de casas coloridas, cheia de gente. Não era bem o lugar que Alex esperava passar um tempo romântico, mas ele sabia que Ab sabia oque estava fazendo.

- a casa 505 deve ficar ali dentro - falou o motorista

Ela assentiu, agradeceu e o pagou.

- sim Eu sei, não é muito romântico pra um encontro, mas você vai ver - ela disse animada

Ela o puxou através das mesas postas pra fora de restaurantes, e por pessoas que olhavam espantadas depois de terem se esbarrado com os dois, até uma das casinhas que tinha o número 505. Ab pegou uma chave da bolsa, e abriu o local. A casa não estava abandonada, apenas não habitada a muito tempo.

- vamos lá pra cima - ela correu escada acima

Alex foi um pouco mais devagar, analisando as peças antigas e coisas de crochê do lugar.

- de quem era...

Alex parou ao chegar no telhado, e ver uma toalha estendida no chão, vinho e queijos em cima dela, velas espalhadas por todo lugar, e ela ali, sorrindo.

- Surpresa!

Sorrindo Alex foi até Ab, a pegou na cintura e a beijou. Com as testas encostadas ele disse sobre os lábios dela

- Eu te amo

Ela sorriu

- Eu também

Ela não disse. Certo, não ia apressar as coisas. Mas ela não disse todas as palavras que ele queria ouvir. Alex apenas deixou isso de lado

- vem, senta - ela o puxou pra toalha e serviu o vinho

- quando eu era pequena - ela começou - minha vó me trazia aqui a noite pra vermos as pessoas. Essa era a casa dela.

- é uma casa bem fofa. Sua vó ela...

- faleceu. Ela era a única que dava bola pra mim. Quando ela morreu me mudei pra Nova Iorque

- Eu sinto muito

A garota sorriu

- tudo bem, eu ganhei uma família de verdade alguns anos depois.

Ela pegou um quadrado de queixo e ofereceu pra ele. Os dois tiveram um momento mágico ali, e não foi uma supresa quando Ab acabou dormido enquanto eles observavam as poucas estrelas que tinham no céu. Amanhã ele voltaria pra Sheffield, então ele guardou todos os detalhes de Ab. Os cachos macios e escuros, a boca avermelhada, e a maneira que ela colocava as mãos no meio da coxa, encolhida por causa do frio. Alex a puxou pra perto, sentiria falta daquele perfume doce e leve, e do aroma de café que parecia nunca sair dela. Será mesmo que esse namoro ia dar certo?

Remember when we used to be fluorescent adolescents?Where stories live. Discover now