[𝟐𝟎] 𝐅𝐞́𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫𝐚̃𝐨

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— Pai eu NÃO VOU PARA LÁ! — Eu gritei enquanto descia as escadas.

— Lira pare de gritar! Daqui a pouco você vai acordar o quadro da sua avó e aí, nós vamos ter que lidar com os gritos dela também! — Remus me repreendeu enquanto trazia a minha mala.

— EU NÃO VOU PARAR DE GRITAR ATÉ VOCÊS ME DEIXAREM IR JUNTO COM VOCÊS! — eu continuei berrando agora já na sala.

— ENTÃO VOCÊ VAI FICAR ROUCA PORQUE EU JÁ DISSE QUE VOCÊ NÃO VAI E PRONTO! — Sirius gritou de volta.

Alguns segundos de silêncio se passaram e eu voltei a protestar.

— Por que eu não posso ir para o Brasil com vocês?

— Você sabe muito bem o que estamos indo resolver. Se conseguirmos achar o... — Sirius iniciou mas foi repreendido com um olhar furioso de Remus.

— Se nós conseguirmos resolver o que temos para fazer lá, eu prometo que no próximo ano nós vamos todos juntos. Se quiser pode chamar a Luna, Hermione e bem, os Weasleys também, só não torne as coisas ainda mais complicadas.

— Por que eu não posso ficar na casa dos Lovegoods como eu sempre fico pai?

— A sua tia Narcisa falou conosco a algum tempo, e prometemos a ela que você passaria as férias na mansão Malfoy. — Disse Remus. — Você sempre gostou de ir para lá, por que está fazendo esse escândalo dessa vez?

— Porque a alguns meses atrás, eu "roubei" o elfo do marido dela. Como acha que ele vai me receber? Eu vou ser a nova elfa doméstica deles!

— Não seja tola, sua tia nunca faria isso com você. É mais fácil ela colocar o Lucius para ser o novo elfo. — Sirius disse rindo e eu tentei conter um sorriso também.

— Mas pai...

— Está decidido. — Remus completou enquanto me acompanhava para a carruagem que me levaria até a mansão Malfoy.

XxX

Parei em frente à imensa mansão e esperei alguns minutos antes que um loiro abusado abrisse a porta para mim.

— Ah você chegou.. — disse revirando-nos olhos.

— Oi para você também, Draco.

— Entre, antes que eu te tranque do lado de fora.

— Eu adoro como você fica bem humorado as sextas... — eu disse enquanto entrava.

— Vou ficar melhor quando eu atravessar a minha mão na sua cara!

— Pode vir, eu sempre ganho de você mesmo. — eu disse e ele bufou.

— Por sua culpa, eu fui obrigado a ficar em casa, enquanto poderia estar viajando com o pai do Crabbe.

— Não é minha culpa, você sabe disso.

— Eu sei, mas preciso culpar alguém, e você está aqui.

Continuamos resmungando por alguns minutos, até que uma voz doce e calma falou.

— Lira? Ela já chegou Draco?

— Sim, mãe. — ele se virou para mim sussurrou. — Essa conversa ainda não acabou.

— Eu sei que não. — Sorri para irritar ele, antes de segui-lo pela casa.

A mansão Malfoy era muito bonita, apesar de escura demais. Os móveis eram delicados e esculpidos em madeiras escuras. Haviam belos candelabros de prata iluminado a casa. As paredes pretas com decoração gótica sempre me chamaram atenção.

Entramos na enorme sala, e encontramos confortavelmente sentada em um dos grandes sofás, que ficavam em frente à lareira, Narcisa, folheando uma edição do Profeta Diário.

— Ah minha querida... — Ela se levantou e veio me abraçar. — Como você está?

— Estou ótima tia Cissa, e a senhora, vai bem?

— Bom.. Você sabe, na medida do possível. Tudo que vem acontecendo está perturbando Lucius. — Eu abaixei a cabeça sabendo que metade daquilo era culpa minha. — Não se preocupe querida, vai ficar tudo bem. — Ela disse levantando meu rosto, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. — Draco querido, peça aos elfos que preparem um chá para nós.

— Tio Lucius já superou o que aconteceu com Dobby?

— Oh meu bem, nós não falamos sobre esse assunto nessa casa.

Me sentei ao lado dela, e alguns minutos depois, um elfo entrou na sala trazendo consigo, um jogo de chá em uma bandeja de prata maravilhosa.

— E aí?

— E aí? O que, tia Cissa?

— Como anda a sua relação com Draco?

— Bom.. não anda.

— Como assim, não anda? Vai, me conta tudo.

— Não sei se já notou tia Cissa mas... eu e Draco não nos damos muito bem.

— Bobagem querida, aposto que tem alguma coisa.

— Eu estou sendo sincera, não há nada entre nós.

Passamos alguns segundos em silêncio até que ela resolveu falar.

— Eu estava falando com Lucius, e ele acha que seria muito bom que vocês dois... se casassem depois de prestar seus NIEMS — Eu engasguei com o chá antes mesmo que ela terminasse de falar.

— Bom pra quem? Para mim que não seria. — Eu retruquei.

— Querida, você sabe. É uma menina tão bondosa, um exemplo a ser seguido. Acho que você seria uma ótima companheira para o meu filho. Aposto que você faria com que ele se tornasse um homen melhor. — Ela afirmou com um sorriso.

— Eu não quero ser.. mau educada, mas... eu não sou um centro de reabilitação para o seu filho problemático. — Ela arqueou o cenho surpresa. — E se me prender ao seu filho, é a forma que tio Lucius encontrou para me "perdoar"... eu prefiro viver sem o perdão dele. — conclui.

— Entendo. — Ela afirmou dando outro gole no seu chá. — Mas você sabe, uma hora vai ter que arrumar um pretendente para casar, e meu Draco é o homen perfeito!

— Não pretendo me casar. — Ela parecia ter ouvido uma barbaridade.

— Não quer casar? Isso é um absurdo. Uma menina tão influente como você, filha de dois Lordes, não quer casar? Eu conheço varias famílias que dariam tudo que tem só para uma união com a sua família, e você me fala uma coisa dessas?

— Eu não pedi para ter todo esse reconhecimento! Se tem pessoas que fariam de tudo para se casar comigo, problema delas. Se algum dia eu me casar, vai ser por amor e não por obrigação!

— Acho melhor você ir lá pra cima. — Ela falou educadamente, em busca de concluir aquele assunto. — Suas bagagens já devem estar no quarto de hóspedes.

Eu levantei com raiva, e segui batendo firmemente os pés pela longa escada que dava para o outro andar da casa, e me tranquei no quarto. Saindo de lá, apenas, para o jantar.

𝐒𝐨𝐛 𝐚 𝐥𝐮𝐳 𝐝𝐨 𝐥𝐮𝐚𝐫Where stories live. Discover now