Pode haver uma grande história por trás de um 'estou bem'...

17 1 0
                                    

Hogwarts, ah Hogwarts, o que escrever sobre o primeiro local onde eu finalmente pude me sentir em casa, eu havia feito amigos, fui selecionado para a Casa dos Bravos e destemidos a lendária Grifinória (apesar da relutância e insistência do chapéu seletor em me colocar na sonserina, hoje eu vejo que talvez insistir para não cair na casa das cobras tenha sido um dos meus maiores erros) e tudo ocorria perfeitamente bem, bom, isso até enfrentarmos um Trasgo no Halloween para salvar Hermione, ou enfrentar um cão de três cabeças, visgo do diabo, chaves voadoras assassinas, um xadrez de bruxo assassino gigante, um enigma de poções e literalmente assassinar meu professor de defesa contra as artes das Trevas possuído pelo espírito quebrado de Voldemort (ah sim, é claro que o cara de cobra ia aparecer de novo né) para impedir que o mesmo roubasse a pedra filosofal que por motivos até aquele momento desconhecidos o velho do Dumbledore resolveu que queria guardá-la em Hogwarts, ahhhh e isso tudo com onze anos! Sim eu e meus supostos amigos passamos por tudo isso aos 11 anos de idade, engraçado, não é?

Como se não bastasse esse pequeno e agitado primeiro ano, o segundo foi uma verdadeira catástrofe. Aparentemente a irmã mais nova do meu melhor amigo acabou com o diário mágico de um sujeito chamado Tom Ridlle que estava nada mais, nada menos que impregnado de magia negra e a possui forçando-a a abrir a suposta câmara secreta do castelo e açoitar o monstro que lá habita nos nascidos trouxas da escola. Como se isso tudo não fosse o suficiente acabam descobrindo que sou ofidioglota o que me colocava como suspeito número um o que fez todos no castelo me olharem e me tratarem com certo medo, nojo ou repugnância por eu ser supostamente o herdeiro de Salazar Sonserina. Mas mesmo com todos contra mim, adivinha quem foi o trouxa que foi lá tentar salvar a pobre irmã do melhor amigo que havia sido sequestrada e levada para câmara? Se disse Harry Potter, parabéns você acertou. E lá estava eu, 12 anos lutando contra um espírito adolescente e revoltado de Lord Voldemort e basilisco gigante, (jamais poderei agradecer a Fowks o suficiente por me salvar naquele dia) e mais uma vez Harry Potter salvou o dia, com apenas 12 anos.

Seguindo, meu terceiro ano começou dando errado ainda nas férias, onde, em uma visita da irmã de meu tio Walter acabei inflando a mesma que saiu voando como um balão pelo céu de Londres. Naquele mesmo dia fugi de casa e acabei hospedado no caldeirão furado onde descobrir que estava sendo perseguido por um assassino que havia fugido de Azkaban. Ainda no trem para Hogwarts percebi que aquele ano seria extremamente ruim quando no meio da viagem fomos abordados por dementadores e eles pareciam ter um interesse especial por mim. Contudo nem tudo neste ano foi ruim, foi neste período que conheci um de meus padrinhos, Remo Lupin, (que eu não sabia que era meu padrinho na época) e descobri um pouco mais sobre meus pais e minha pequena infância antes deles morrerem. Descobri também que o suposto assassino sanguinário que havia fugido de Azkaban irá ninguém mais do que Sirius Black meu outro padrinho e praticamente irmão do meu pai. Em meio a toda confusão de dementadores, fugitivos e lobisomens (sim Remus era um lobisomem), mais uma parte da verdade do que realmente aconteceu na noite em que meus pais morreram foi revelada. O verdadeiro culpado por entregar meus pais a morte era Peter Pettigrew, um velho colega de escola dos meus pais que os entregou de bandeja e medo ao Lord das trevas por simples capricho e medo. Depois de muita discussão gritaria e medo, graças a lua cheia e a um lobisomem descontrolado Sirius foi novamente preso em Hogwarts e seria executado se não fosse por mim e Hermione, que convenientemente tinha um vira tempo, voltarmos no tempo lutarmos contra um lobisomem um exército de dementadores e ajudarmos Sirius a fugir. E onde estava Dumbledore durante tudo isso? Dando conselhos estúpidos para adolescentes brincarem com a linha temporal.

E aqui vamos nós para mais um ano, um dos piores, mas, ao mesmo tempo, com algumas partes boas. Tentando resumir este foi o ano em que me apaixonei pela primeira vez, e o pior, por um garoto mais velho! Oh Merlin é nessas horas que vocês devem estar se perguntando, Harry Potter é gay? Sim, eu sou, e se alguém tiver algum problema com isso, que se dane porque eu não poderia me importar menos. Mas enfim, sim eu estava completamente apaixonado por Cedrico Digory desde o primeiro momento que o vi na copa mundial de quadribol, seu sorriso iluminado, músculos bem definidos e olhar galante me deixavam perdidos. Ah, mas por falar em copa, foi neste momento também que as coisas já começaram a dar errado já que durante as comemorações fomos atacados por comensais da morte e de alguma forma o ministério da magia queria culpar a mim pela marca negra exposta no céu. Uma vez em Hogwarts estava motivado a ter um ano tranquilo e tentar conquistar o Cedrico, mas o destino não iria permitir isso de forma fácil e já no primeiro dia no castelo descobrimos que Hogwarts sediaria o torneio tribruxo, mesmo assim não fiquei muito abatido ou entusiasmado já que para participar do mesmo eu teria que me inscrever, o que não pretendia, e ter no mínimo 17 anos, o que não tinha. Finalmente as coisas estavam caminhando muito bem, ao menos era o que eu imaginava, na noite da escolha dos campeões o cálice de fogo escolheu 4 nomes ao invés de 3 e o quarto nome era justamente de quem? Harry Potter! E assim lá fui eu um adolescente de 14 anos enfrentar tarefas de vida ou morte competindo com 3 jovens de 17 anos, Cedrico entre eles, muito mais preparados e inteligentes, ótimo, era tudo o que eu precisava. Ah também foi nesse momento que eu percebi que meus amigos não eram tão meus amigos assim já que quando eu estava de fato precisando do conforto deles eles me viraram as costas alegando que não havia confiado o suficiente neles para contar meu plano de participação no torneio, e assim tudo desmoronou mais a vez. A primeira prova do torneio foram dragões (claro que tinham que ser dragões né, o estoque de trasgos, basiliscos a e aranhas gigantes já tinham sido esgotados nos anos anteriores) e por incrível que pareça consegui me sair bem o suficiente e ser classificado para próxima tarefa. Foi a partir desse momento que eu e Cedrico nos aproximamos. Vendo como eu estava sendo ignorado por meus amigos e, como sempre, o restante da escola o mesmo resolveu ajudar com a pista da segunda tarefa de onde começamos a ter pequenos encontro a furtivos e um namoro ainda escondido de todos. A segunda tarefa era recuperarmos um item no lago Negro repleto de monstros e sereia os e imaginem qual foi a minha surpresa encontrar Ronald meu suposto melhor amigo lá para ser salvo por mim. Disposto a esquecer o passado completei a tarefa e Ron e Hermione me pediram desculpas. Aparentemente tudo estava bem, mas como sempre, vocês já devem imaginar. A terceira e última tarefa era localizar uma taça no interior de um labirinto, quem a encontrasse primeiro venceria o torneio e esse inferno acabaria, Cedrico e eu também havíamos decido ter nossa primeira vez naquele mesmo dia assim que o torneio terminasse, independente do resultado. Infelizmente nada aconteceu a taça era a chave de um portal que acabou levando-me com Cedrico (eh por algum motivo estávamos terminando a prova juntos) para uma armadilha. Fomos transportados a um cemitério onde Peter nos aguardava com o que restara de Voldemort para realizar um ritual para o seu retorno. Foi nesse mesmo dia que novamente eu perdi mais uma pessoa que eu amava e que demonstrava o mesmo por mim, Cedrico foi morro assim que caímos no cemitério enquanto eu era preso. Um ritual macabro depois Voldemort estava de volta dos mortos e convocou todos seus comensais, batalhamos rolou umas coisas muito estranhas e finalmente consegui fugir trazendo o corpo do meu namorado de volta pra "casa" onde descobri que meu professor, o homem em quem confiei e me treinou pro torneio era na verdade um comensal disfarçado bem debaixo do nariz de Dumbledore, que mais uma vez não fez nada.

Por fim chegamos ao ano passado, aquele que conseguiu ser o pior ano de minha vida. Mas não se engane, não houve dragões, monstros ou torneio. Não, houve luto, desespero, dor e solidão. Para começar o ano bem fui atacado por dementadores ainda Surrey durante as férias o que resultou em uma audiência disciplinar frente a todo o Wizengamont porque tudo que envolvia Harry Potter, era elevado ao extremo. Para piorar não tive nenhuma notícia sequer dos meus amigos até ser levado às pressas para um local que eles chamaram de sede da Ordem da Fênix, que era a antiga casa de Sirius, onde meus amigos passaram todo o verão sem me mandar um mísero Oi alegando que Dumbledore os vez jurar não escrever. Prosseguindo também descobri que Voldemort estava atrás de alguma coisa, que todos insistiam em não me contar o que era, o que acabei ignorando já estava farto de toda essa guerra. Já em Hogwarts eu ainda estava desolado com a perda de Cedrico e decidi que não queria chamar mais atenção do que estava chamando, uma vez que o profeta diário vinha me acusando até de assassinato desde o encerramento do torneio no ano anterior, mas aparentemente meus amigos estavam muito dispostos a me verem sofrer e fizeram questão de me arrumar muitas detenções com a vaca da Umbdrige, que foi colocado pelo ministério da magia em Hogwarts para vigiar a mesma. A sapa cor de rosa me obrigava a escrever a frase "não devo contar mentiras" com uma pena de sangue por horas a fio até a frase estar encrustada em minha pele em cicatrizes fundas. E meu sofrimento não parava por aí, ah não, o grandioso Harry Potter não poderia sequer ter uma noite de sono normal já que aparentemente Voldemort e eu tínhamos uma estranha ligação mental que me proporcionava imensos pesadelos tão vívidos que eu sequer conseguia dormir por mais de algumas horas sem acordar aos berros. E como se ainda não fosse o suficiente parece que Voldemort descobriu essa ligação e transformou em seu passatempo diário plantar informações falsas em minha mente, chegou um momento em que mal conseguia distinguir o que era real ou fantasia e assim cai em mais uma armadilha. Se aproveitando de meu momento de dor e quase completa insanidade o Lord das trevas me fez acreditar que Sirius estava em perigo e eu com todo meu complexo de herói fui lá igual a um babaca para salva-lo só pra descobrir que ninguém estava de fato em perigo até tentarem me salvar, só que é claro que algo tinha que acontecer e foi assim que eu perdi, novamente, as únicas pessoas que foram o mais próximo de uma família que eu posso me lembrar. Durante uma batalha no departamento de mistérios, Belatrix Lestrange aproveitou de um milésimo segundo de distração e assassinou a sangue frio Remus e Sirius. Naquele momento meu mundo desabou, a última coisa da qual me lembro naquela noite foi de perseguir Belatrix e depois tudo escureceu. Quando acordei algum tempo depois, já em Hogwarts, me informaram que durante meu acesso de fúria destruí parte do departamento de mistérios e do átrio do ministério, porém, mesmo com todo o caos Voldemort e seus capangas conseguiram fugir assim que o ministro e aurores chegaram ao local.

Agora cá estou eu, as vésperas de voltar para o cenário original de meus pesadelos sem saber o que fazer. Será que vale a pena continuar nessa guerra? Qual seria a reação das pessoas se o eleito desaparece? Ficariam preocupados comigo? Ou apenas se sentiriam traídos por que seu herói os abandonou? Talvez seja a hora de descobrir a resposta para essas e muitas outras perguntas.

Continua...

Cartas para Ninguém...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora