2 - Uma Ida Na Floricultura.

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Eu fixei mais os meus olhos nela e fiquei chocada. Como pode ter acontecido isso? Aquela flor estava viva de novo! Depois de suas pétalas voltarem ao normal vi que seu caule murcho também se reergueu. Eu precisava saber se ela entraria no vaso ou não, então apenas a coloquei lá junto das outras e o caule ao tocar na terra apenas entrou, como num pulo, bem rápido, mas sutil. Ela ainda estava maior que as outras mas não parecia ter sido retirada, estava como antes do Augusto me dá-la.

Mas alguma coisa não estava do mesmo jeito, uma flor não pode quase morrer e voltar pra terra do mesmo jeito que estava. Eu acho que alguém vai poder me ajudar nisso. Liguei para o meu amigo Theo e pedi para ele vir.

Enquanto eu o esperava, anotava tudo no diário, desde a ida na floricultura até o mistério da flor. Decidi levantar da cadeira e encher o copo de novo com água. Voltei da cozinha e joguei um pouco de água nas margaridas, mas principalmente na que eu pus no vaso agora a pouco.

Esperei alguns minutos até o Theo chegar. Ouvi o barulho dele vindo e abri a porta o mais rápido que pude. Vi ele perto da porta e ele também me viu

-Theo - o chamei.

Eu fui até o quarto e percebi que ele estava me seguindo até lá. Sentei na cama e o vi parado na porta:

- Theo é urgente!!

-Ai, margarida. O que aconteceu?

-Olha essa flor - eu apontei para a margarida na escrivaninha — Sabe o Augusto da floricultura? - ele consentiu - Ele me deu essa flor mas, ela é diferente, as folhas dela caíram e voltaram sozinha para o botão, como mágica.

-Quê marga?

-Sim! Olha - eu levantei da cama e peguei o vaso —Essa flor maior é a que ele me deu, quando ela caiu eu simplesmente a pus no vaso e ela ficou lá como se nunca tivesse sido tirada.

-Ué, mas como assim?

-Essa flor é mágica.

Theo fez uma cara de pensativo, e continuou:

-Mas toda mágica tem um truque. Será que o Augusto não sabe o que é?

-Isso. Precisamos ir até lá.

Pegamos nossas bicicletas e pedalamos com toda a força que podíamos. Coloquei o vasinho na cestinha e vi que Theo me ultrapassou, então eu pedalei mais rápido ainda. Até que chegamos.

Percebi que Theo levantou da bicicleta e olhou para a porta bem atento.

—Está fechado - ele olhou pelo vidro
— E está com a placa:
"Não temos previsão para voltar"

—E agora?

—Já sei, esquece isso de floricultura. A gente vai ter que investigar isso sozinhos. Vem.

Ele seguiu em sua bicicleta e eu fui junto sem entender o seu plano.
Quando chegamos na minha casa, nós fomos para o quarto.

—Margarida, me dá o seu diário - ele falou apontando para a escrivaninha.

—Aqui.

Ele lia as páginas, concentrado.

—Aqui não tem nada...

—Tem as minha coisas - repliquei.

—Nada que possa nos ajudar.

—Aqui tem algumas provas, eu escrevi tudo o que aconteceu.

Cansada de me justificar e cansada de muitas coisas também. Eu sentei na cama e uma lágrima saiu do meu olho, tentei esconder o máximo, abaixando um pouco a cabeça, mas Theo percebeu.

—O que foi?

—Eu só queria resolver isso, o meu sonho de floricultura tá indo por água a baixo. A única pessoa que podia me ajudar não está mais lá, e a flor que parecia ser o começo desse sonho agora traz um mistério. O que eu vou fazer?

—Calma, vamos pensar em algo.

Tentei pensar o máximo em alguma coisa que pudesse nos ajudar, mas não tinha nenhuma ideia. Peguei o diário de novo, olhei para as flores mas não pensava em nada. Até que me veio um plano.

—E se o lugar que veio a flor fosse a resposta?

—Mas como? Se o dono dela nem está lá...

— Mas não importa o Dono - senti essa palavra doer em mim - Quer dizer... Eu não quis dizer isso, não importa quem está lá, mas o lugar que ela veio

—Mas a gente vai voltar lá de novo? já está tarde.

Eu olhei para as janelas e vi que estava escuro. Balancei a cabeça em negação.

—Amanhã a gente vai.

Margarida Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ