Nova assistente

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Maia

Quando abri os olhos percebi que tinha passado a noite sozinha, quem me fez companhia foi o vestido vermelho que ele deve ter odiado. Quando olhei para a poltrona onde o havia colocado, quem estava lá era ele, dormindo todo torto. Vai acordar com torcicolo e eu vou rir da cara dele, escondida é claro, mas que vou rir, vou. Nunca vi isso, o homem me contrata e nem do meu lado deita, será que se decepcionou? Será que ele achou que eu era muito mais bonita por foto que presencialmente? E se ele pedisse pra trocar de acompanhante, que vergonha seria. Eu tinha que descobrir do que esse russo gosta e investir.

Ele disse que sairíamos cedo, mas acho que acordei cedo demais. O céu ainda estava escuro, a noite estava muito fria e a roupa fina não estava me ajudando a me esquentar. Resolvi cochilar por mais alguns minutos ou horas, nem sei que horas são, então puxei a colcha da cama e me aconcheguei embaixo dela.

Mal eu havia deitado e me senti como se estivesse na máquina de lavar sendo chacoalhada de um lado para outro. Abri meus olhos e percebi que não tinha dormido muito pouco, pois a luz clara do sol da manhã invadia o quarto, iluminando-o fortemente e isso não aconteceria em poucos minutos pois quando me deitei novamente, o céu ainda estava escuro.

— Levanta! – Disse ele naquele sotaque gostoso.

Esfreguei os olhos e eles focaram-se à figura masculina mais imponente que já vi na minha vida. Ele ainda estava molhado do banho recente, a barba e cabelos úmidos.

— Para onde vamos? – Perguntei.

— Devo informar cada passo que daremos? – Hoje ele acordou de mau humor, ontem ele parecia tão gentil.

— Se quiser que me vista adequadamente, sim. – Ele me analisou com aqueles olhos azuis que esquentava cada centímetro do meu corpo.

— Reunião de negócios. – Ele disse e se virou vestindo uma camisa.

Já que ele quer jogar, é isso que farei.

— Ok! – Puxei a camisola e andei apenas de calcinha até minha mala que havia sido colocada sobre uma cômoda do quarto.

Eu sabia que ele estava olhando. Fio dental não tem como os homens ignorarem, e ainda abaixava um pouco mais que o necessário. Escolhi uma saia lápis preta e uma blusa azul clara de mangas, a bela executiva. Escutei a porta do banheiro bater com força. Um sorriso escapou de meus lábios, ponto pra mim.

Fui até o banheiro e bati na porta.

— Vai demorar, querido, preciso tomar um banho.

Escutei um rosnado no interior do banheiro.

— Já vou sair. – Disse em um tom seco.

Me afastei da porta e esperei. Alguns minutos e ele sai mais bonito de que quando entrou. Os cabelos arrumados, seus olhos azuis pareciam mais intensos, o terno azul marinho sobre a camisa branca o deixava ainda mais imponente e com pinta de CEO irresistível.

— Uau, que gato. – Falei, e ele nem um sorriso me deu.

— Vá se arrumar, não demore muito. Temos poucos minutos.

— Vou demorar o que achar necessário, não mandei entrar no banheiro e me atrasar. O que fez aí dentro podia muito bem fazer aqui fora e não me atrasaria.

Entrei no banheiro e fechei a porta atrás de mim, novamente ouvi um rosnado.

Me arrumei o mais rápido que pude sem deixar de fazer tudo o que precisava para sair o mais bela possível daquele banheiro. Dmitry não é o único, os homens tem essa mania de pedir que me arrume rápido, então já estou acostumada com isso.

Maia - Livro 2 (Série perdida) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora