Capítulo 01

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Eu tentei, com todas as minhas forças, escrever uma história 100% feliz, mas fui incapaz, tive que adicionar umas tragédias no percurso pro enredo fluir. Oh God, pq me fizestes assim? kkkkkk
Bem, é possível que role uma ou duas lágrimas durante a leitura, acredito que o primeiro capítulo é o mais triste, os outros são softs, eu prometo 🙃

Espero que gostem, boa leitura.

...


Vinte anos atrás, numa cidade interiorana, uma mulher de origem humilde deu à luz ao seu terceiro filho. O nome da família pouco importa, mas o garoto foi nomeado de San Lang.

Conforme o tempo ia passando, a família de San Lang se tornava mais miserável, seu pai, um homem já de meia idade e hábitos muito hostis, gastava boa parte, se não toda a renda, em bares, quando estava em casa, passava seu tempo agredindo a esposa e os filhos. A mãe, mulher cansada e constantemente agredida, refletia nos mais novos toda a sua frustração e ira, principalmente no mais novo, por alegar que ele era exatamente como o pai, ao menos fisicamente. Dos irmãos mais velhos de San Lang, o do meio morreu de uma doença desconhecida e o mais velho sequer esperou a maior idade para fugir de casa, abandonando o menor completamente à própria sorte com os dois malfeitores. 

Com o passar dos anos, San Lang se parecia cada vez mais com o pai e, por isso, as agressões aumentavam, chegando ao ponto dos vizinhos o tirarem de casa por dias com medo do que pudesse acontecer, até que num fatídico dia, o pior aconteceu. Numa intensa briga entre seus pais, o garoto, no fim de sua primeira década de vida, entrou no meio dos dois para proteger sua mãe, ainda que sofresse agressões da parte dela, e seu pai, fora de si com todo o álcool no corpo, acabou quebrando uma garrafa vazia no rosto da criança que caiu e se contorceu por horas numa poça de seu próprio sangue até que os vizinhos, mais uma vez, interferissem e o levassem a um hospital. 

San Lang teve ferimentos moderados na pele, mas cacos de vidro entraram em seus olhos e os machucaram profundamente, o direito foi completamente perdido, enquanto o esquerdo ainda tinha remotas chances de se recuperar. 

Após o ocorrido, os pais do garoto perderam sua guarda e ao receber alta do hospital, fora encaminhado a um orfanato onde se recuperaria e torceria para que uma boa alma o adotasse.

O orfanato não era dos melhores, a estrutura era precária e sobrevivia através de doações, seu doador mais assíduo era um adolescente que aparentava ter muito dinheiro, sempre bem vestido e apresentando uma educação acima do comum, principalmente para aquela área, era conhecido por lá como Hua Xie. 

Hua Xie era um jovem gracioso e certamente, nobre, ele exalava riqueza por todos os poros, apesar de nunca falar de sua vida, família ou aparecer acompanhado, eles podiam deduzir que ele, sequer, era daquela região, dado o seu sotaque e a forma como se portava. 

Enquanto todos pareciam repudiar o pobre San Lang, Hua Xie era o único que se aproximava dele, antes do garoto aparecer, ele estava sempre cercado de crianças, todos o adoravam, entretanto, quando San Lang chegou, acabou se apegando mais ao menino e, consequentemente, as outras crianças se afastaram, ele lhe contava histórias, cuidava de suas feridas, brincava com ele e até mesmo o alimentava, de contrapartida, San Lang, que já estava acostumado a ser maltratado e repudiado, detestava ficar na presença de outros, preferia estar isolado, mesmo em seu quarto, dividido com mais 4 crianças, ele não falava com nenhuma delas, sequer sabia seus nomes, Hua Xie sempre o encontrava sozinho em algum canto que o deixassem, já que sua recuperação era lenta e ele não podia enxergar, geralmente preferia ficar no quarto enquanto os outros garotos brincavam no pátio. 

E não foi diferente naquele dia, Hua Xie chegou perto do horário do almoço, o abrigo só tinha duas refeições diárias e numa delas, ele gostava de acompanhar o garoto, às vezes até mesmo levava algum doce escondido para o animar.

A Sorte Que Nos Une [concluída]Where stories live. Discover now