A Cute Boy

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Magnus estava com sono, claramente resultado de ter dormido depois das duas da manhã enquanto revisava a papelada que havia trazido do trabalho. Não foi a sua melhor ideia, mas pelo menos os pedidos para o bar da Pandemônio e a manutenção da academia dos dançarinos já estava pronto, faltava apenas enviar.

Ele deixou mais um bocejo escapar antes de levar o copo de suco à boca e tomar o último gole restante da bebida doce antes de abandonar a louça na pia. Mais tarde ele lavava.

Alongando os braços acima da cabeça ele logo pegou o sobretudo preso no cabide próximo a porta, o vestindo. Era uma manhã fria de outono… não exatamente frio, mas era o suficiente para fazer alguns nova iorquinos ficarem em suas camas. O Bane se apressou em sair de seu prédio antes que se tornasse mais uma vítima, sinceramente? Ele não reclamaria.

No entanto, mesmo assim, ele gostou de andar pelo Brooklyn… bem, não exatamente pelo prazer de caminhar ou por ver pessoas indo e vindo de manhã cedo para os seus trabalhos, algumas com expressões sonolentas como a sua ou impacientes, irritadas. O motivo dele gostar de andar pelas ruas do Brooklyn não era o fato de que ele iria para a Pandemonium, não… Magnus não era viciado a esse ponto.

O motivo era que, no caminho que sempre escolhia para ir a boate, ele tinha que passar na frente de uma cafeteria, localizada a poucos quarteirões de seu trabalho. Magnus nunca entrou nela, o homem estava contente o suficiente em ver o menino de no mínimo três anos de idade sentado ao lado da enorme janela de vidro do estabelecimento.

Podia parecer algo louco, mas ele gostava de fazer o menino rir… bem, o homem lembrava do dia em que isso aconteceu pela primeira vez e foi completamente ao acaso, ele havia tropeçado em um dos cadarços da própria bota e por pouco não caiu de cara na calçada. Não foi o seu momento mais divertido, mas para a criança de olhos verdes avelãs pareceu ser.

Quem era ele para contestar, não é? Um homem de vinte e cinco anos bem completos contra um garotinho de sorriso enfeitado por covinhas.

Magnus não teve muito contato com crianças ao longo da vida, a única até então era a sua afilhada, Madzie, filha de sua melhor amiga Catarina com… com um cara que não precisava ser lembrado e que não fazia falta para a pequena família.

Balançando a cabeça ele parou ao lado da grande janela de vidro da cafeteria, decorada com letreiro de adesivos branco indicando o nome da cafeteria "The Lightwood's". Magnus desviou o olhar para o menino sentado logo ao lado, na mesa, parecendo concentrado em colorir um desenho com lápis azul.

Ele se aproximou, sorrindo, podendo ver que era um dinossauro. Mas assim como Magnus podia ver o garoto, o menino também podia enxergá-lo.

— Oi. — Magnus disse, acenando para a criança, mesmo que soubesse que o mesmo não podia escutar… No entanto valeu a pena quando o garoto sorriu, acenando para ele antes de largar o lápis na mesa e se apressar em praticamente colar o desenho na janela para que ele visse. — Oh? Um artista. — Disse para si mesmo, sorrindo ternamente enquanto analisava o desenho de dinossauro, era um impressão, mas estava pintada com uma variação borrada de azul, verde e um tom mais forte de azul… sinceramente? Nem estava tão borrado assim. Foi exatamente por isso que ele ergueu os dois polegares para cima em aprovação, animado, fazendo menino abrir um sorriso largo e um pouco atrapalhado mostrar outro, dessa vez era um robô, pintado ainda mais colorido.

Magnus franziu os lábios, assim como o nariz em uma careta antes de mostrar a língua e sorrir, fazendo a criança, cujo ele nem sabia o nome, repetir o gesto e o empresário acenou em despedida, não desanimando com o fato de sentir o telefone em seu bolso vibrar.

O menino de olhos avelãs sempre perdia o sorriso quando ele fazia isso, pelo menos nas primeiras vezes em que Magnus teve que se despedir, mas, para o seu alívio, aquela foi uma das vezes que ele continuou sorrindo.

Love CoffeeWhere stories live. Discover now