Quinze

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Embry

Allita. Esse nome não sairia da minha cabeça tão fácil. Ela está aqui tão perto e ao mesmo tempo tão longe, como eu poderia se quer pensar por um segundo em não querer  ter ela comigo. Não pensei que encontraria ela tão cedo, o medo e a ansiedade já estavam tomando conta de mim. E aqui está ela, tão linda, brilhante e... meu imprinting.Os joelhos tremendo e o frio na barriga, essas são a sensações que ela me causa.

— Você está bem?—Quil me chama preocupado comigo.— Parece que todos estão estranhos hoje.

— É ela—sussurro ainda sem acreditar.

— Ela quem ?—ele pergunta olhando ao redor.

— Depois te explico eu tenho que fazer uma coisa antes— saio deixando o mesmo para trás.

Já estávamos no fim do horário e todos já estavam indo pra casa mas eu precisava falar com ela apenas mais uma vez.Corri pelos corredores a sua procura mais não encontrei, possivelmente já foi embora.

— Você saiu correndo e não me esperou—Quil aparece atrás de mim e me viro para o mesmo.— Quem você está procurando?

— Allita—falo simplesmente.

— Você...—Quil parece pensar um pouco, seus olhos se arregalaram.— Ela é seu imprinting!—ele grita.

— Shii—tampo sua boca com a mão.— Não grite, seu maluco.Sim ela é meu imprinting.

— Cara isso é demais— fala animado.
— Já posso imaginar os dois juntos, vão ter lindos filhos.

— As vezes eu acho que você não é um ser humano normal, depois eu tenho certeza— deixo o mesmo sozinho ali e caminho pra casa.

O cheiro de carne pobre dominou meu olfato me deixando enjoado. O vampiro loiro tinha voltado e estava por perto.Me escondi atrás de um grande arbusto e me transformei, correndo rápido para o alcançar antes que desaparece-se de novo. Eu estaria sozinho lutando contra esse sanguessuga maldito, mas eu não deixaria o mesmo sair ileso. Corri por entre as árvores seguindo o cheiro podre. Ele estava lá coberto de sangue, parado com um corpo ao seu lado, uma garota morena. Estava morta.

— Vejo que o cachorro voltou— sua boca e roupa estavam cobertas de sangue e o cheiro estava me deixando tonto.— Se tivesse chegado antes teria visto o show.

Não deixo o mesmo falar mais nada e o ataco tentando morder seu pescoço, mas o mesmo desvia com rapidez das minhas mordidas. Ficamos um tempo nesse jogo de gato e rato. Eu respirava profundo e rápido e meus músculos já estavam doloridos, em um último ataque com toda me energia mordo seu braço escutando o barulho de trincado, o mesmo grita de dor e me lança longe.Meu corpo cai sobre um sobre um tronco antigo que atravessa meu pulmão, minha respiração falha e tento ao máximo deixar meus olhos abertos. Aos poucos sinto meu corpo voltar ao normal, o frio me atinge, e meus sentidos ficam desfocados. Começo a cuspir sangue ainda tentando ao máximo manter minha respiração, aperto meus lábios com força tentando sair do pedaço de tronco, daquela maneira meu corpo não poderia se curar. Era meu fim, eu iria morrer ali, sozinho.

— Embry—tento manter meus olhos abertos.— Meu deus do céu...você está....não...apague....

Suas palavras pareciam não fazer sentindo. Tudo que eu consegui ouvir eram ruidos e palavras sem nexo, não conseguia ver o rosto da pessoa ao meu lado, mas eu reconheceria aquele cheiro em qualquer lugar. Era ela.

— Allita— seu nome e a única coisa que sai dos meus lábios antes que eu começe a cuspir mais sangue.Deixei meu corpo se entregar a acolhedora escuridão.

                     ____¤¤¤¤____

  Respira.

Puxei o ar com toda força, sentindo meus pulmões relaxarem. Meus sentindos estavam voltando aos poucos, minha audição e meu olfato. O doce cheiro que sempre me acalma estava lá, ela estava lá. Passei a mão pelo meu corpo vendo que meus machucados estavam curados, eu podia sentir o chão molhado e o vento frio.Eu ainda estava na floresta mais não estava tronco, não conseguiria sair de lá sozinho. E isso me deixou confuso.

A garota morena estava abaixada em posição fetal no chão com a cabeça repousando sobre os joelhos, eu ouvi a seus pequenos murmúrios e soluços. Ela estava chorando.

— Allita— chamei, tentando me levantar e só então notei que eu estava pelado, apenas com uma blusa cobrindo meu corpo.

— Embry— seu rosto se ilumina e ela parece não acreditar que estou mesmo ali.— Você está bem, está vivo. Eu achei que você fosse morrer.

Ela rodeia meu pescoço me abraçando, aperto ela em meus braços não acreditando que a mesma estava ali por mim. Seu doce cheiro invadiu minhas narinas, agora eu poderia me sentir melhor, ela cheira a biscoitos.

— Por que você está aqui?—pergunto, quase ninguém andava por essa parte da floresta.

— Eu...estava indo pra casa da minha avó ai eu vi um cara loiro com...olhos vermelhos e depois eu vi você caido e sangrando...—suas falas eram rápidas e ela tentava respirar para se manter calma.— Fiquei com tanto medo, tinha tanto sangue...

— Como você me tirou do tronco?—questiono, meu corpo e muito pesado ela não conseguiria sozinha.

— Eu...eu...puxei o tronco— sua voz sai fraca.— Ele estava seco, não foi difícil puxar.Por que você está nu no meio da floresta como veio parar aqui?

— Eu não me lembro— minto descaradamente.

Meu corpo tinha se curado rápido demais e não teria como ela sozinha ter me tirado de lá.Nós dois estávamos mentindo, mais se eu pergunta- se o que realmente aconteceu, eu também teria que explicar o motivo de estar aqui sozinho.

— E melhor a gente ir—quando vou me levantar lembro novamente que estou pelado.

Pelado na frente do meu imprinting, esse não é um bom dia.

O olhar da morena vai pro meu corpo me analisando descaradamente, ela me analisa minuciosamente desde do meu cabelo até a minha barriga onde ela mantém o olhar por mais tempo.Seu olhar volta ao meu rosto onde se fixa em minha boca, a sensação do frio na barriga tinha voltado, eu me sentia quente. Allita passa a língua sobre os lábios, meus olhos se encontram com os dela e vejo desejo, o mais puro desejo. Aquela tinha sido a gota de água pra mim.
Levantei segurando a blusa para que não mostrasse demais e me aproximei dela, vendo as reações do seu corpo. Como a respiração irregular, as bochechas levemente vermelhas e as pupilas dilatadas.

Encostei minha testa junto a sua, e sem mais delongas meus lábios se encontraram com o seus, algo dentro de mim pareceu ganhar vida, seus lábios tinha um doce sabor de morango, passei minha língua sobre sua boca tentando sentir ainda mais aquele gosto doce. Aquilo era muito bom, sua boca, tudo nela era viciante. Levei minhas mãos ao seu rosto mas acabei deixando a blusa cair, fazendo a mesma se assustar e quebrar o beijo.

— Embry— ela se vira envergonhada e pego a blusa do chão me cobrindo novamente.— Ai meu deus, o que eu fiz?—ela sussurrou pra si mesma mais acabei ouvindo.

— Desculpe— falo apressado e também envergonhado pela cena.— Pensando bem não me desculpe...digo não pelo beijo e sim por isso...—aponto para mim mesmo.

Ela ainda virada de costas com vergonha de me olhar. Meu corpo todo estava em ecstazy, eu ainda podia sentir sua boca sobre a minha e o seu sabor, o calor do seu corpo e todas as outras sensações. Meu coração parecia querer sair do meu peito e o dela acompanhava perfeitamente o ritmo rápido do meu.

— Tenho que ir—ela murmura tão baixo que quase não escuto.

Allita corre para dentro da floresta me deixando sozinho e pelado ali, mas nada disso importava. Pois eu beijei ela.




Brilho Do Sol Where stories live. Discover now