Foi inevitável. Por mais que me apaixonar fosse o último item da minha lista ao me envolver com alguma garota.
Não foram os traços milimetricamente perfeitos, talvez só no começo, mas o seu diferencial é estar entre o meu passado e o meu futuro; sab...
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~Música Tema: Let Me Know, BTS.
~1~
O gosto de mais um dia arrastadamente propício no café trava guerra com a natureza informal do meu apartamento, insistindo em pinicar-me na pele exposta enquanto tenta ultrapassar todo o resto.
O ser humano tem a incrível habilidade de se adaptar ao meio, mas eu pareço ser uma exceção no frio ultimamente; é absorver sem ter consciência, é estar vivo no gosto meio amargo da cafeína com mais leite na porcelana morna em meus dedos, ao mesmo que gradativamente morto conforme a alvorada através da parede envidraçada defronte ao balcão que me encosto, nasce, mas que desta, tal como nos últimos dias, anulado pelo embaralho nos meus neurônios.
Minha maior guerra travada é psicológica e sentimental, desde a rejeição do meu corpo a cama nas madrugadas até o estado de coma vigil* arrancado de mim sempre que mognos tão idênticos aos meus me são direcionados através da cortina de fumaça, sempre às seis e quinze em ponto.
É difícil o aspecto saudável quando se existe uma linha tênue entre o consciente e inconsciente, mais por bancar esse impostor de sorrisos tranquilos quando tudo está do avesso, venho suportando seu peso tempo suficiente para me sentir psicologicamente cansado, mas sou orgulhoso e não darei a Minji o motivo que quer para que me mantenha sob sua atenção por mais tempo. Não a julgo, sei que desde os meus cinco anos, uma parte da minha personalidade adquiriu atitudes solitárias e depressivas assustadoramente questionáveis quando engatilhadas e me sinto um cretino por força-la a seguir o meu script quando a tensão no carro é palpável a ponto do rádio ambiente não ser suficiente, foi quando ouvi uma voz amistosa partindo dos meus lábios mesmo não sendo propriamente minha e meus olhos virem da escola ao lado, palco da época em que a nossa galera parecia imbatível, para minha prima rígida no banco do passageiro.
Medo de me deixar sozinho.
-vou ter monitoria hoje, pode ir pra casa com o Jeon? -o pseudo-silêncio é sufocante a ponto de me transformar em súplica fugitiva -covarde- dos seus mognos, porque eu já começava um auto julgamento, mesmo sabendo que nela prevalece pura e somente preocupação.
Seu suspiro pesaroso corta o espaço e não estou surpreso, só me condeno cada vez mais como castigo, porque venho descontando meus demônios em terceiros.
-sim, te mando uma mensagem quando chegar.
Um último balançar de cabeça em resposta ao cumprimento longínquo da mais nova, antes que sua silhueta se perdesse naquele mar corpóreo e minha máscara jazer esquecida, numa mistura de alívio e exaustão, no banco do passageiro; as lentes de grau refletindo raios de sol no ouro rosê gold em contraste com o titanium negro em volta do meu dedo do meio, fazendo em meus músculos faciais a raiva reprimida e inacabada fermentar, transformando o couro do volante na minha vítima.
