While were you sleeping- Lee Know

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  ㅡ Vejo você na minha casa, às 19h. Não precisa trazer livros.

  As palavras do mais velho pareciam totalmente inofensivas, nós íamos apenas estudar matemática, visto que ele tinha um eito até alcançar o nível do resto da turma. Dei de ombros e fui para casa.

  19h. Olhei no relógio antes de tocar a campainha. Apertei, esperando alguém aparecer para que eu pudesse entrar e fazer minha incumbência dada a mim pela professora de matemática, de repente ouvi passos do lado de dentro e ao escutar a fechadura, fixei os olhos na porta.

  Quando pensei que não, a porta foi aberta vagarosamente e revelou um Lee Know de bermuda moletom e parte de cima totalmente descoberta. Aquilo estava mais para um transe-comigo-agora do que para um eu-acabei-de-sair-do-banho-e-esqueci-a-camisa.

  Pisquei.

  Pisquei.

  E pisquei de novo. Era uma bela vista, mas estava me provocando demais.

  ㅡ Minho, pelo amor de Deus, o que é isso?

  Eu era um pouco íntima dele, já havíamos ficado umas três vezes e isso nunca passou de um ou outro sem camisa. Parece que ali, parado à minha frente ele queria algo a mais.

  ㅡ É só... uma coisa que eu sei que ambos queremos há muito.

  Pegou minha mão com uma delicadeza inadequada para um momento como aquele e me puxou para dentro do apartamento, fechando a porta atrás de nós.

  Virou-se e começou a caminhar na direção da cozinha, rebolando de forma sutil aquele formidável par de nádegas:

  ㅡ Você está me provocando.

  ㅡ Venha saciar-se então.

  Hesitante porém excitada, fui até si. Toquei seu ombro, ato que o fez sair de dentro da geladeira, o puxei para mais perto de mim e com o outro braço fechei as portas da geladeira atrás de si, para em seguida empurrar Lee contra as portas acinzentadas cintilantes:

  ㅡ Eu sabia que você não ia resistir ao meu charme.ㅡ disse olhando para minha boca.

  ㅡ Menos palavras, mais atos.

  Deslizei o dedo em seu abdômen, ziguezagueando. Antes que pudesse fazer qualquer coisa e antes mesmo de pousar as mãos na barra de sua bermuda, Minho me ergueu e fez com que minhas pernas se encaixassem em seu tronco, em seguida me colocando de forma desajeitada sobre a bancada de granito.

  Colou nossos lábios de forma selvagem e apesar de eu me sentir uma pessoa muito baixa por estar fazendo algo que eu jurei de pés juntos que nunca faria, estava adorando.

  Não vou citar nada como "batalhas de espadas" ou "danças de línguas", aquilo estava mais para dizer que apenas tiramos a roupa após um beijo quente. Levei a mão ao seu pescoço, cravando as unhas ali, como se caso nos separássemos, eu iria morrer.

  ㅡ Eu vou parar de enrolar.ㅡ disse e já desceu as mãos para meu decote, desabotoando todos os botões que vinham abaixo do decote da regata.

  Joguei a blusa longe e já tirei logo a calça também, juntamente com os sapatos. Enquanto se livrava da bermuda que assim como minhas roupas, pareciam queimar, tirava tudo o que era coisa da bancada e só restou mesmo o cooktop elétrico e isso porque ele não conseguiu tirar.

  Com um gesto, pediu para que eu me livrasse da lingerie também. A partir daí vocês já imaginam o que aconteceu...

  05 de dezembro, verão:

  Acordei ofegante, preocupada com a possibilidade de ter feito sons esquisitos durante a noite. Sentei-me na cama e cocei a cabeça, e assim como rotina de toda a manhã seguinte a um sonho, lembrei-me que meus sonhos se tornavam realidade.

  Estiquei o braço para pegar meu bloco de post-it e anotar o sonho para posteriormente colá-lo na enorme janela de vidro de meu quarto, mas assim que a caneta tocou o papel, me toquei que mais ninguém poderia ler um sonho daqueles. Tentei me lembrar ao menos de algo no sonho que denunciasse o dia em que aquilo aconteceria, afinal meus sonhos previam o futuro, contudo nada mostrava nada.

  Bufei e deixei meu corpo pender sobre os travesseiros novamente. O despertador tocou pela terceira vez e faltou um milímetro de ira a mais para que eu o jogasse contra a parede. Retirei as cobertas de cima de mim e tomei um banho consideravelmente rápido, coloquei o uniforme da escola e desci até a cozinha, movida a suspiros:

  ㅡ Sonhou com o quê hoje?

  Mas é claro que minha mãe saberia só pela minha feição que eu havia sonhado com algo. Puxei a cadeira, apoiei a mochila na perna da mesma e me sentei, quase tendo que arrastar meu corpo tamanha a preguiça:

  ㅡ Geladeira cinza. Cooktop elétrico. Regata com botões.

  ㅡ Como assim?ㅡ a mulher perqueriu, tinha como falar mais sobre o sonho sem dar dicas explícitas do que era?

  ㅡ Não faço ideia, a geladeira estava meio que voando no céu, a regata havia uma velha usando e o fogão estava no teto de um táxi.ㅡ levei uma colherada de sulleongtang à boca.

  Foi uma mentira feia, bem feia, horrenda. Daquelas cabeludas e catarrentas.

  ㅡ Ah.ㅡ deu de ombros.

  Sem mais nem um pouco de vontade de comer, levantei da mesa e ajuntei a mochila.

  ㅡ Estou indo.ㅡ acenei com a cabeça antes fechar a porta da sala.

  Na escola a professora discursava sobre o quão eu era boa em matemática e isso chegava a ser entediante para mim. Pensem: eu passei toda a minha vida ouvindo uma coisa dessas, vê se tem cabimento escutar isso no final do terceiro ano também?

  Ao final da maçante aula, Lee Hee chamou a mim e Minho num canto:

  ㅡ S/N, eu acho que você realmente precisa ajudar Lee a alcançar o nível da turma. Faça isso por mim, certo?

  ㅡ Professora, eu...ㅡ tentei contestar.

  ㅡ Vejo você na minha casa, às 19h. Não precisa trazer livros.ㅡ interrompeu Minho.

  Gelei. Saberia que mesmo que tentasse, não haveria jeito de mudar o futuro e minha regata com botões iria acabar largada no chão da cozinha de Lee Know.


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