Filho do Trovão amava a mais bela índia
Pata de Esquilo, disputada a mão
Por todos os guerreiros desta tribo
Pelo frio Imóvel como Um Jacaré
Pelo bravo Cercado pela Morte
Nem a jaguatirica era tão grácil
O canto da turquesa arara alada
Os olhos da raposa em retirada
A gema do céu quando ela escorria
Nada existia que chegasse aos pés dela
Para ganhar o coração da amada
Filho do Trovão partiu em uma busca
Pelo presente que ela merecia
Os belos cabelos da estranha tribo
De guerreiros com cabeça de milho
Ele afiou a faca e espreitou o adormecido
Filho da terra dos mares distantes
Mas o silêncio desta noite o traiu
As armas deles eram bem melhores
Cabeça de milho o matou a espadadas
Eles chegaram então em nossa aldeia
Trouxeram espelhos e carabinas
Pata de Esquilo chamou um dos guerreiros
Agarrou o escalpo que ele carregava
"Dou-lhe um beijo em troca destes cabelos"
Cabeça de milho aceitou esta oferta
Ela deitou-se com os fios do amado
Com o veneno nos lábios sorriu
Cabeça de milho caiu do cavalo
Ao som do trovão dançam os esquilos
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Helesponto
PoetryInspirado principalmente na obra de Museu, os poemas abordam o mito de Leandro e Hero que serviu de inspiração para diversos autores como Ovídio, Marlowe, Byron, Bocage e Camões. Capa: obra "Hero Chora sobre O Corpo de Leandro" de Gillis Backereel...