Capítulo 12

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Araceli

-       Você perdeu, - ele falou com aquele típico sorriso gozador estampado em seu rosto - de novo.

       Bufei e revirei meus olhos para a afirmação inútil que ele fazia. Tínhamos mudado de casa, indo para a da cidade. Já treinava com ele há dois dias. Perdi todas as vezes no primeiro dia, mas no segundo eu já tinha descoberto seus padrões. Me levantei do chão e bati em minhas roupas para tirar a poeira não existente da mesma.

       - Talvez se eu tivesse um professor melhor não perderia tantas vezes - respondi baixinho, mas foi audível o suficiente para Cassian debochar:

       - Olha, ela está mostrando as suas garras!

       - Fale isto de novo e as próximas garras vão para você e não para Azriel - falei em um tom alto para que não só ele mas todos ouvissem.

       Ele deu uma risada debochada como se não importasse, mas sabia que eu era extremamente capaz de manter essa promessa. Peguei a espada ao meu lado no chão, me posicionei e me voltei para Azriel.

       - Quando vai deixar de ser tão orgulhosa? - ele perguntou e bateu com sua espada na minha.

       - No dia em que você deixar de ser um também - falei e fiz o mesmo que ele.

       - Ha! - exclamou e o tilintar do impacto das espadas ecoou. - Não sou orgulhoso.

       - Você que pensa - falei e ele avançou para mim.

       Nossas espadas estavam cruzadas em meu peito e seu rosto estava tão próximo ao meu que podia sentir o ar quente que saia de seus pulmões em meu rosto.

       - Sabe, - começou - achei que para alguém que lutava toda semana, seria mais forte.

       - Você não ganharia de mim se fosse combate de corpo a corpo, Azriel - falei com um sorriso debochado e me desvencilhei daquela posição agora voltando ao original.

       - Acho que conseguiria - ele falou tentando atacar novamente, mas o bloqueei.

       - Pergunte ao Cassian - falei e o indiquei com a cabeça - Por que você acha que ele estava mancando no outro dia?

       - Achei que Nestha tinha sido bruta - ele falou e piscou para mim, ouvi alguém engasgar ao mesmo tempo que as espadas se chocavam novamente.

       - Que coisa gentil de se falar a uma dama - comentei.

       - Mas não era você que dizia que deveríamos te tratar como uma guerreira? - ele perguntou desafiador.

       - Então, eu poderia muito bem falar que o fato de você estar com um sistema de defesa muito mais devagar hoje e sua perna direita não estar em sincronia, porque você, o que? - parei ironicamente - Fui bruto com alguém na cama?

       Peguei ele de surpresa quando terminei de falar e essa foi minha brecha para dar o golpe final. Pisei em sua coxa para poder lhe derrubar no chão, rolando com ele no mesmo e terminar com a minha espada em seu pescoço.

       - Venci, Mestre-espião - falei olhando para ele e me abaixando até o nível de sua orelha - Mas e aí? Eu estava certa, não estava?

       Ele conseguiu me virar de costas ao chão e ficar em cima de mim, agora com a espada em meu pescoço.

       - Você não gostaria de saber? - ele comentou e sorriu.

       Logo tirei aquele sorriso de seu rosto quando o mesmo sentiu uma de minhas adagas em seu abdômen e a outra no seu pescoço.

A Corte de Sangue DouradoWhere stories live. Discover now