Capítulo Único.

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Era domingo e como qualquer família normal, Lan Xichen e Jiang Cheng tinham ido ao mercado fazer as compras da semana. Lan Jingyi, o filho do casal, ia nas cavalitas do pai mais velho enquanto o pai mais novo empurrava o carrinho de compras e os conduzia pelos corredores que nem um pastor conduz o seu rebanho de ovelhas.

— Papai Huan, eu quero chocolate. — pedinchou o pequeno, dando beijinhos no topo da cabeça do pai, sabendo que dessa forma o mesmo não teria coragem de negar o seu pedido.

— Quer porra nenhuma. — rebateu Jiang Cheng.

— Eu estava falando com o papai Huan. — o pequeno resmungou também, colocando uma expressão brava enquanto fintava o pai rabugento.

Jiang Cheng parou abruptamente no meio do caminho e fuzilou o filho.

— Quem manda sou eu e eu digo que não vou comprar porra de chocolate nenhum. E não me responda de novo Lan Jingyi, ou vou tirar o chinelo e te dar umas chineladas em frente a todo o mundo.

Lan Jingyi começou a choramingar, abraçando-se ao pescoço de Lan Xichen, sabendo que este era um coração mole e a sua única esperança para levar os benditos chocolates para casa.

— Wanyin...

— Você também. — Jiang Cheng respondeu ameaçador, apontando o dedo ao marido, este que se rendeu e ergueu os braços no ar. Afinal, seria humilhante demais receber chineladas do marido no meio do mercado.

O pequeno Jingyi deu-se por vencido, por enquanto.

— Lan Huan, vá pegar o leite enquanto eu vou pegar a carne.

O mais velho nem contestou, caminhou em direção ao corredor onde estava o leite e pousou o filho no chão, para assim conseguir ler todas as embalagens de leite e escolher o mais saudável para a sua amada família. Enquanto isso, Jiang Cheng estava na fila, esperando a sua vez para comprar a carne, reclamando que estava esperando há duas horas quando nem fazia um minuto que tinha chegado ali.

Depois de longos cinco minutos, Lan Xichen finalmente escolheu o leite.

— Vamos Jingyi. — ele estendeu a mão na direção do filho mas quando olhou, ele tinha desaparecido.

O desespero bateu tão forte que o Lan quase gritou. Tinha que encontrar o pequeno antes que Jiang Cheng descobrisse, caso contrário era um homem morto. E foi com esse pensamento que saiu correndo pelos corredores fora, em busca da sua cria desaparecida.

Quando Jiang Cheng chegou ao corredor onde supostamente o seu marido e o seu filho deveriam estar, não os encontrou. Amaldiçoou o marido, amaldiçoou o filho e amaldiçoou-se a si mesmo por os ter deixado sozinhos.

— Lan Huan, se você foi comprar os chocolates para o pirralho escondido de mim... — rugiu e saiu disparado pelo mercado fora, pronto a dar uso ao chinelo.

Enquanto isso o mais velho continuava a sua maratona pelo mercado, perguntando às pessoas se tinham visto uma criança de seis anos e com cara de traquina vaguear por aí. As pessoas o olharam como se ele fosse louco e aparentemente nenhuma delas tinha visto a criança rebelde em lugar nenhum.

Mas ele não podia desistir.

— Desculpe, por acaso o senhor viu uma criança de seis anos com uma cara de traquina? — ele basicamente gritou para um homem que estava no corredor onde se encontrava.

E coincidentemente — ou nem tanto — Jiang Wanyin apareceu no campo de visão do marido, com o olhar pesado e os punhos fechados. O homem que tinha sido abordado pelo Lan olhou com cara de tacho para os dois homens e por fim foi embora, mas não sem antes dar uma palmadinha de encorajamento no ombro de Xichen como quem dizia: se vira aí doido, coragem.

— Wanyin...

— O que caralho você fez? Onde está o nosso filho? — Cheng interrompeu a fala do marido, já tremendo que nem um cachorro raivoso.

— Então...

— Você perdeu a porra do nosso filho, Lan Huan? — ele gritou, chamando a atenção das pessoas à sua volta.

— Eu estava escolhendo o leite que você pediu e quando olhei para o lado ele tinha desaparecido. — desculpou-se o mais velho, sorrindo amarelo para as pessoas que os olhavam, completamente constrangido. Se acalme amor, está todo o mundo olhando.

— Se acalma é o caralho! — voltou a gritar, olhando para os desconhecidos que como qualquer pessoa normal adoravam um barraco. — Estão olhando o quê? Não têm nada para ver aqui, seu bando de inúteis!

As pessoas aparentemente voltaram aos seus afazeres, porém com os ouvidos bem atentos para continuarem a par do entretenimento.

— Wanyin, por favor se acalme e vamos...

— Você tem cinco minutos para encontrar o meu filho, Lan Huan!

Em meio a esse surto de Jiang Cheng, um estrondo foi ouvido no corredor do lado.

— Wanyin, eu acho que achamos ele.

Jiang Cheng arregalou os olhos e correu em direção ao corredor do lado, sendo seguido pelo marido.

Quando os dois chegaram, depararam-se com o caos. As prateleiras estavam caídas e todos os doces que estavam nelas estavam agora jogados no chão. Ainda no chão encontrava-se Lan Jingyi, abrindo um chocolate e o enfiando na boca.

— Lan Jingyi!

E o circo instalou-se. Jiang Cheng correu em direção ao filho enquanto — sabe-se lá como — tirava o chinelo ao mesmo tempo. Lan Jingyi arregalou os olhos e tentou fugir, porém era tarde demais, o pai alcançou-o e o chinelo trabalhou.

Nesse instante chegou um funcionário do mercado, este que se posicionou ao lado do constrangido Lan Huan.

— Quem vai pagar os prejuízos? — questionou de braços cruzados, intercalando o olhar entre o pai constrangido e o barraco que acontecia no meio do corredor.

— Lan Huan, trata disso que agora estou tratando do seu filho! — gritou o Jiang que estava dando chineladas no filho rebelde, este que ria e respondia "não está doendo" repetidas vezes, testando a paciência do pai.

O mais velho soltou um suspiro e tirou a carteira do bolso.

— Acompanhe-me até ao caixa, vou chamar o gerente. — falou o funcionário, com cara de poucos amigos.

E enquanto o mais novo dava uma lição no filho rebelde, o mais velho estava no caixa, chorando a cada nota que tirava da carteira para pagar os prejuízos que o filho tinha dado.


(...)


N/A.: Fanart usada como capa não me pertence, todos os direitos reservados ao seu devido autor.

Xicheng + Jingyi sim porque eu nunca vou cansar e parar de esfregar que eles são casados sim e que o Lan menos Lan é filho deles sim.

Está bem curto mas mesmo assim resolvi partilhar essa ideia aleatória que surgiu na minha mente enquanto estava tendo uma conversa com a maravilhosa @star_bonnie (obrigada por contribuir para a existência dessa ideia doida kkk)

Não ficou de todo o que eu imaginei ou como eu queria, porém foi o melhor que consegui nesta minha fase de pouca inspiração e paciência para escrever, então relevem isso kkkk
Obrigada por ler <3

Papai, Quero Chocolate!Onde histórias criam vida. Descubra agora