Filho do Trovão

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Filho do Trovão amava a mais bela índia

Pata de Esquilo, disputada a mão

Por todos os guerreiros desta tribo

Pelo frio Imóvel como Um Jacaré

Pelo bravo Cercado pela Morte

Nem a jaguatirica era tão grácil

O canto da turquesa arara alada

Os olhos da raposa em retirada

A gema do céu quando ela escorria

Nada existia que chegasse aos pés dela


Para ganhar o coração da amada

Filho do Trovão partiu em uma busca

Pelo presente que ela merecia

Os belos cabelos da estranha tribo

De guerreiros com cabeça de milho

Ele afiou a faca e espreitou o adormecido

Filho da terra dos mares distantes

Mas o silêncio desta noite o traiu

As armas deles eram bem melhores

Cabeça de milho o matou a espadadas


Eles chegaram então em nossa aldeia

Trouxeram espelhos e carabinas

Pata de Esquilo chamou um dos guerreiros

Agarrou o escalpo que ele carregava

"Dou-lhe um beijo em troca destes cabelos"

Cabeça de milho aceitou esta oferta

Ela deitou-se com os fios do amado

Com o veneno nos lábios sorriu

Cabeça de milho caiu do cavalo

Ao som do trovão dançam os esquilos

HelespontoWhere stories live. Discover now