27. Then I say you don't deserve the daughter you have.

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No dia seguinte, a rotina continuava a mesma: Nancy recebia o seu café da manhã no quarto e Thomas vinha buscá-la para começar o experimento.

A única pessoa que realmente achava aquilo uma rotina confortável era Teresa, mas mesmo assim, Nancy jamais havia sequer pensado em condená-la por isso, pois sabia qual era a opinião da amiga sobre a situação. Com Thomas, era diferente, mas ele evitava se pronunciar sobre o assunto.

Nancy já estava correndo por um tempo, começando a se cansar sem nem mesmo chegar na metade do tempo determinado pelos médicos - do qual tinha aumentado fazia um tempo, tudo por uma possível melhora de resultados. Tinha sido assim ultimamente, por mais que a ruiva mantivesse um trote despreocupado e bem ritmado durante todo o experimento.

Thomas não se conformava com aquilo, muito menos com a impaciência crescente de Teresa sobre a demora de aumento da imunidade de Nancy. Não era algo que dependia totalmente dela e aquele experimento realmente não ajudava muito. Não mais, pelo menos.

Com certa pressa misturada com raiva, Teresa apertou alguns botões e imprimiu um relatório onde contava a porcentagem aparentemente imutável de imunidade da cobaia junto com mais outros números.

- Eu já volto. - Teresa se levantou e saiu da sala, parecendo frustrada.

Aproveitando a situação, Thomas diminuiu a velocidade da esteira, ouvindo um suspiro de alívio de Nancy através do microfone da sala da esteira enquanto ela começava a andar.

- Obrigada, Tom. - ela agradeceu, recebendo um sinal de joia como resposta de Thomas.

Ele tornou o olhar para o painel onde a porcentagem de imunidade de Nancy era indicada: noventa e oito por cento. Era esse o número e ele não parecia querer mudar tão cedo, mas de repente, a tela mudou para noventa e oito vírgula cinco por cento. Zero vírgula um. Isso era o resultado do último ano.

Thomas não conseguia acreditar, muito menos quando o número começava a crescer aos pouquinhos, praticamente aos décimos. Em questão de segundos, a porcentagem estava na casa dos noventa e nove vírgula tantos por cento, fazendo o rapaz estremecer, mas o auge do seu espanto foi quando três números apareceram sem uma única vírgula: cem por cento.

Sem que ninguém percebesse, os intervalos pareciam ser uma forma de estímulo também, pois a energia que Nancy gastava correndo não era bem dividida, o que fazia com que a mutação nos anticorpos demorassem a ocorrer. Os intervalos que Thomas proporcionava secretamente permitiam que a energia dela fosse melhor direcionada a reagir aos vírus. E as noites mal dormidas podiam ser um sintoma bem inicial do Fulgor, assim como também poderiam acabar com a saúde mental e física de Nancy, o que não ajudava a imunidade da mesma.

Thomas deveria ficar imensamente feliz com essa descoberta, mas tinha algo que o amedrontava astronomicamente, como nenhum Crank ou qualquer outro monstro faria.

O CRUEL não podia saber da imunidade completa de Nancy, ou então a usariam como tanque e drenariam cada gota de sangue dela. E Thomas queria esconder aquilo não somente pelo fato de não suportar perdê-la, mas também porque Nancy não merecia sofrer daquele jeito. E a moça em questão, da qual cantarolava In My Blood distraidamente enquanto andava, nem imaginava a situação que se encontrava naquele momento.

Ofegante pelo terror que sentia só de imaginar aquela ideia, Thomas colocou no painel o relatório completo que Teresa tinha salvo e imprimido alguns minutos antes, praticamente escondendo o atual. Alguém que olhasse de maneira desatenta e rápida, não saberia o verdadeiro relatório.

Passos de alguém que calçava saltos foram ouvidos do corredor e Thomas se levantou, alarmando Nancy. Ele voltou a aumentar a velocidade da esteira e a ruiva acompanhou o ritmo, já acostumada com esse tipo de situação. No mesmo segundo, Teresa entrou na sala de controle seguida por Ava Paige, que segurava o relatório impresso há pouco tempo.

Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》Onde histórias criam vida. Descubra agora