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GRUDADOS. MEUS OLHOS ESTAVAM GRUDADOS.

Senhor, é tão difícil acordar. Eu tenho mesmo que levantar?

Eu não conseguia abrir os olhos, meu Deus que vontade de ficar na cama pra sempre...

Assim que consegui, abri os olhos e me espreguicei.
Fiquei olhando para o teto por um tempinho e depois me levantei.

Peguei meu celular que estava no criado-mudo ao lado da minha cama, que por sorte não levei pra escola ontem, para olhar as horas.

Quando liguei o visor do celular, eram 15:37.
Acho que dormi um bom tempo, comparado com a noite passada, foi um bom descanso.

Também vi que tinha uma mensagem na barra de notificação.

- Ah, depois eu olho. - pensei

Eu queria levantar, lavar o rosto, descer para comer, e só depois pegar no celular. Prioridades meus amigos...

E assim fiz. Levantei, lavei o rosto, escovei os dentes. Mesmo que eu fosse comer, eu queria tirar a nojeira que estava na minha boca. Fala sério, eu não escovei os dentes desde ontem...
E depois de fazer isso tudo, desci as escadas.

Passei pela sala, e meu pai estava em sua poltrona como sempre, pude até escutar seus roncos.

Nem sinal do Gabriel....Pelo horário, deve ter ido buscar a Karine no trabalho dela...

Cheguei na cozinha, e fui logo abrindo a geladeira.
Peguei presunto, queijo, maionese, ketchup, e um ovo para fritar.
Eu precisava de um sanduíchão para matar a minha fome, que no caso obviamente já tinha aparecido, depois dessa minha dormida.

Peguei o pão e a frigideira no armário, e fui fazer o sanduíche.

Fritei o ovo, e assim o coloquei no sanduíche.

Com ele já pronto, voltei para abrir a geladeira novamente, e dessa vez peguei uma lata de Coca-Cola que estava na porta.

Sentei na mesa para comer, é só depois fui pegar meu celular.

Eu estava terminando de beber a Coca-Cola quando liguei meu celular.
Cliquei na notificação da mensagem, e logo foi para um número desconhecido...

Não podia ser a Heidi, eu tinha salvado o número dela.

Tinham me enviado um video. Eu não sabia o que era, então resolvi baixa-lo para assistir.

Assim que baixou, eu abri, e no vídeo, de início eu vi o Thiago...
Sentado numa cadeira, e parecia estar amarrado nas mãos e nos pés...
Ele estava num lugar totalmente desconhecido, mas o chão do local do vídeo parecia familiar. Era o mesmo piso da escola, então o vídeo pode ter sido gravado no porão da escola.

De repente, apareceu Zacarias, que estava com uma luva de luta box UFC em uma mão, e um anel de soco na outra.

Eu já sabia do que se tratava, EU JA SABIA. Porque continuei assistindo o vídeo?

Então, vejo Thiago implorando para que eles conversassem, ou que tivesse outra maneira de resolver aquilo, sem partir pra agressão, mas Zacarias pareceu não escutar.

Logo depois disso, Zacarias começou a socar o rosto de Thiago, tão forte, que com duas murradas, suas bocas se incharam, e seu nariz começou a jorrar sangue. Parecia que a raiva estava guardada a muito tempo. Não é de se ficar surpreso que ele tenha raiva do Thiago, ja que os dois sempre foram rivais, mas fazer isso com alguém? Não importa quem seja, isso é desumano.

O vídeo não chegou a 30 segundos, e eu rapidamente desliguei o celular. Não aguentei assistir até ao final. Aliás, quem aguentaria?

Droga, fiquei com ânsia de vômito depois disso, e me senti muito mal.

Esperei aquela sensação passar, pelo menos um pouco, para depois, ligar o celular novamente, só que dessa vez bloquear o número que tinha me enviado aquilo. Com certeza isso foi alguma obra da Mia.

Então, rapidamente subi as escadas, e fui correndo no meu quarto. O policial Rodriguez tinha me dado um cartão com o número dele, para se caso eu soubesse, ou conseguisse mais alguma informação eu mandasse para o número dele, então foi o que eu fiz.

Após registrar o número no meu celular, lhe enviei o vídeo, e o número desconhecido para ele.

Depois disso, eu não quis mais pegar no meu celular.
Droga, eu já tinha esquecido do rosto ensanguentado e machucado do Thiago, e então, mandam esse vídeo e eu começo a lembrar de novo...

Comecei a pensar se nesse exato momento, o Thiago estaria bem....
Eu não gosto de me preocupar o tempo todo com todo mundo, mas não dá! Eu sempre me importo demais.

Então resolvi ligar para o hospital, para ver se estava tudo bem.

Eu sei que não queria mais pegar no celular, mas agora é importante, não posso evitar.

Disquei o número do hospital, e rapidamente começou a chamar.
Logo uma enfermeira atendeu.

- Olá. Aqui é do Hospital Central SEPLE, o que deseja?

- Olá. Eu queria falar com um paciente, que está no quarto 183. - eu respondi

- Ah, eu só vou conferir aqui os dados. Aguarde um pouquinho, ok? - ela disse do outro lado da linha

- Ok Ok - respondi

Após alguns minutinhos de espera, ela voltou a falar no telefone.

- Então senhorita, o paciente do quarto 183 já teve alta e foi liberado.

- Ah tá, entendi. Muito obrigada moça. - agradeci a mesma

- Nós que agradecemos por sua preocupação. Tenha uma boa tarde, o Hospital Central SEPLE será sempre bem-vindo! - ela se despediu, e logo desligou.

Acidente No AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora