Mais um dia de negócios

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Maia

Senti a mudança no corpo dele. No instante que as coisas começaram a esquentar ele mudou. Mas desde o início eu sabia, depois do que ele havia declarado é lógico que ele não iria muito longe, e eu ficaria feliz de ir até onde ele pudesse. Nunca fiquei tão empolgada em dividir a cama com um cliente, justamente aquele que estava ferido demais para ter qualquer coisa comigo, era quem eu desejava mais e quem eu sabia que não o teria. Talvez se eu tivesse alguma sorte e ele me contratasse novamente depois de mais alguns meses ou anos, quem sabe então eu conseguiria saciar esse desejo. Mas por enquanto um beijo até que foi mais do que eu esperava e no mais, uma boa ducha gelada terá que bastar.

Quando deixei o banheiro ele entrou em seguida. Não esperei ele sair de lá, sabia que o clima ficaria um pouco tenso, então me deitei na cama e me cobri completamente, deixando espaço mais que o suficiente para ele na cama. O sono me pegou segundos depois.

Acordei novamente como se estivesse dentro de uma máquina de lavar, sendo sacudida de um lado a outro.

— Não sabe ser mais delicado para acordar uma mulher? – Reclamei.

— Estamos atrasados, perdi a hora. – Disse ele e quando abri meus olhos o vi fechando a camisa sobre aquele corpo lindamente esculpido em músculos.

Ele tinha tatuagens pelo peito e barriga que eu ainda não tinha visto.

Estiquei meu braço e peguei o roupão que tinha deixado ao lado da cama. O vesti sobre a camisola e segui em direção onde estava minha mala, peguei um vestido tubinho preto, do tipo mulher de negócios, não era justo nem curto, e fui para o banheiro me arrumar. Ao sair me deparei com o homem totalmente vestido, sentado à frente de um carrinho de café da manhã devorando algo.

— Venha tomar café, precisamos sair em dez minutos.

Peguei uma xicara de café e uma torrada e fui me sentar. Após isso me levantei para passar um batom, já que o restante da maquiagem estava pronta.

— Só vai comer isso? – Perguntou ele.

— Com o tempo que temos não dá para comer tanta coisa, e também não como muito de manhã.

Havia situações em que eu era um furacão no café da manhã, mas eu não tinha um bom motivo para isso neste dia e também o excesso de álcool e a cabeça latejando não contribuía.

Peguei um comprimido em minha bolsa e o tomei. Logo estaria melhor.

— Não está bem? – Perguntou preocupado.

— Só um pouco de dor de cabeça. Já tomei remédio.

— Tudo bem. Está pronta?

— Sim. Podemos ir.

Deixamos o hotel e iniciamos uma longa viagem de carro. Dmitry permaneceu calado, deveria estar se sentindo culpado pelo beijo de ontem à noite, por tanto eu preferi encostar a cabeça e cochilar um pouco.

— Maia. – Ouvi uma voz chamando meu nome.

Abri os olhos e vi dois círculos azuis intensos em minha frente.

— Chegamos, acorde. Já estou te chamando há mais de dois minutos. – Ele estampava um sorriso divertido no rosto.

— Mentira. – Falei ajeitando os cabelos enquanto me olhava no espelho. Não acreditei que tinha dormido todas as horas da viagem.

— Verdade. Agora venha, assistente.

Revirei os olhos e saí do carro já recomposta. Ele pegou a pasta da minha mão e a devolveu para o carro.

Maia - Livro 2 (Série perdida) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora