Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴜ́ɴɪᴄᴏ

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Quando Remus andou sumindo a semana inteira, Sirius não precisou sequer conferir em seu calendário para que soubesse que a lua cheia estava próxima.

Isso porque conhecia o castanho tão bem – além de ser bom observador –, que não era difícil notar que a época que antecedia aquele período era sempre tensa e carregada de ansiedade para ele, mesmo semanas antes.

Em muito sentidos, para falar a verdade.

Desde que descobrira sobre a licantropia do Lupin, não parara de pesquisar sobre, afim de enteder melhor àquilo e como funcionava, cada porém, e buscar alguma forma de tentar amenizar a situação – por mais ambicioso e fantasioso que aquela possibilidade parecesse –. E existiam diversos motivos para aquilo, mas em especial valia ser dito como era angustiante ver a angústia do outro, tão pesada que quase a podia sertir com os próprio dedos. Além da impotência que sentia sempre que ele sorria forçado e disfarçava.

Céus, ver aqueles olhos cor âmbar tão puros carregando tanta dor e responsabilidade, era de estilhaçar o que quer que carregasse dentro de si.

Infelizmente não podia simplesmente carregar tudo por ele, mas tentava ainda assim compartilhar o peso daquilo tudo, por mais que Remus Lupin não fosse lá o tipo de pessoa que gostasse de se expor e importunar – como ele próprio dizia – as pessoas com os seus problemas.

Por sorte então – ou destino, caso os mais românticos queiram assim definir – Sirius Black também não era exatamente conhecido por ficar quieto e seguir regras, tanto que fora o primeiro a chegar tão perto de derrubar todos os muros que Remus construíra ao seu redor.

E justamente por saber que as vezes é necessário que alguém ajude a segurar seu mundo quando ele está prestes a desabar, que o Black, aproveitando horário noturno e a distração dos demais amigos, seguiu diretamente na direção do primeiro lugar que veio a sua mente quando pensou "se eu fosse Remus Lupin, onde me esconderia?"

O castelo era enorme e tinha alguns bons lugares para quem quisesse ficar um pouco só, e Sirius sabia bem que o favorito do amigo era a torre de astronomia – mesmo sendo proibida aos alunos fora do horário de aula –, não se surpreendendo então quando chegou ao local e o encontrou deitado sobre o chão de madeira polida, aparentemente tão avoado quanto se era possível estar.

Mas ainda assim, por mais que o moreno houvesse tentado ser silencioso ao se aproximar, não demorou tanto a ter a presença notada por Remus, que o olhou com evidente surpresa, enquanto erguia um pouco o tronco, vagarosamente, apoiando o peso do corpo nos cotovelos.

— Sirius? O que... – começou, embora logo houvesse se interrompido, ficando quieto ao desviar o olhar por um momento, mesmo em que em seguida houvesse se voltado a ele, sorrindo de leve. — Hey...

— Hey. – o moreno sorriu de volta, da mesma forma, se aproximando cautelosamente. — Posso?

A mão indicou o espaço vago ao lado do castanho, que por mais que tivesse hesitado por um momento, uma sombra de dúvida nublando seu olhos por um ínfimo instante, acabou afirmado.

— Claro. – pouco se afastou para o lado, o dando espaço, enquanto voltava a se acomodar sobre o assoalho.

Sirius prontamente afirmou, não fazendo a menor cerimônia antes de sentar ao lado do Lupin, em seguida deitando, um baixo suspiro lhe escapando por entre os lábios enquanto o olhava o céu estrelado, imenso, que tinham a sua disposição.

— Você está bem?

A pergunta lhe escapou, como num sussurro, antes mesmo que pudesse se conter, e um segundo após isso, uma certa tensão se apoderou de Sirius, fazendo com que ele se repreendesse internamente.

Alpha Centauri 💫 WolfstarWhere stories live. Discover now