A espera

122 21 44
                                    

Chiyo: Sasori voltou?

Aka: É uma pena que a senhora ainda se importe com ele.

Chiyo: Ele é meu neto!

Aka: Eu também sou, mas é de se entender que eu estou aqui só por um motivo não é mesmo? Quem ia querer uma criança suja e perdida do nada!

Chiyo: Você não é o assunto aqui, pare de tentar ser o centro das atenções sempre!

Aka: Centro das atenções? Eu nunca fui o centro das atenções, vivi em prol de Sasori por todos aqueles anos.

Chiyo: E até hoje não entende que foi por um bem maior?

Aka: E o meu bem não era importante?

Chiyo: Naquele momento não, e não reclame, te dei um propósito na vida.

Aka: Tudo bem vovó, vocês convivem com marionetes por tanto tempo que pensam ter o direito de controlar as pessoas também.

Chiyo: Chega! O que Sasori queria com você?Por que ele não me procurou?

Aka: Acredito que ele não tenha vindo aqui por que ele faz parte da Akatsuki, por que ele é procurado e renegado ou por que ele simplesmente não tem interesse em você!

Chiyo: Vá logo ao ponto, chega de dar voltas.

Aka: Sasori veio me chamar para uma missão, disse que precisam de uma pessoa sem registros, praticamente sem vida e que eu seria perfeita pra isso.

Chiyo: Missão da Akatsuki?

Aka: Sim.

Chiyo: Você não vai, ninguém pode saber de você e do que aconteceu no passado, além de que é muito perigoso.

Aka: Não finja que se importa comigo, a senhora sabe que eu sou uma ótima manipuladora de marionetes, não como o grande Sasori da areia vermelha, mas eu sei me virar sozinha, e além de ter outras ótimas qualidades.

Chiyo: eu não duvido da sua capacidade, até por que você aprendeu com os melhores, eu e Sasori, mas não é sobre isso, é sobre a verdade vir a tona.

Aka: De qualquer forma eu não quero participar.

Dei um suspiro e me virei indo para meu quarto, até que lembrei de um ponto.
Dei a volta e chamei vovó.

Aka: Vovó, tem mais uma coisa. A missão envolve o Canino Branco.

Nesse momento vi Chiyo gelar e me olhar profundamente, segundos depois desviou o olhar para o chão e com um tom arrastado de voz me falou.

Chiyo: Você vai ir nessa missão e fazer o que eu não consegui fazer antes.

Chiyo: Você vai matar o Canino Branco de Konoha e matar qualquer coisa que ele ame.

Aka: Mas a senhora nem sabe se a missão é essa!

Chiyo: Se envolve ele, Sasori não irá ligar que você o mate.

Aka: Ele nem se importa mais, você sabe que agora ele é só uma casca oca sem sentimentos.

Chiyo: Você vai fazer o que eu te mando! Sua missão na terra é viver através das vontades de Sasori, sabe disso.

Não sei por que me surpreendia ainda, vovó era extremamente fria quando se tratava do passado e de mim.

Aka: Eu vou pensar sobre isso, mas não garanto nada!

Fui em direção ao meu quarto, deitei na cama e fiquei olhando o teto por um tempo. Não sabia o que fazer, o que pensar ou o que achar de tudo isso, acreditava que a minha escolha mudaria toda a minha vida daqui pra frente.

Decidi trabalhar em minhas marionetes enquanto pensava.

Apesar de conhecer mais estruturas humanas, gostava de trabalhar com modelos inspirados em animais e meu novo projeto envolvia um porco espinho de tamanho grande, onde armas estariam espalhadas por todo o seu corpo.
Os espinhos eram feitos de um metal forte e repleto de veneno e sua estrutura havia sido criada para ser ágil e defensiva, ele poderia atacar em curta distância, mantendo os metais no corpo e assim perfurando qualquer camada que tivesse contato ou a longa distância quando liberasse os espinho para todos os lados, em uma área de praticamente 360 graus.
Caso os espinho fossem dispersos e liberados, o porco espinho ficaria sem sua principal arma, então eu precisava pensar em um novo ataque, algo que estivesse em seu interior e que se soltasse conforme as linhas de chakra "mandassem".

Tive uma ideia quando lembrei de uma antiga história relacionada a toupeiras.
Supondo que com a marionete já sem os espinhos, sua estrutura lembraria a desse animal e com isso ela poderia andar no subsolo e fazer um ataque por baixo, identificando o rival e atacando com uma estaca afiada cheia de veneno sem que ele percebesse.

Após resolver esse problema fui treinar taijutsu, no qual eu era boa por utilizar boas técnicas e ter uma velocidade consideravelmente alta.

As vezes imaginava que era melhor em taijutsu do que em outras áreas, bom, se eu tivesse um kekkei genkai minha vida seria muito mais fácil.
Fui até o velho tronco de madeira treinar meu chute.

*FLASHBACK ON*

Eu tinha 9 anos anos e vovó Chiyo estava me treinando escondida, já que eu não podia ir a academia nem fazer aulas de qualquer tipo.

Aka: Por que eu tenho que treinar vovó? Eu nem saio, eu não vou precisar lutar com ninguém.

Chiyo: Um dia você vai entender, agora, eleve o chute e deixe a base firme.

*FLASHBACK OFF*

Eu me perguntava todos os dias se eles conseguiram me amar.

Balançando a minha cabeça voltei a realidade, tinha que lembrar das coisas que Sasori havia me ensinado. Sentimentos eram para os fracos, principalmente amor, amor é apenas um caminho sem volta para a dependência e fraqueza.

Olhando para o sol percebi que já era tarde, deveria voltar para casa e ajudar vovó a fazer a janta.

Quando cheguei em casa tirei os sapatos e entrei, fui direto para o banheiro me lavar, a água estava gelada e contrária ao calor que Sunagakure fazia.
Lavei meus longos cabelos castanhos e ensaboei meu corpo, saindo em seguida.
Me enxuguei e vesti minha roupa com tons de beje e azul, sequei e escovei os fios e por último olhei meu reflexo no espelho.
Olhos castanhos me encaravam de volta observando a pele pálida por falta de sol e olheiras fundas por falta de dormir.
Nunca me vi diferente disso, já estava acostumada e tinha que aceitar que essa era a minha aparência, a aparência bem diferente do belo homem que Sasori era.

O verdadeiro vermelho (Naruto)Onde histórias criam vida. Descubra agora