Capítulo 49

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VICTOR

Essa é definitivamente uma das festas mais chatas que eu já estive na toda a minha vida. O fato de não haver uma música ao menos um pouco dançante ou a possibilidade de beber um pouco de álcool a mais deixa isso tudo ainda pior.

É claro que eu posso beber vinho ou outro tipo de bebida alcoólica quando estou perto do meu pai, mas o problema é que não posso beber demais, para me animar, e isso me faz ficar extremamente entediado.

Todos os adultos estão conversando entre si com um sorriso enorme no rosto. Satisfeitos com a comida, a música e as pessoas ricas que as cercam. Se sentem completos. Ainda mais quando muitos sairão daqui sabendo que suas contas bancárias estão prestes a deixar o vazio que as habitaram por tanto tempo.

Mas não estou igual nenhum deles. A única coisa que não faz essa festa se tornar completamente deprimente é a babi. Não consegui tirar meus olhos dela nem por um milésimo de segundo, por mais que ela tenha me ignorado a noite toda.

Não posso reclamar que esteja sendo ignorado. Admito que sou um babaca com ela desde o dia que nos conhecemos, a anos atrás, e também admito que ela tem sido mais do que paciente comigo, talvez até demais. Mas querendo ou não, quando estou com ela não consigo me comportar de forma diferente, se eu fizer isso, me sentirei muito vulnerável, transparente. E não tenho certeza se esta é a forma que eu quero me sentir.

Tudo o que eu queria fazer agora é descer até a adega do pai dela e fode-la em cima das garrafas de vinho, mas isso é inviável por vários motivos. Primeiro que as pessoas descem lá para ver a coleção de vinhos caros do Sr. Lush praticamente toda hora, e segundo -que é o motivo principal-, a babi não concordaria com isso nunca. Não quando fui eu a pessoa que a deixou irritada pelo resto da noite. E talvez pelo resto do dia seguinte.

Mas felizmente a adega não é o único lugar desta casa que podemos ir para nos divertir, então não vejo o porquê de não ir tentar convencê-la, mesmo que saiba que as chances de isso dar errado são gigantescas.

Vou ate a mesa que ela esta sentada sozinha e me sento do lado dela. Babi continua prestando atenção em sua taça, ignorando o fato de eu estar logo ao seu lado.

"Divertida, não?" Pergunto sendo sarcástico, tomando um gole do vinho branco da minha taça.

Babi me ignora. Coloca sua taça de volta na mesa e começa a prestar atenção nos convidados, olhando para todos os lugares da sala. A porta de entrada, as escadas, ou as portas que dão para a cozinha. Exceto para mim.

"Então concorda?" Pergunto novamente. "Pois é, preciso dizer, essa com certeza não é uma das melhores festas que os seus pais já planejaram."

Babi olha para mim com os olhos semicerrados e com os lábios que formam um pequeno - e lindo - bico. Ela respira fundo e volta a olhar para frente.

Ok, se eu quero transar com ela ou fazê-la me perdoar é melhor não insultar os pais dela ou insulta-lá de qualquer forma.

Me dou conta de que ela não vai me responder tão cedo e começo a bater o anel do meu dedo na mesa. Fico o batendo por alguns minutos, sem parar de pensar como fazê-la me desculpar por meus comentários inúteis.

É claro que não poderia pedir desculpas, porque sei que vou acabar a insultando novamente, é inevitável. E eu nem sei porque eu faço isso, não sei porque tento de todas as formas irritar e afastar as pessoas de mim, não apenas a babi. Mas não quero que ela comece a achar que minhas desculpas não valem nada, porque as vezes elas são as minhas palavras mais valiosas, talvez até mais do que qualquer outra que eu possa dizer.

Solto algumas respirações profundas e barulhentas, com o objetivo de irritar a babi para que ela fale comigo, mesmo que seja furiosa.

Não estou fazendo isso apenas para levar ela pra cama... ou pra adega. Não gosto quando ela fica brava comigo. Não gosto quando ela me ignora do jeito que está fazendo, isso é mais doloroso do que eu achei que seria

Vejo que minha ideia dá certo quando ela se vira para mim bruscamente e coloca a mão em cima da minha para eu parar de bater o meu dedo contra a mesa. Ela olha para mim me avisando para parar de me mexer e tira a mão de cima da minha, mas não fala nada. Talvez o meu plano não tenha ocorrido do jeito que eu esperava, mas pelo menos ela olhou para mim.

"Babi, por favor, quando você vai falar comigo?"

Não obtenho nenhuma resposta.

Ela realmente não gostou do que eu disse antes. Pelo jeito que ela está com raiva de mim, não ficaria surpreso se ela me desse um tapa na cara agora mesmo.

Somos interrompidos pela Sra. Lush avisando que o jantar já está sendo servido. Babi olha para mim e me observa por quase dez segundos. Seus olhos correm pelas minhas vestes e pelo meu rosto lentamente, parando em cada detalhe ou imperfeição que ela achar. Seus dedos se entrelaçam entre si e sua cabeça pende para o lado, então ela se vira e se levanta. Mas ao invés dela ir se servir, ela sobe para o andar de cima.

Suas pernas agem com firmeza e maestria ao dar passos largos nos degraus da escada, como se estivesse desfilando. Não, não se estivesse, ela com certeza está desfilando.

O corte do seu vestido azul me permite ver parcialmente sua perna bronzeada a cada passo que ela dá, mas sem ser vulgar. Assim como o decote dos seus seios, que mostram apenas o necessário, sem exageros.

Babi está perfeitamente equilibrada entre a sensualidade e a elegância. Perfeita para este jantar. É claro que eu menti quando a chamei de vulgar mais cedo. Ela está perfeita. E com certeza não vem correndo atrás de mim sempre que estou longe, como claramente posso perceber agora.

Minha vontade de ir até ela e beija-la é imensa, mas não faço isso. Na verdade não faço nada. Não me levanto para ir jantar ou para ir atrás da babi. Perdi minha fome e minha disposição para ficar animado pelo resto do jantar. Sei que já não estava antes, mas agora eu não ao menos finjo estar feliz. Apenas não me importo.

Depois de três minutos, -os três minutos mais longos da minha vida - sinto que vou explodir. Ela está lá em cima por três minutos e eu não consigo mais me segurar. Tenho que ir lá, tenho que vê-la e agarrar cada parte do seu corpo. Essa é a minha oportunidade, se nós vamos fazer algo esta noite vai ser agora. Sei que ela não consegue ficar brava comigo por muito tempo, não quando seus lábios vão estar grudados nos meus.

Quando tomo coragem para subir, a vejo descendo as escadas sem pressa. Babi me vê no começo da escada e solta um sorriso vitorioso. Ela desce alguns degraus e chega até mim, então se inclina na minha direção e posiciona sua boca contra o meu ouvido. E ao sentir seus lábios carnudos encostando na minha orelha, sinto meu pau dando sinal de vida.

"Eu só fui retocar a minha maquiagem, Victir," ela diz, com a voz mais sexy do que o normal. "Não conseguiu ficar longe de mim nem por cinco minutos?"

Quando ela termina de falar, ela observa minha expressão e desce os olhos até a minha calça, onde tampo minha ereção com a mão.

"Você sabia que eu iria fazer isso, não sabia?" Pergunto. Babi é muito mais esperta do que ela aparenta, não duvido dela ter planejado toda essa cena só pra ter sua vingança pelo que eu disse para ela mais cedo.

"Eu só fui retocar minha maquiagem," repete ela.

Então ela se vira e começa a conversar com alguns convidados, sempre olhando para mim para ver minha cara de derrota, mas eu a encaro de volta com um olhar desafiador.

Babi não é apenas mais uma menina com quem eu transo, ela não se contenta apenas com o prazer, e com certeza não aceita meus comentários rudes. Ela é uma jogadora, e sei que não vai ficar feliz enquanto não ganhar. Mas se ela acha que vai ser um jogo fácil, ela está muito enganada.




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𝙳𝚒𝚐𝚊 𝙼𝚎𝚞 𝙽𝚘𝚖𝚎┊ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᶜ̧ᵃᵒ ᵇᵃᵇⁱᶜᵗᵒʳ ♡Onde as histórias ganham vida. Descobre agora