CAPÍTULO 2

1.9K 128 4
                                    

Caique
Ela se aproxima também me encarando, seus olhos transmitem preocupação e até medo, talvez tenha vindo de longe visitar alguém.

Me cumprimenta com um aceno leve de cabeça e entra na sala de espera, olha as pessoas que lá estão, olha pra mim novamente e se aproxima.

- Oi. Você é Carlos Henrique?

- Sou eu. Está me procurando?

- Eu sou a neta da Ana, sua empregada. Vim de Guaratuba assim que o senhor ligou, como ela está?

-  Senhor? Pelo amor, me chame apenas de Henrique ou Caique_ ela assente concordando_. Sua vó está bem agora, a encontrei desmaiada em minha cozinha, mas pelo visto foi apenas uma hipertensão, ela agora está sendo avaliada.

- Será que posso vê lá?

- Com essa criança? Meio difícil deixarem entrar.

Ela olha sem graça para o garoto que temvos olhos atentos nela e me responde ainda sem graça.

- É meu irmão, não tinha com quem deixar ele, meu pai trabalha.

- De qualquer forma, talvez não seja necessário, o médico disse que possivelmente ainda hoje ela será liberada. Senta, vocês devem estar cansados da viagem.

- Realmente estou. Fui acordada de supetão pelo meu pai, sai correndo de casa com ele, só deu tempo de dar a ele um copo de leite.

Diz apontando para o garoto que diz:

- Nica, tô com fome.

Eu falo:

- Vamos na cantina comer alguma coisa, eu também estou faminto.

Ela se levanta põe a mochila nas costas e pega na mão do irmão, eu pego a mala dela e fomos para a cantina. Eles pedem achocolatado com sanduíche de queijo e presunto e eu um café com torta de frango.

- Não me disse seu nome e o do seu irmão.

Digo para ela assim que nos sentamos.

- O meu é Nicola, o dele é Rafael.

- Nicola? Taí um nome diferente.

- Meu pai é Nivaldo e queria uma filha com o nome parecido com o dele, Nicole ele não quis porque minha tia ja falecida, se chamava assim.

- Entendi. Você pretendia vir pra cá com seu irmão para fazer a sua prova?

Ela ficou um pouco sem graça.

- Sim. Minha vó olharia ele enquanto eu faria a prova.

- Sei. E sua mãe?

- Foi pro Haiti ajudar as vítimas do furacão e... bem, faz um tempo que não nos da notícias.

-  Quanto tempo? Sua vó me contou mais ou menos essa história, é bem  estranho né? Eu até me ofereci pra entrar em contato com a embaixada de la mas ela meio que foi de forma clandestina né? Que loucura!

- É. Ainda não entendi o que a fez tomar essa decisão, não era do feitio dela ser tão solícita a ajudar as pessoas...

Ela põe a mão na boca parecendo se lembrar que falou demais.

_ Me desculpa, eu as vezes falo pelos cotovelos. Mas eu desconfio que meu pai sabe onde ela está, ele não gosta de falar no assunto, fica arredio quando eu pergunto.

Acho bem estranho mas resolvo não falar mais nada, a garota é bem novinha e ja está aqui cheia de problemas, não irei jogar desconfianças inconcretas nos ombros dela. Terminamos de comer eu vou pagar e ela oferece ajuda, eu recuso pago e retornamos a sala de espera.

POR VOCÊ Where stories live. Discover now