you're more than your scars.

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Eles passaram todo o cio juntos. Seis longos dias, tempo suficiente para estabelecerem uma rotina que se baseava entre fodas quentes, abraços apertados e Josh sendo adorável para cacete inclusive enquanto reclamava sobre o quanto Urrea podia ser um bagunceiro inconsequente. Mas, bem, o tempo não é eterno e, inevitavelmente, aquela bolha que haviam construido teria que ser estourada e, porra, Noah se sentia miserável ao final do sexto dia ao observar Beauchamp arrumando suas coisas dentro da mochila com toda a atenção do mundo. Enrolado nos lençóis completamente nu com o corpo coberto de marcas e mordidas e impregnado pelo alfa, os cabelos totalmente desgrenhados e com uma sensação estranha na base do estômago, Noah não queria ter que se despedir. E, se fosse sincero o suficiente, saberia que dificilmente as coisas seriam semelhantes do outro lado da porta porque, inferno, eles eram dois teimosos para cacete e ambas as vidas eram fardos pesados demais do qual nenhum deles podia se desfazer.

- Você não precisa continuar agindo como se estivéssemos morrendo, Urrea – o alfa falou enquanto guardava a coleira de couro repleta de marcas de dentes.

Noah grunhiu meio irritado e sem vontade nenhuma de responder, finalmente desgrudando os olhos do alfa e encarando o teto branco enquanto pensava que, sim, era exatamente como se eles estivessem morrendo porque aquilo que havia acontecido nos últimos dias não sobreviveria ao mundo real porque na porra do mundo real Noah odiava alfas e Josh fodia ômegas.

- Ei – o alfa sentou na cama, uma das mãos correndo pelos cabelos do Noah e desfazendo os nós com delicadeza. – Vai ficar tudo bem.

- Você é um péssimo mentiroso, Beauchamp – meio rosnou com os olhos ainda fixos no teto enquanto se obrigava a não aninhar-se no toque do outro.

- O que aconteceu com o “Joshy”?

Josh estava sorrindo com sua língua entre os dentes e as ruguinhas adoráveis ao redor dos olhos e, porra, Noah realmente se sentia fraco por aquilo. O que era, diga-se de passagem, totalmente estranho já que semanas antes jamais consideraria nem ao mesmo permanecer por mais que um par de minutos no mesmo cômodo que o alfa. E agora, bem, agora ele simplesmente queria trancar abem, agora ele simplesmente queria trancar a porcaria de porta e se perder entre aquelas quatro paredes para sempre apenas porque a vida ali dentro parecia mais fácil. A vida com ele parecia mais fácil.

- Idiota – murmurou num bufo.

O alfa riu alto antes de se curvar sobre Noah e deixar-lhe um beijo casto na ponta do nariz.

- Não haja como se fossemos desconhecidos – pediu baixinho.

“Mas que porra...?” Noah pensou meio em desespero meio choroso porque... inferno, porque aquilo parecia tanto com a porra de uma súplica? Porque havia tanto naqueles olhos profundos e azuis? E, merda, porque ele só queria chorar e fazer algo com a sua vida além de deixar o alfa passar pela sua porta para nunca mais voltar?

- Josh, eu.

O que Noah queria dizer? Bem, ele poderia falar um milhão de coisas sem sentido apenas para rodear e procrastinar aquilo que realmente tinha a dizer. A questão era que, bem, ele sentia-se pronto o suficiente para garantir que isso não iria acontecer, toda a questão de agir como se fossem desconhecidos. Quer dizer, eles eram adultos ali e tinham divido a cama por longos seis dias, não era como se pudesse apagar tudo de qualquer forma. Não era como se ele quisesse isso. E era exatamente essas palavras que seu cérebro estava processando para falar quando o celular do alfa tocou estridente pelo cômodo. Era a primeira vez que aquilo acontecia em dias porque, aparentemente, não precisavam mais garantir que não fossem interrompidos. Porra, Noah ainda tinha porra seca no canto dos lábios e seu cu nem ao menos tinha parado de arder. O ômega estava realmente a fim de ficar irritado com a indelicadeza quando notou o cenho franzido do alfa para a tela, mas não apenas isso, havia algo muito perto do desespero ali.

Alpha Delivery || N.B Where stories live. Discover now