Capítulo 7

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Essa jornada dupla de estudar o dia inteiro e trabalhar à noite não deixava a Hermione quase nenhum tempo de encontrar uma maneira de ajudar os pais. Teria menos ainda se concordasse em ajudar Malfoy. Talvez não devesse aceitar, pensaria nisso mais tarde.

Hoje iria se encontrar com o professor no horário de almoço para estudar os exames da mãe e ouvir a opinião do profissional. Graças aos céus era sexta feita, e ela poderia passar todo o final de semana esmiuçando o assunto o máximo possível. Nas aulas Hermione anotava tudo que pudesse ser útil para os pais em um caderno preto que carregava na bolsa onde quer que fosse.

Dr. Gyllenhaal estava a sua espera na biblioteca no horário combinado e eles conversaram entusiasmadamente a princípio, mas todo o ânimo da bruxa se esvaneceu quando o médico disse que nada poderia ser feito por seus pais senão esperar. Disse que as memórias, se voltassem, voltariam sozinhas.

Quando Hermione mencionou que faziam mais de 2 anos desde o corrido, o médico balançou a cabeça pesaroso e disse que as chances eram remotas. Suas palavras de conformo não a ajudaram a se sentir melhor e ele murmurou um 'sinto muito' antes de ir embora.

Hermione sabia que estava sendo dramática. Afinal, os pais se lembravam de praticamente tudo. Eram apenas algumas memórias que lhes escapavam, mas o que a deixava louca era que foi ela quem causou aquilo. Tentava se confortar pensando que ninguém pode se lembrar de tudo que acontece na vida, mas não adiantava. Se sentia culpada do mesmo jeito.

***

Granger foi mais rápida hoje. Draco pode vê-la a sua frente caminhado em direção ao asilo. Ela parecia deprimida, com os ombros caídos.

Draco quis rir de desgosto ao perceber que agora conhecia Hermione bem o suficiente para reparar nesse tipo de coisa. Imaginou se se apressasse e andasse ao seu lado, isso lhe daria mais chances de ela aceitar sua proposta, mas logo sacodiu a ideia para fora da cabeça. Seria falso.

Ela tocou a campainha e Draco parou a suas costas.

— Oi – ele cumprimentou.

— Oi – ela respondeu com um fraco sorriso.

Thereza, a cozinheira, abriu a porta para eles essa noite. Ela lhes contou que Margie estava no quarto do sr. Oliver cuidado dele. Draco e Hermione foram imediatamente até lá e encontraram o idoso deitado na cama e a enfermeira sentada ao seu lado.

— Eu estou bem, já disse.

— Vamos saber quando os exames ficarem prontos.

— Não me sinto doente, quero me levantar... Hey, olá – Oliver disse ao ver os bruxos à porta.

— O que aconteceu? Tá tudo bem? – Hermione perguntou dando um passo para dentro do quarto.

— Conversamos na cozinha. O sr. Oliver precisa de repouso.

— O sr. Oliver está bem – reclamou o velho.

— Se o sr. Oliver quiser se levantar para comer com todo mundo ele vai ficar na cama até a hora do jantar – Margie respondeu olhando feio para ele.

Oliver soltou um suspiro resignado e pegou o livro em sua cabeceira fingindo ser um bom menino.

— O que houve? – Hermione perguntou quando estavam na cozinha.

— Ele desmaiou um pouco antes do almoço e tivemos que leva-lo ao hospital. Voltou faz duas horas e insiste que está ótimo.

— Meus Deus – Draco exclamou. – O que ele tem?

Wonderland (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora