tiktok e "silhouette challenge";

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via criminologia para todos& recuse a clicar

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via criminologia para todos
& recuse a clicar.

Uma tendência no TikTok chamada "Silhuoette Challenge" convida mulheres jovens a usarem um filtro para compartilhar sua silhueta nua que se deixa transparecer em luz vermelha, associada à indústria da exploração sexual com as vitrines do bairro vermelho.

Homrnd agora publicam tutoriais online que descrevem como remover o filtro vermelho para deixar os corpos das mulheres descobertos, abonando a violência sexual no espaço digital.

O mais preocupante: um terço dos usuários do TikTok são menores de 18 anos, o que soma à distribuição de pornografia infantil que sutilmente abre passo e toma força a partir dessa plataforma.

A tendência é mais uma amostra da cultura do pornô, que prepara as mulheres desde tenra idade para aspirar a hipersexualizar-se com um falso discurso de empoderamento que paga a costura para consumo masculino e a reação dos homens é a amostra de que usarão isso como ferramenta para violentar, perseguir, ridicularizar, extorquir e espalhar imagens sem o consentimento das mesmas, tomando o controle que os fazem acreditar que eles têm sobre seus corpos.

Não se enganem, essa cultura, que prepara e alicia corpos de mulheres e até crianças cada vez mais jovens como carnes pornificadas e fetichizadas para um mercado de predadores, não está a serviço da mulher ou de sua liberdade. A cultura sabe muito bem distorcer a narrativa para seus próprios propósitos — se antes bastava colocar as mulheres em seu lugar de submissa às normas sexuais definidas por homens, agora é preciso levantar um clamor e uma sensação de que não, agora é a mulher que está no comando sobre si, agora a vontade e decisão partem dela, ela tem voz, ela está usando seu corpo como ELA quer. Simplesmente porque não conseguem mais, no mundo de hoje, apenas colocar as correntes ao redor do pescoço das mulheres – tudo bem, agora as correntes são chamadas de outra coisa, um nome que dê pra aceitar melhor, são pintadas de rosa com glitter, e entregues pras próprias mulheres, desde jovens, colocarem em seus pescoços com um clamor de liberdade.

Uma dica: o clamor de "liberdade" não importa nem um pouco para o sistema e para aqueles que criam e se beneficiam dessas correntes, o discurso pode ser o que for, as palavras podem ser as que forem, mesmo que sejam as "empoderamento feminino" – desde que isso não a faça tirar a corrente da objetificação, pornificação e fetichização do seu pescoço. Inclusive, melhor assim, porque agora eles podem lavar as mãos, apesar de todo o sistema que construíram e de todo o aliciamento cultural que é feito desde o berço sobre nós mulheres, e dizer: deixem, é a escolha DELA. Eu repito: não caiam nessa!

DETALHE IMPORTANTÍSSIMO: Vários caras removeram a luz vermelha dos vídeos e disponibilizaram no Twitter. O vídeo fica perto do branco mas dá pra ver claramente. Caso vocês vejam algum perfil fazendo isso, DENUNCIEM.

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