Foi inevitável. Por mais que me apaixonar fosse o último item da minha lista ao me envolver com alguma garota.
Não foram os traços milimetricamente perfeitos, talvez só no começo, mas o seu diferencial é estar entre o meu passado e o meu futuro; sab...
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~Música Tema: Demons, Imagine Dragon.
•"Olhe em meus olhos, é onde meus demônios se escondem."
~3~
*Alerta de gatilho: gordofobia e abandono infantil*
Aparências enganam até o momento em que o peso é suportável, depois dele é como a casca de um receptáculo vazio.
Estava nessa ganância por preenchimento a nove anos desde que o egoísmo me fora forçadamente imposto; a solidão, os traumas, mas que facilmente soterrados quando peguei entendimento de que eu não ganharia nada com a pena alheia ou que muito menos ligassem para o que me dilacerava de dentro para fora... Não até meu castelo de cartas ganhar uma pilastra de alabastro casto.
Deixei que Sunmi fosse os freios do meu trem desgovernado quando passei a desejar que seu calor me envolvesse, mesmo com muita relutância, mesmo achando errado que o seu amor substituísse o alicerce escasso em mim, quando na verdade era para ser algo superável, mas eu só queria encontrar um abrigo onde pudesse me sentir acolhido e desejado, que me desse a segurança para fechar os olhos sem temer que o bicho papão viesse reivindicar minha alma estilhaçada, trazendo consigo toda aquela sensação fria e solitária para mim outra vez. Mas o motivo da minha idade ingênua se tornou covardia disfarçada de desculpa, quando absolutamente nada mudou em nove anos, ao menos, nada interno; um demônio adormecido e sempre desperto em um dia específico de primavera.
Na sombra de uma das árvores daquele jardim, encontro refresco por entre tecidos negros e refúgio das vozes ecoando a bons passos às minhas costas, enquanto Taehyung faz um ótimo trabalho por nós dois dentro do ginásio para que eu possa desfalecer como marionete em desuso no meu pior dia de luto. Desde que achou certo encher os punhos de sangue comigo, retirados brutalmente da cara de três idiotas que enchiam meu saco e ganhar suspensão ao meu lado, firme e forte como se lutasse pela vida de uma árvore sagrada, e ainda insistir numa alma tão anômala -porque o repeli mais vezes do que possa contar-; seu gatilho benigno derivado de outro muito antecessor me privilegiou com novos horizontes de múltiplas cores, que trouxeram juntos a borda minha criança arco-íris fazem três anos.
-desconfiei que você tivesse fugido para cá- é estranho como escapei de todos para me desmoronar, mas me sinto resguardado sob a voz inconfundivelmente risonha e melódica, talvez por isso tenha deixado um sorriso vir à superfície- posso?
-sabe que não precisa pedir.
A claridade excessivamente verde arde em meus olhos, mas a umidade vale a pena quando por ela vejo Yerin dividir a sombra refrescante comigo enquanto cubro suas pernas desnudas com meu paletó; a julgar pelo short substituído pela saia preta de pregas, deduzi não ser o único fugitivo e tomo da certeza quando por trás da sua expressão noviça de apatia, enxergo olhos obscurecidos num mar ilusoriamente calmo.
