O fato de estar sorrindo não significa que eu esteja feliz...

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Olá, me chamo Harry Potter, e não sei até aonde irá este relato. Se, por um acaso, você não sabe quem eu sou ou o que eu sou, não se preocupe, pois logo logo irá descobrir.

Acontece que na verdade eu sou um bruxo, mas não apenas um bruxo qualquer, não, eu não posso ser apenas uma pessoa normal, na verdade eu sou O Garoto que Sobreviveu, a esperança do mundo bruxo, o farol da Luz e o menino de ouro de Dumbledore. Vendo por este lado parece que minha vida é maravilhosa, já que sou famoso então provavelmente devo ser, como é que o Snape insiste em dizer? Ah sim, um garoto mimado e arrogante que teve uma vida de príncipe que apenas se aproveita da fama que possui, contudo, isso não passa de um enorme e ledo engano.

Na verdade a história da minha vida não passa de uma desgraça atrás da outra que chego a pensar que talvez não valha a pena o esforço de continuar e é com estes pensamentos que começo a escrever este diário, para que quando eu seja liberto de toda essa aflição que chamam de vida as pessoas possam saber quem de fato foi Harry Potter, não o garoto de ouro comumente retratados nos livros de história da magia, mas sim uma alma quebrada em uma existência miserável completamente sozinho forçado a lutar em nome daqueles que só lhe fizeram mal.

Toda essa história se inicia no dia 31 de Julho de 1980, a data em que nasci, filho de dois brilhantes bruxos do Reino Unido, James e Lilian Potter, e pelo que me contaram, nos poucos momentos em que pude sentir o que era ter uma família de verdade, nós três vivíamos muito felizes e contávamos sempre com a visita de meus padrinhos Remo Lupin e Sirius Black. Contudo, graças a uma bendita profecia realizada por uma megera charlatã um maníaco sanguinário resolveu que eu era seu maior inimigo e decidiu que precisava acabar comigo e assim se iniciou a minha vida, ou melhor pesadelo.

No dia 31 de outubro de 1981, Dia das Bruxas que conveniente, o temido Lord das Trevas Voldemort invadiu minha casa, assassinou meus pais e tentou fazer o mesmo comigo, porém, graças ao amor de minha mãe a maldição ricocheteou e o mesmo foi "derrotado" e assim fui nomeado "O Garoto que Sobreviveu, uma fama sustentada nós cadáveres dos meus pais e seu sacrifício em uma guerra absurda de luz e trevas.

Com meus pais mortos Dumbledore, ah o sempre experto e líder da luz Dumbledore, decide tornar-se o responsável por guiar o meu futuro e me deixa na porta da casa da irmã trouxa de minha mãe, para que eu possa viver longe de toda a fama que me cercaria durante toda minha vida. Isso mesmo que você leu, aquele velho lunático me largou as portas de uma trouxa em pleno outono inglês com nada mais que uma carta, as vezes me pergunto como aquele velho chegou aonde está.

Pouco me recordo da minha infância, exceto de que por um pequeno momento tudo parecia correr bem, mas de uma hora para outra novamente tudo desmoronou. Por motivos que não compreendia na época de aqueles que diziam ser minha família deixaram de cuidar de mim e faziam apenas o mínimo para que eu não morresse, quando completei idade suficiente para firmar as coisas nas mãos passei a ser tratado como um mero empregado, leia-se escravo. Tia Petúnia, que descobri ser a irmã de minha mãe, delegou a mim as funções de cozinhar enquanto Tio Walter e seu filho Dudley eram responsáveis por meus castigos e surras diários. Neste momento você deve estar se perguntando, "porque eu nunca fiz nada?" ou "como assim surras e cozinhar?" pois bem, vejamos, eu era uma criança sozinha sem amigos que não entedia nada da vida e, como tio Walter adorava esfregar na minha cara, eu vivia debaixo do teto deles, então sim eu fazia tudo o que mandavam sem reclamar rezando a todos os deuses que existiam que recebesse ao menos alguma comida no final do dia ou que nada saísse errado para que não fosse castigado, contudo, por mais que a casa estivesse impecável isso nem sempre me poupava das surras ou castigos trancafiados em meu "quarto" que nada mais era que o armário sob a escada.

Para terem ideia, eu apenas fui descobrir meu nome de verdade aos 5 anos de idade quando comecei a frequentar a pré-escola com Dudley e precisava responder a chamada, até lá era chamado apenas de nomes como inútil, imprestável ou aberração, o que não mudou até hoje, é óbvio. Ainda durante a pré-escola em uma de minhas atividades tirei a melhor nota da sala e resolvi mostrar a meus tios imaginando que assim não seria tão severamente castigados naquele dia ou ganharia algo a mais para comer, porém eu não poderia estar mais enganado, naquele dia eu levei uma das maiores surras da minha vida, eu sequer conseguia entender o motivo até decifrar entre os berro de meu tio que a "aberração não poderia ser melhor que seu filho, por que era apenas isso que eu era, uma aberração" e daquele dia em diante eu tentava passar o mais despercebido o possível em tudo para não ser castigado daquela forma novamente.

Dando continuidade a esse desabafo, toda minha infância foi assim, regada a surras, trabalho escravo, fome e mais surras. Eu era uma criança desnutrida, muito pequena para minha idade, o que ainda sou mesmo aos 15 anos de idade, sem amigos e vivendo em uma casa onde era mais desprezado e obrigado a trabalhar que um elfo doméstico. Isso sem contar que não sabia absolutamente nada sobre o mundo ao qual pertencia e a minha única e suposta verdade era que meus pais verdadeiros eram dois bêbados que haviam morrido em um acidente de carro.

Contudo, toda essa tristeza e melancolia pareceu ter uma saída próximo aos meus onze anos de idade, no dia em que recebi uma estranha carta direcionada exclusivamente a mim, mas, como nada na minha vida é fácil, foi necessário um meio gigante, Hagrid, invadir o casebre em meio ao mar onde estávamos nos "escondendo" para evitar as supostas cartas e me dizer "você é um bruxo Harry" e sair me levando para o meu suposto mundo onde eu era famoso e praticamente idolatrado por todos. Vendo agora, sair por aí com desconhecido só porque o mesmo me convenceu com meia dúzia de palavras que eu era bruxo parece bastante estupidez, porém qualquer alternativa de vida sem os Dursley parecia ser muito melhor que a "vida" que eu tive nos últimos 10 anos.

Depois de abandonar meus parentes e seguir Hagrid até Londres fui devidamente apresentado, ou quase, ao mundo bruxo e a minha história no mesmo, ou pelo menos a versão fantasiosa do mesmo. Ainda não conseguia entender como ou porque era famoso, porém, mesmo naquela época descobrir que as pessoas celebravam a morte de meus pais como um março de sucesso para a história já me deixava extremamente irritado.

Uma vez que todo meu material foi comprado fui deixado as portas da estação kings Cross com um bilhete para o trem chamado "Expresso de Hogwarts", o local onde supostamente eu mudaria toda minha vida para melhor. Ou pelo menos era isso que eu achava.

Continua...

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