Luz da telha quebrada

5 3 0
                                    

Costumava eu, sempre acordar com alegria por ser uma criança amada e protegida pelos pais. Não havia preocupações e nem maldade ao meu redor, a única preocupação era não se machucar brincando na rua de casa com uns vizinhos do bairro e colegas da escola, cidade pequena sabemos como é, todos se conhecem. Meus colegas e eu ficávamos brincando por horas e horas durante um dia todo e todos os dias da semana, as cinco horas da tarde íamos todos tomar banho, parecia que era meio que uma lei e todos cumpriam ela muito bem, quem não fosse tomar banho nesse era tratado como seboso, mas só quem resistia era meu primo seu nome é Ruan e ele não gostava muito de banho, mas tomava(em raros momentos), brincávamos de tudo, corda, esconde-esconde, Bila, peão, cartas de Yu-Gi-Oh e até futebol e nunca fui fã de futebol, mas jogava pra completar os times, e como eu nunca soube jogar futebol eles não me chamavam, quase sempre ficava esperando em “bancos”.
   Eu preferia ver os jogos de futebol ao jogar, ficava no “banco” por umas três ou quatro horas vendo eles jogarem.
   Nas manhãs que eu acordava para ir para a escola eu me deparava com uma pequena luz na parede da sala de casa onde ficava a rede que eu dormira toda noite e ficava muito curioso para saber de onde ela vinha, até que fiquei procurando e vi que vinha de um buraquinho na telha quebrava, aquelas telhas típicas de casas nordestinas.
    Telhas feitas de uma espécie de argila eu acho, não sei bem mas era fabricada em cidade próxima a minha, e também notava que sempre quando chovia entrava água pelo buraquinho e minha mãe sempre colocava uma bacia pra armazenar a água e não molhar a casa toda, pingava até na rede que dormia era uma loucura, mas eu não ligava, não tinha medo quando tinha minha mãe por perto, mas confesso que ficava bem assuado com a chuva do litoral. Minha mãe nunca deixava tomar banho nas primeiras caídas de água do céu, só partir da segunda, ela dizia que a primeira sempre trazia doenças e não deixava quando tinha raios também, mas quando deixava era uma felicidade imensa as ruas sempre ficavam cheias de pessoas de todas as idades todos amavam a chuva que caia fria do céu, ficavam na rua até a boca ficar roxa de frio quase tendo uma hipotermia. Era maravilhoso tudo isso. Mas como as chuvas a nossa diversão também acabava.
  Nas manhãs de aula eu ia andando até a escola, o céu era incrivelmente azul e sem nuvens o sol ardia de qual quente (as médias eram de 30⁰) amava estudar de manhã, estudei quase a vida todo nesse horário Amava a escola os colegas que lá tinha e tudo principalmente a merenda, quando era Paçoca de carne de sol com arroz de leite (comida típica do nordeste) ou quando era Nescau com bolacha de água e sal, os intervalos duravam 30 minutos mas era suficiente pra juntar a galera e se divertir.
Quando chegava na escola atrasado o porteiro deixava entrar só as 7:50 no segundo horário do calendário escolar, era um saco, a não ser que você fosse com seu pai, aí eles deixavam entrar na hora que você chegasse. Certo dia de manha me juntei com umas amigas e fomos na praia era uns 45 andando muito perto, e muito tranquilo para ir, embora nos matasse uma aula pra ir mais cedo e chegar a tempo de pegar os matérias e para casa, mas era bom. Caro leitor nunca mate aula para ir a praia, te bato.
Eu aproveitava cada momento naquela cidade, entretanto, achasse chata(as vezes) mas aproveitava bem.

MANHÃ AZUL Where stories live. Discover now