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Sai da casa da Janine, feliz por ela ter melhorado, e muito. Mas me senti um pouco incomodada com o que ela havia dito alguns minutos atrás. Não incomodada negativamente, e sim incomodada positivamente, não sei explicar.

Flashback On

Casa da Janine, entre muitas conversas:

- Aí, que bom que você melhorou Jan - eu lhe disse abrindo um sorriso no rosto

- Verdade. Mas eu não conseguiria melhorar, se você não tivesse aparecido aqui para me dar bom ânimo, junto com aquele seu amiguinho. - ela disse, e lançou um olhar de como estivesse pensando.

- Não precisa falar sobre mim, você melhorou por conta própria Jan. - eu lhe disse fazendo ela tentar esquecer o tal "amiguinho" - Eu poderia ter falado rios de palavras pra você, que não poderia ter mudado nada. Mas você escolheu se levantar. A minha ajuda só foi uma mãozinha a mais.

- Tem razão, obrigada...- ela agradeceu - Mas o seu amiguinho foi quem o Zacarias bateu?

- foi sim - respondi abaixando a cabeça

- poxa, pude nem falar tanto com ele, ou pedir desculpas pelo o que meu filho fez com ele. Eu estava tão comovida. Como ele se chama? - perguntou a mesma.

- Thiago - respondi

- Thiago.....Tenho impressão de que eu já ouvi esse nome antes....Porque ele estava com você? - perguntou novamente. Porque ela quer tanto saber disso?

- ele quis vir comigo, apenas. - respondi, sem muita informação

- nossa, então ele deve gostar de você - ela comentou.

Sem querer soltei um sorriso bobo no ar, o qual foi involuntário, e eu não pude conter.

- hmmm, e você também deve gostar dele - ela disse com um tom malicioso na voz.

Assenti com a cabeça, e ela riu.
Após isso, logo mudamos de assunto, falando de outras coisas.

Flashback Off

Comecei a caminhar, em direção ao vento que passava. Não tive como me posicionar, pois ele também ia para o cemitério.

Enquanto caminhava, pensei, em como tudo ficaria mais animado, e divertido se o Thiago estivesse ali, ao meu lado.

Comecei a caminhar mais rápido, para ver se eu me esquecia de pensar sobre ele, mas quem disse que eu consigo?

Eu queria tirar esse dia para mim. Apenas pra mim. Para eu pensar em mim, e no que seria melhor pra mim.
E pelo visto, meus pensamentos querem que eu pense no Thiago comigo.
E não posso negar, que é cada sorrisinho bobo que eu soltava no ar, só de lembrar dele, e de tudo que vivenciamos juntos. Porque, afinal, eu não queria pensar nele, somente em mim, mas eu não consigo controlar meus pensamentos, então porque não pensar nos dois juntos e no que seria de tudo isso no final?...
Uma bela família? Talvez. Ele gosta de cachorro, e eu também. Por forte influência do Bully. Então pode ser que a gente tenha um cachorro...
Mas e se morarmos em apartamento?
Então é só adotar um cachorrinho que não cresça muito. Ou então morar em um apartamento que permita animais. Eu sou a favor dos animais, não quero que nenhum bichinho seja excluído...
Bom. Ele disse que quer ser médico, certo? E eu serei uma investigadora criminal. Já pensou, eu investigar um caso de alguém, e ele fazer a autópsia da mesma pessoa do meu caso? Seria demais trabalharmos juntos!

Andando bastante, em meio aos meus pensamentos, avisto o cemitério, fazendo assim com que eu pare no lugar em que eu estava. Parei de sorrir para o vento, e respirei fundo. Me concentrei em voltar para o meu real objetivo, e continuei a andar.

Entrei no cemitério. E logo me vi parada na frente do túmulo da minha mãe.

"Laís Cristina Snow"

|15 de Dezembro de 2010|

"Descanse em paz, minha doce e amada Laís Cristina"

Escrito, quase que apagando. Realmente se passou muito tempo.

- sinto sua falta mamãe. - comecei - não lhe trouxe flores, mas sei que você sabe que eu te amo muito - meus olhos começaram a se encher de lágrimas, enquanto eu olhava para o céu azul, com o vento passando por todos os cantos - Mamãe. tem um tempo que não venho lhe ver. Mas acho que quero.....me despedir - as lágrimas começaram a cair - eu sinto muitas saudades, muitas mesmo. Pode ser que me escute dai de cima. E saiba de tudo isso. - enxuguei um pouco das lágrimas que caiam - Mas querendo ou não, estou apenas falando com ossos, ou um monte de terra que já se desfez. - olhei para seu túmulo - Pode até ser que seu corpo tenha se desfeito. Mas sei que você, daí de cima...- levantei a mão, fingindo tocar o céu azul -...zela por mim. E sempre estará comigo. Aqui! - coloquei a mão no coração. - Eu te amo muito mãe. Sei que não queria ver-me com lágrimas nos olhos, apenas lamentando sua morte. E sim apenas guardando as lembranças de momentos bons...- olhos ainda vermelhos de lágrimas - Então estou disposta.. - fechei meus olhos, olhando para cima - a me despedir...

Respirei fundo... E dessa vez abri meus olhos, que não escorriam mais nenhuma lágrima sequer. Eu estava muito mais leve que antes, e agora, eu sabia que eu tinha deixado a mamãe ir.

Me agachei perto de seu túmulo, e logo passei delicadamente os dedos sobre seu nome que estava em negrito, estampado e moldurado na pedra.

- Adeus mamãe. - sussurrei.

Logo depois disso me retirei. Sai do cemitério, e dessa vez mais calma e sentindo apenas a brisa bater em meu rosto...
Ainda com os olhos vermelhos, apenas coloquei um leve sorriso no rosto, como se eu estivesse sentindo mamãe grata. E como se eu também estivesse grata. Por tudo. Tudo que um dia ela já tivera feito por mim, e eu por ela. Sempre vou te amar mamãe.

Acidente No AmorNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ