Ela foi um anjo

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ADDISON' POVS

Flash back on

Mamãe eu te amo — dizia Chloe sorrindo para addison, a mesma corria entorno do jardim que se tinha na mansão dos Montgomery's.

Eu também te amo, meu amor. — Montgomery começa a correr para alcançar a pequena ruivinha que era sua cópia fiel.

Não Mamãe! Você não pode me pegar — falava ao mesmo tempo que corria deixando seus fios ruivos balançarem ao vento.

— ahaa! Te peguei… agora você não vai escapar dos meus beijinhos — sorriu, enquanto beijava a sua pequena.

Flash back off


Porque ela teve que ir? Meu único motivo de vida, um amor incondicional pelo qual nunca senti por ninguém. Chloe era doce uma criança diferente de uma bondade imensa, o fardo e o peso que carrego por ter deixado ela sair naquele dia fatídico é sufocante.

Hoje Chloe estaria completando seus 8 anos e como eu gostaria de vê-la, provavelmente ela estaria com algumas falhas nos dentes, por causa das trocas dos mesmos nessa idade, possuindo aqueles olhos verdes hipnotizantes e a sua pele clara como a neve.

Em dias como estes o que eu mais desejo é a morte, a dor é tão imensa que se assemelha a duas mãos entrelaçadas em meu pescoço, dificultando a minha respiração. A minha felicidade era ela, o meu orgulho era ela, o meu maior presente daquele casamento frustrado e abusivo era ela.

Eu nunca irei perdoar aquele homem por ter tirado a minha filha de mim. A imprudência que ele teve, a irresponsabilidade… Derek foi responsável pela fonte de meu ódio e amargura. Sim, era necessário que eu deixasse o ódio esvair como o vento, só que é tão difícil.

Meu falecido ex-marido me causou muita dor, muita amargura e muito ódio, me tornei a pessoa detestável que sou hoje por vários fatores e umas das causas é ele, marcas que jamais irão sumir de minha mente.

{♡}

Por hoje não quero cogitar a ideia de sair de meu quarto ou ter contatos com pessoas, costumo ser mais grossa do que normalmente sou. Às vezes até cruel demais, quando vejo já falei e acabo magoando as pessoas… Não que isso me incomode, afinal quem faz as perguntas idiotas são elas e não eu.

Também me nego a olhar o computador ou a internet em si, prefiro me isolar do mundo. Fugir dos olhares de pena ou de mensagens reconfortantes que não me ajudam em nada. Grande parte do meu dia será apenas sobre desferir o ódio, então penso eu que quem fosse esperto o bastante passaria longe de mim.

Esse detalhe me faz lembrar de que tenho um ser humano em minha casa chamado Meredith Grey, no qual não sabe distinguir muito bem o que é passar dos limites em relação a algumas coisas. Ela é tão doce, mas ao mesmo tão irritante, a mesma gosta de me afrontar e não tem medo.

Se eu fosse resumir Meredith em três palavras seria sincera, corajosa e insistente, ela contém inúmeras qualidades, também tem me mostrado muito eficiente em tudo que faz. Apesar de que às vezes penso que ela precise melhorar a sua caligrafia e dicção.

Mas o ponto é que, agora eu a tenho como amiga ou mais próximo disso, não sei por qual razão, mas me nego a ser grossa com ela. Sei que isso vai ser muito difícil, pelo simples fato de que a mesma é muito insistente e não posso saber se ela irá entender que eu preciso do meu espaço.

— Addison, vem almoçar esta pronto. — meredith bate na porta do quarto, e peço a mim mesma que seja tolerante e paciente.

— Eu não quero almoçar — Falei com a voz um pouco embargada por conta do choro incessante que se fazia presente.

— Tá tudo bem? Você parece estar com uma voz de choro… — oscila ao perguntar, podia sentir o receio em sua voz.

— Eu to bem! — disse em um tom elevado — agora, por favor me deixe aqui. — pedi na esperança de que a mesma me ouvisse.

— Não é o que parece… — Respondeu, notei o tom de preocupação, mas não queria dar aquele tipo de abertura a ela.

— Meredith! Você não sabe o significado de “me deixe” ou se faz de desentendida? — falei já estressada e com ódio de mim mesma por ter sido grossa com ela.

Escutei passos descendo a escada e logo percebi que estava sem Meredith em frente a minha porta, resmunguei entre os lençóis praguejando-me por ser tão estúpida com as pessoas.

{♡}

Pensei em sair do quarto para me desculpar com Meredith, só que não estava com cabeça para isso então preferi dar uma volta pela praia para espairecer, aquele lugar me trazia uma paz e calma que lugar algum me proporcionava.

Era de tarde o sol já estava se pondo, uma brisa fria batia sob minha pele, amava sentir essa sensação. Durante o tempo em que fiquei ali me permiti apenas lembrar de momentos bons, ou seja recordar da minha pequena ruivinha sorrindo e brincando.

Espero que um dia você me perdoe Chloe — pensei alto.

Apesar de saber que eu não tinha culpa, penso que sempre vou me culpar por isso porque eu sou a mãe dela, e poderia ter impedido ela de sair naquele dia.

Uma lágrima solitária caiu sob meu rosto, passei a mão para limpar, respirei fundo e saí indo em direção até a minha casa onde me sentei em uma das cadeiras que se tinha no deck.

Peguei meu celular que estava no bolso abrindo na galeria, sentia a necessidade de ver algumas fotos da minha ruivinha pois, de alguma forma eu queria lembrar dela.

Depois de alguns instantes me vejo chorando intensamente, não liguei para nada e nem se Meredith iria ver. Apenas consenti em chorar, como disse a dor era algo que me sufocava e de algum jeito eu precisava me ver livre disso.

— Addison ta tudo bem... — Meredtih sentou ao meu lado. — entendo se você não quiser falar sobre isso — ela me abraçou e foi ali que desabei ainda mais.

Não gostava que as pessoas que visse tão vulnerável, mas de certa forma me sentia confortável com ela. Além de a mesma ser doce e tão atenciosa, não entendia o porque dela tentar tanto comigo mesmo eu sendo grossa.

— Eu vou estar aqui para você, até porque somos amigas — falou, passando as mãos sob minhas costas — se quiser falar sobre isso algum dia... irei te escutar.

Assenti, queria contar mas não me sentia pronta, era muita coisa na minha cabeça muitos sentimentos e emoções. Meredith estava se tornando minha amiga, não queria assustar a mesma com a minha história.

Ficar em seus braços era confortável, precisava de um ombro amigo e ela me deu isso. Não foi invasiva ou perguntou algo sobre, apenas me consolou e o seu toque era carinhoso.

— Eu tinha uma filha... — falei baixo, como se fosse um sussurro — mas ela morreu. — finalizei a frase, com um imenso nó em minha garganta.

Meredith parecia surpresa e logo vi aquele olhar de pena, que todos costumam olhar para você quando sabem de algo sobre sua pessoa.

— Eu sinto muito Addie... — respondeu, o seu tom de voz era baixinho — é a garotinha do retrato não é? — vacilou em meio as palavras.

O som da praia era tão reconfortante, o balançar das folhas o aroma. Precisava desabafar, só não sei se eu estou desabafando com a pessoa certa.

— Sim, era ela — respondi sua pergunta — Não quero que sinta pena de mim, já aconteceu e estou bem com isso. — a olhei e sorri.

— Eu não estou com pena de você, aliás, não precisa manter essa pose de durona como se fosse imbatível. — seus dentes eram lindos.

— Hoje Chloe estaria completando 8 anos, ela foi um anjo em minha vida.

Ficamos no deck até por volta da meia noite, logo em seguida fomos vencida pelo cansaço e fomos dormir em nossos quartos.

Oii gente, tudo bom? Então eu queria agradecer a todo mundo que ta votando e comentando na fic! Obrigada mesmo🥺🤲🏼

Dedico esse cap as meninas do Walsh Squad, amo vocês 💖

Att, Paula💜

Confined With You Where stories live. Discover now