10 | Vozes

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➭ ᴠᴏᴢᴇs

[📖] ᴏ ʜᴏᴍᴇᴍ ғᴏʀᴛᴇ sᴇ ᴅᴇғᴇɴᴅᴇ sᴏᴢɪɴʜᴏ; ᴏ ʜᴏᴍᴇᴍ ᴍᴀɪs ғᴏʀᴛᴇ ᴅᴇғᴇɴᴅᴇ ᴏs ᴏᴜᴛʀᴏs.

°•.❝ 𝔸 𝕞𝕚𝕟𝕙𝕒 𝕔𝕠𝕟𝕤𝕔𝕚ê𝕟𝕔𝕚𝕒 𝕥𝕖𝕞 𝕞𝕚𝕝𝕙𝕒𝕣𝕖𝕤 𝕕𝕖 𝕧𝕠𝕫𝕖𝕤, 𝕖 𝕔𝕒𝕕𝕒 𝕧𝕠𝕫 𝕥𝕣𝕒𝕫-𝕞𝕖 𝕞𝕚𝕝𝕙𝕒𝕣𝕖𝕤 𝕕𝕖 𝕙𝕚𝕤𝕥ó𝕣𝕚𝕒𝕤. 𝔼 𝕕𝕖 𝕔𝕒𝕕𝕒 𝕙𝕚𝕤𝕥ó𝕣𝕚𝕒 𝕤𝕠𝕦 𝕠 𝕧𝕚𝕝ã𝕠 𝕔𝕠𝕟𝕕𝕖𝕟𝕒𝕕𝕠. 一𝘞𝘪𝘭𝘭𝘪𝘢𝘯 𝘚𝘩𝘢𝘬𝘦𝘴𝘱𝘦𝘢𝘳𝘦.❞.•°

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[...]

Saio de perto do lago.
Não iria matar a curiosidade nessa noite, então, iria arrumar algo para fazer.
Entro nos arbustos, ando pelo mesmo caminho de antes, quando conheci Ártemis e Apolo.

Entro e vou em direção a árvore.
Como eu sei que é a árvore? Os vagalumes deixavam o lugar mais iluminado, do que eu podia imaginar que deixavam.

Ouço um som de folhas.

一Olá! 一Falo.

De repente começo a ouvir vozes altas. Eram diversas vozes, não conseguia identificar nenhuma.

一Quem está aí? 一Pergunto gritando.
Já que as vozes estavam ensurdecedoras.

Eu podia ouvir gritos, de pavor. Vez ou outra, podia ouvir conversas e sons animalescos.

Ponho as mãos nas minhas orelhas, cobrindo os ouvidos, ou pelo menos, tentando. Mas o som estava na minha cabeça.

一PARA!!! 一Grito e tudo para.

Tiro as mãos das minhas orelhas.
Respiro fundo, aliviado.
Vejo um som de animal, ele parecia estar sofrendo.
Sigo o som rápido, me livro de alguns arbustos e galhos, olho para o chão, vejo um veado.
Pelo menos o som, parecia de um.

De onde esse bicho surgiu? E como tem bicho do lado de fora do planeta?
Eu ainda estou no planeta???

Tiro o meu celular do bolso e ligo a lanterna.
Seu pescoço tinha sido mordido e sua barriga estava toda arranhada.

Me aproximo.
Minha bateria estava por um triz.
Vejo os arranhões na barriga.
Suas tetinhas estavam inchadas e sua barriga era gigante.

一Você carrega um filhinho, mocinha? Quem fez isso com você?? 一Pergunto inerte.

Odiava isso. Odiava ver algum ser sofrendo. Ainda mais quando parece que eu sofro junto.
E quando eu como carne animal, eu me odeio por isso.

Toco nela. Ela berra.
Mordo o lábio, receoso.

一Você não pode ficar perto de predadores, querida! Pode te causar a morte, como agora. 一Falo.

Aproximo a lanterna do seu rosto e olho nos seus olhos. Seus olhos transmitiam pavor, dor, o inferno.

Toco nela. Fecho os olhos por sentir a elevação das feridas. Era horrível.
Podia sentir o momento das garras e da fúria do animal a atacando.
Sinto a força dos arranhões e no mesmo momento sinto minha pele se cortar.
Minha boca seca, a minha garganta arde como o inferno.

Ouço um berro, abro os olhos ligeiramente.
Sua barriga não estava mais arranhada.
Olho para a minha, não tinha nada.
O medo nos faz acreditar em coisas que não existem, até mesmo dores que pensamos ser reais.
Mas seu pescoço ainda estava mordido.
Eu podia ouvir seus gritos.

O Filho de Gaia |Em andamento Where stories live. Discover now