Margarida

5- Um Sonho Realizado

-Aaaaaa - corri o abraçando bem forte - Onde você estava? - disse olhando em seus olhos

- Estava em casa, descansando. Estou cansado de tanto trabalhar...

-Mas o senhor parece está bem - olhei para a sua pele enrugada com uma cor bonita.

-Eu estou, só estou cansado - ele deu uma pausa e continuou —
Eu queira te dizer uma coisa.

Prestei atenção.

- Sabe, aquela flor que te dei? Eu queira te dar a Floricultura inteira. Vi que você queria tanto ter uma, mas não podia te dar, pois essa é minha única renda. Então pensei que já estava na hora de eu me aposentar, esse tempo tirei para pensar no que ía fazer. E vou dar essa Floricultura para você.

-Aaaaaa, eu não acredito - gritei de alegria - Estou muito feliz - o abracei de novo e ele retribuiu.

-Você merece! E agora vá se apressar. Essa Floricultura tem que ser maior que antes - ele disse me dando um pouco de dinheiro.

Eu agradeci e fui com o Theo até em casa, contei tudo para a minha mãe e dei o dinheiro para ela contratar alguns pedreiros.

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O dia amanheceu e eles começaram a trabalhar. Mas pensei, já tem o lugar e as flores, só precisa de mais espécies. Então combinei com o Theo para irmos de novo ao jardim. A gente entrou na Floricultura, a obra estava acontecendo no lado de fora para aumentar o lugar, então não nos atrapalhou.

Como queria mais espécies, não sabia o que fazer, porque as flores dessa Floricultura tem pouca variedade e se eu as arrancassem não teriam novas lá no jardim para eu poder pegar depois.

Então lembrei que ainda sobrou dinheiro. Peguei as notas e moedas no bolso e fui com Theo de bicicleta comprar: Violetas, Tulipas, Lírios e Hortências. Cada um guardou duas na cestinha e corremos bem rápido no caminho de volta. Quando chegamos, eu já sabia o que fazer. Então apenas arrancamos as flores e pus minha margarida no coração.

Quando me dei conta, não estava mais lá. E tudo era mágico.

Olhei para o jardim e percebi que as flores estavam ali todas as espécies novas e vivas novamente. Mas quando virei percebi que Theo não estava lá. Mas por mais que fosse triste não vê-lo, pensei que talvez esse momento devesse ser meu.

E quando eu percebi isso, foi o momento de aproveitar. Corri pelo jardim dando pulos e gritos de alegria. Eu tinha realizado o meu sonho e tudo estava bem. Eu fui até as flores novas, primeiro nas tulipas vermelhas, eu amava aquele desenho zigue - zague que se formavam em suas pétalas. Pus um lírio no cabelo e vi perto de mim um riozinho, então fui me olhar no reflexo: ficou lindo. As violetas e as hortências não sabia como eram de verdade até comprá-las.

Olhei as flores antigas que estavam lá desde a última vez, mas ainda tinha bastante delas lá na Floricultura. Decidi que o melhor a fazer era aproveitar aquele momento, então me deitei na grama, e vi o céu azul. Aquilo tudo era lindo... Me emocionei e fiquei um tempo admirando...

Até que levantei e peguei as flores novas. Juntei todas e as coloquei na grama. Eu já sabia como funcionava, agora era só deixar tudo acontecer...

Quando eu abri os olhos, vi a Floricultura maior por dentro, eles expandiram tanto lá fora que deu para perceber aqui também.
Procurei Theo e ele estava lá com tudo já arrumado.

- Já está tudo pronto?

-Sim, olha - ele me mostrou um vasinho de orquídeas - Acabei de arrumar esse.

-Aaaaaaa, ficou lindo

- Olha, quem vem alí, o primeiro cliente.

Virei e vi o senhor Augusto.

-Foi bem rápido - ele disse olhando para o lugar - Quero uma espécie diferente agora - ele riu

E nós rimos também

Fui até as flores no chão e peguei cada uma das novas espécies: Violeta, Lírio, Hortência e Tulipa e as coloquei num vasinho com terra, uma por uma. Cada caule foi entrando na terra como pulinhos mágicos, como da última vez e as folhas caídas e muchas estavam vivas!

Corri para entregá-lo:

—Obrigado, eu nunca vi tantas flores diferentes juntas - ele sorriu

— Agora tudo vai ser diferente!

As coisas estavam indo bem, a Floricultura cresceu e eu sempre comprava novas flores com o dinheiro que eu ganhava, para poder plantar no jardim e também sempre ía lá aproveitar o meu tempo. A minha jardineira era o meu uniforme e a margarida sempre estava no meu bolso e no meu coração para que eu acreditasse nos meus sonhos.

E eu acreditei...